
Este eclipse também pode trazer de volta as questões que estavam em foco na altura do eclipse solar de 21 de Agosto, que aconteceu exactamente oposto a este. Aquário é o signo dos grupos, da consciência social, da liberdade de ser diferente, dos valores humanitários, do progresso e dos avanços tecnológicos. A nossa atenção volta-se para a relação com o grupo, com os amigos, com os círculos sociais e com o colectivo.
Mercúrio, o planeta da comunicação e das ideias, faz uma conjunção muito próxima a esta Lua Nova e facilita a actividade mental, a troca de opiniões e o entendimento de certas situações. A tendência é querermos afirmar a nossa perspectiva pela diferença, pelo contraste. Mas, especialmente nos dias perto do eclipse, é importante entendermos de que sombras do nosso inconsciente vem essa posição ou corremos o risco de ser inconsistentes e vazios de propósito.
Desde Escorpião, Júpiter, que amplifica tudo o que toca, faz quadratura à Lua, ao Sol e a Mercúrio e torna as opiniões ainda mais emocionais e extremadas. No entanto, é possível, sim, ter discussões motivadas pela paixão, desde que nos seja claro o nosso envolvimento com a questão e que sejamos honestos na nossa argumentação. Podemos usar a clareza e o distanciamento de Aquário para encontrarmos as razões que nos movem e para as tornarmos numa causa.
Outra influência nesta Lua Nova é o sextil a Urano em Carneiro, um aspecto fluído que acentua a originalidade das ideias e a facilidade em encontrar soluções inovadoras e ousadas para velhos problemas. Estamos também com uma maior abertura para formas diferentes de estar e para a nossa própria diferença, aquilo que em nós é mais desencaixado ou fora da norma. Agora somos mais aptos a usar o nosso próprio discernimento e a olhar para a vida sem os filtros dos outros e sem os habituais constrangimentos sociais.
Com esta lunação está favorecida a partilha de ideias mais progressistas e que assentem nos princípios da igualdade e da liberdade. Há muita coisa que precisa de ser arejada nas nossas cabeças, nos nossos grupos e na nossa sociedade e este é o momento para abrir as janelas e deixar que uma corrente de ar fresco desarrume o status quo. Medos antigos poderão vir ao de cima, recordando-nos do que ainda precisa de ser limpo, mas apenas para serem olhados e entendidos e, se já não nos fazem falta, que fiquem lá atrás.
Romper com o passado não precisa de ser um movimento violento e sofrido, podemos olhar para trás com a lucidez do distanciamento, sabendo que o futuro é inevitavelmente diferente. Podemos perguntar-nos “Que mudança eu quero para mim, para a minha vida?”, “Que mudança eu quero para o mundo à minha volta?” e começar agora a disseminar essa mudança nos vários níveis em que nos cruzamos com os outros, pessoal, social e virtual. Vamos desarrumar as ideias para levar o mundo ao sítio certo.