A Lua Cheia de hoje, em Sagitário, às 22h16 em Lisboa e às 18h16 em Brasília, vem carregada de tensão. A corda já está demasiado esticada, o ambiente é de irritação e reactividade e as respostas aos conflitos podem ser desproporcionadas. Mas isto apenas acontece se não estivermos a usar a nossa assertividade e capacidade de afirmação para definir de forma clara e inequívoca as nossas necessidades e os nossos limites. Esta definição deve ser manifestada para fora, para os outros, mas, antes disso e para que isso aconteça, ela precisa de ser tornada lúcida para nós próprios. Diz-se que “a palavra é de prata e o silêncio é de ouro” e agora é especialmente importante termos em atenção aquilo que dizemos e não deixar que a precipitação nos faça falar coisas das quais nos podemos arrepender mais tarde. A comunicação é poderosa e deve ser usada para transmitirmos aos outros o que é realmente verdadeiro para nós, com a consciência de que cada um tem a sua própria verdade. No entanto, verdade, idealização e realidade nem sempre estão alinhadas e é importante revermos as nossas convicções, olhá-las sob outros pontos de vista e perceber que, provavelmente, somos mais do que apenas uma ideia, uma certeza, uma crença ou um ideal. Somos seres múltiplos, com diversas facetas que, muitas vezes, são incongruentes e antagónicas. O trabalho de cada um é aprender a integrar os opostos e as incompatibilidades que carrega dentro de si, de maneira a tornar mais construtiva e mais produtiva a sua vida e, por consequência, o mundo que todos habitamos. Os desafios chegam dos sítios mais inesperados e nos momentos menos oportunos. Nestas alturas a resposta é respirar fundo e contar até dez. Durante a contagem, podemos aproveitar para sentir o contacto dos nossos pés com o chão, o ar a entrar e a sair dos pulmões e a passar pelas narinas. Se conseguirmos, podemos ainda agradecer à vida por nos dar estes momentos de crescimento e de aprendizagem, "Obrigada por me segurares. Obrigada por me amares mais do que eu sei."
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A última lunação, em Carneiro, trouxe-nos o impulso e o foco para avançarmos em direcção àquilo que queremos para as nossas vidas, mas, entretanto, fomos perdendo o impulso inicial e, apesar da azáfama nas nossas vidas, sentimos que afinal já não estamos a avançar à velocidade desejada. Na verdade, a próxima Lua Nova, que será nos 16° de Touro e terá lugar hoje, 6 de Maio, às 20h30, hora de Portugal, e 16h30, hora do Brasil, oferece-nos um momento de pausa, de fruição e de reavaliação antes da vertigem que se aproxima com a lunação de Gémeos. Este mês a Lua une-se ao Sol no abundante e tranquilo signo de Touro, o primeiro signo de Terra, que nos ensina a ligação à matéria através do prazer e dos sentidos. Pertencendo ao modo fixo, Touro é estável e paciente, conhece o ritmo da natureza e sabe que de nada adianta tentar apressar os seus processos, pois tudo o que vale mesmo a pena demora a ganhar forma e consistência. No momento da conjunção das duas luzes, cinco planetas (Mercúrio, Marte, Júpiter, Saturno e Plutão) encontram-se retrógrados no céu, ou seja num movimento aparente de “marcha atrás”. O movimento de retrogradação não é um fenómeno raro, mas não é comum haver tantos planetas em simultâneo neste andamento invertido, o que, de alguma forma, torna esta lunação ainda mais lenta e arrastada. No geral, os planetas retrógrados têm uma expressão introvertida, as referências externas não nos servem e o trabalho a fazer é virarmo-nos para dentro e realinharmos ideias, objectivos e atitudes. Claro que a vida se encarrega de nos trazer do passado exactamente aquilo que precisamos reciclar, limpar ou deitar fora de vez. A Lua Nova deste mês forma um grande trígono com Júpiter e o Nodo Norte em Virgem e Plutão em Capricórnio. Este aspecto oferece protecção e conforto e, acontecendo em signos de Terra, favorece tudo o que está ligado aos sentidos, à segurança material e ao lado mais pragmático e realista da vida. Assim, temos a intensidade e o poder de Plutão aliados à visão de Júpiter e ao futuro, simbolizado pela Cabeça do Dragão, a proporcionarem-nos o reconhecimento da nossa densidade e da nossa estrutura. A vida pode ser tão simples quanto isto, constatar que a Terra nos suporta e nos sustenta, que ela é literalmente o chão debaixo dos nossos pés e isso é tudo o que precisamos aqui e agora. Junto ao casal real no signo de Touro estão, de um lado, Mercúrio e, do outro, Vénus. O primeiro em retrogradação traz-nos do passado padrões de segurança e de prazer que precisamos rever e reavaliar. O que é que eu valorizo? O que é que valorizo em mim? Será que aquilo que valorizo é fundamental? Será que aquilo que valorizo verdadeiramente me suporta? Será que posso descomplicar ou tornar mais básica a minha noção de sustentabilidade de forma a simplificar da minha vida? Por outro lado Vénus, que se encontra em casa no signo de Touro, desperta-nos os sentidos para a fruição da matéria, para os pequenos prazeres com que a vida nos brinda todos os dias, seja uma boa refeição, o cheiro das flores a abrir, o sol na nossa pele ou o abraço de alguém que nos quer bem. A Lua também se encontra confortável neste signo e acentua o ambiente de estabilidade, tranquilidade e abundância que a Mãe Terra tão generosamente nos oferece. Apesar do clima de sensualidade e ócio, não podemos esquecer que Júpiter em Virgem e Neptuno em Peixes formam uma quadratura T a Marte e Saturno, ambos retrógrados, em Sagitário. Esta tensão, que nos acompanha há algum tempo e ainda vai ficar no céu durante uns meses, é como uma fisga a acumular tensão para ser disparada em alguns momentos-chave, sendo o próximo a Lua Nova de Gémeos, no dia 5 de Junho. Assim, esta lunação vem também com um nervosismo que vai crescendo nos bastidores e gera alguma inquietação e mau-estar, fazendo com que procuremos refúgio na comodidade preguiçosa favorecida pela terra fixa de Touro. A tentação é de ficar numa inércia indulgente, mas, se soubermos aproveitar a energia desta Lua Nova, no próximo mês estaremos bem ancorados e firmes para lidar com toda a agitação e desorientação que se aproxima. Podemos usar esta Lua Nova de uma forma mais benéfica se conseguirmos parar e tirar um momento para nos enraizarmos, para olharmos para o nosso próprio chão e percebermos os que nos segura, o que nos sustenta e o que valorizamos nas nossas vidas. O que for semeado agora crescerá estável e será duradouro, mas é preciso descomplicar, largar os padrões gastos que nos enleiam na sua complexidade aparentemente sofisticada. É preciso regressar à nossa raiz, àquilo que nos é verdadeiramente fundamental e sentir o prazer de estarmos vivos, de sermos uma parte da natureza e de podermos respirar ao seu ritmo. |
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