(Tema proposto no âmbito do curso Autobiografia Criativa. Escolhi o gospel Amazing Grace. Sugiro a leitura do texto acompanhada pela música no vídeo abaixo.) Amor. Todos podemos ser amados. Pureza. Amor incondicional. Paz. Esperança, mesmo no lugar mais escuro. A dualidade - o lugar escuro que é o porão de um navio negreiro, mas também o lugar escuro onde está o capitão desse navio. O medo que nos mantém presos e que nos impede ver a Luz. Compaixão, compreender o medo do outro. O medo separa-nos da luz, do Amor que todos procuramos. É fácil… esse Amor está tão próximo. Enquanto houver uma luzinha, por muito ténue que seja, há a possibilidade de salvação, de Amor, de colo, de consciência. O som que salva, o Amor que salva. Salvação… No início era um momento com o pai. Tanto quanto sabia, a vida podia ser assim para sempre. Eu e o pai a ouvir a música dele, que agora é minha também, no chão da sala, a traduzirmos as letras do inglês. Mais tarde era a memória desse momento. Percebi então o quanto gosto de gospel e de espirituais negros. Gosto de músicas que vêm do coração, músicas que ninguém repara, que estão dentro dos dias e fora do tempo. E hoje, depois de tantos anos a conviver com esta música, depois de a ter quase esquecido, ela ganha outro significado. À medida que eu vou encontrando novos espaços dentro de mim, esta música vai preenchendo esses espaços e troca sentimentos, emoções e significados com essas novas partes de mim. Talvez porque ela seja tão profunda quanto pode ser a vida e vai ressoando comigo na medida da minha própria profundidade. "Eu estava perdido e agora encontrei-me Estava cego e agora vejo."
0 Comentários
O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
Deixe uma resposta. |
Apoiar o meu trabalho:
Categorias
Tudo
Arquivo
Maio 2024
|