Com o eclipse lunar do fim do mês de Julho todos sentimos, cada um à sua maneira, a libertação de algumas energias que nos pesavam e que nos causavam ansiedade. E, apesar de muita coisa ainda estar por resolver, o ambiente – e as nossas cabeças – estão agora mais limpos. Na manhã de sábado, 11 de Agosto, às 10h57 em Lisboa, 6h57 em Brasília, a Lua encontra-se com o Sol para o início de mais uma lunação e para o último eclipse desta estação. Este eclipse solar será visível apenas em algumas regiões do hemisfério Norte – Gronelândia, Rússia, países escandinavos e algumas partes da Ásia. No céu, esta Lua Nova acontece aos 18° de Leão e a sua influência é maior para quem tem planetas ou ângulos perto dos 18° dos signos fixos, Touro, Leão, Escorpião e Aquário. Leão é a morada do próprio Sol e neste signo estão favorecidas a nossa espontaneidade, a nossa expressão e a nossa criatividade. Mas ele também precisa do reconhecimento dos outros e é dado à teatralidade nos sentimentos, tanto na forma de grandiosas demonstrações de afecto como na dramatização exagerada das suas próprias emoções. Quando Leão se manifesta em toda a sua luz, ele é o arquétipo do herói que conhece e aceita tão bem as suas capacidades quanto as suas fraquezas. Mercúrio, o arauto real, faz companhia ao Sol e à Lua, mas ele está retrógrado e as palavras não saem facilmente. Aquele que leva e traz está agora fechado do lado de dentro, sem saber como dizer o que quer e sem entender o que os outros dizem. Pela positiva, esta é uma boa altura para fazermos um check-up à nossa auto-percepção. Será que sou assim tão importante como eu penso? Ou será que sou mais significante do que eu acredito? A acrescentar alguma tensão a esta conjuntura, está o gigante Júpiter em Escorpião. A quadratura que este planeta forma aos luminares e a Mercúrio vem aumentar o clima de dramatismo. Podemos ficar a remoer ideias acerca do que os outros pensam de nós – ou porque alguém não devolveu um telefonema, ou porque disse alguma coisa que eu não gostei de ouvir ou por qualquer outro mal-entendido. Facilmente estes pensamentos podem tornar-se um ressentimento, mas tudo isto, na verdade, nada tem a ver com os outros, somos apenas nós mesmos a alimentar os nossos próprios medos, o de não sermos merecedores de reconhecimento e de validação. Outra manifestação desta energia pode ser o contrário: na tentativa de nos enaltecermos a nós próprios acabamos por fazer promessas que dificilmente conseguimos manter, na esperança de que alguém nos veja como melhores do que aquilo que acreditamos que somos. De Peixes vem a salvação. Neptuno, aquele que nos redime, encontra-se neste signo do qual é o regente moderno e, daqui, faz um bonito trígono a Júpiter e ainda um quincúncio a Mercúrio, ao Sol e à Lua. Afinal, somos bem mais iguais do que pensamos, estamos todos no mesmo barco, somos todos gotas de água do mesmo mar. Se eu me reconhecer a mim, os meus medos e a minha luz, serei capaz de olhar para os outros por aquilo que são, com os seus medos e com a sua luz. Plutão, que desde 2008 vem fazendo uma política de terra queimada em Capricórnio, também faz um quincúncio às duas luzes e acentua a premência de lidarmos com os nossos medos. Quanto maior for a facilidade de nos libertarmos das ideias nocivas que temos acerca de nós próprios, maior será a compreensão e a aceitação da nossa verdade e da verdade dos outros, ainda que estas não sejam coincidentes – e tantas vezes não são. Este eclipse vem fechar esta estação e, juntamente com os dois eclipses que o precederam, dá o tom para os próximos seis meses. Está a começar uma nova etapa que nos promete céus mais claros, cabeças mais lúcidas e acções mais verdadeiras. Mas só poderemos assumir esse caminho se conseguirmos olhar para nós mesmos dispostos a ver-nos por inteiro, evitando as armadilhas do aplauso fácil e do elogio rápido. Neste momento precisamos de ser nós mesmos a reconhecer a nossa essência, sem “palmadinhas nas costas”, mas também sem falsas modéstias. Mesmo que não saibas, tu já és um herói. Agora só precisas de responder a esta pergunta: Qual é o teu super-poder?
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