Lua Nova: 23° Aquário 16’ Lisboa: 11.Fev.2021, 19h05 Brasília: 11.Fev.2021, 16h05 Os dias têm sido densos e alguns até explosivos. Nós sentimos o chão a abalar e algumas bombas rebentaram à nossa frente, real ou metaforicamente. Mas a vida continua, o trabalho continua, as responsabilidades continuam, sem complacência pelo nosso desalento ou pelo nosso cansaço. E vamos pondo um pé à frente do outro, de forma mais ou menos mecânica, desconhecendo o que nos espera lá à frente, mas sabendo que para trás já não há caminho. Lua Nova em Aquário Na próxima quinta-feira, dia 11 de Fevereiro, Lua e Sol encontram-se em Aquário, um signo de grandes contrastes. Em Aquário encontramos os que estão à margem, os que excluímos e os que se excluem, os que abandonamos do lado de fora dos muros da cidade e os que vivem numa torre de marfim acima dela. Stellium em Aquário Desde há alguns dias que quase todos os planetas, à excepção de Marte e dos transpessoais, se juntaram em assembleia neste signo, acentuando a distância e o isolamento. No entanto, a compreensão do que nos separa é, paradoxalmente, o primeiro passo para a inclusão, e Aquário é também o signo da solidariedade, da integração e da colaboração em rede. Saturno quadratura a Urano Saturno, o dono de Aquário, está confortável, no seu próprio signo e receberia os seus convidados com serenidade, não fosse a tensão com Urano em Touro. Este planeta, que é o catalisador de muitas das mudanças que estamos a viver, em braço de ferro com Saturno, deixa-o mais intransigente, autoritário e insensível. O senhor das regras e das estruturas quer agarrar-se a alguma noção de controlo e de previsibilidade e Urano provoca-o prometendo-lhe a única coisa que o tira do sério, o imponderável. Se conseguirmos olhar para este momento com curiosidade e perspectiva, em vez de resistência e inflexibilidade, podemos abrir espaço para os imprevistos e para o insólito. Aquilo que nos vem baralhar a organização pré-estabelecida também nos leva a encontrar soluções diferentes e inovadoras, e até mais simples e mais leves. Mercúrio retrógrado Quem estava quase a sair de Aquário, mas voltou atrás, porque afinal ainda há aqui trabalho a fazer, é Mercúrio, o planeta da lógica e da razão. Em movimento retrógrado, ele ajuda-nos a rever estratégias que achávamos que estavam a funcionar, mas que precisam de alguma adaptação ou renovação. De outra forma, podemos pegar em alguma ideia que tenha ficado para trás, mas que agora faz sentido revisitar e reavaliar. Vénus e Júpiter em conjunção O céu deste mês já vai clareando e começamos a vislumbrar alguns raios de sol. Os dois benéficos, Vénus e Júpiter, a princesa e o professor, a harmonia e a abundância, estão juntinhos no céu e no mesmo signo desta Lua Nova. Há um conforto e um alívio que vem da solidariedade dos pares, do apoio que encontramos quando nos juntamos em comunidade e da validação que recebemos quando descobrimos a nossa tribo. Vénus e Júpiter de mãos dadas em Aquário promovem a amizade, a cooperação e a integração, desde que tenhas a ousadia de partilhar e de te reinventar. Procura contribuir de alguma forma para um projecto, uma associação ou simplesmente no teu grupo de amigos. E é também aí que podes encontrar o apoio que precisas quando as coisas ficam mais difíceis. Síntese desta Lua Nova A perspectiva trazida pelo distanciamento de Aquário proporciona o cenário ideal para reavaliares rumos e estratégias, mas também grupos e alianças. Que plano precisa de ser revisto e repensado? Existem soluções que antes não querias contemplar, mas que agora podem fazer sentido? Quem é a tua “turma”? Qual é a tua rede de apoio? Abrindo-nos à novidade e àquilo que antes nos parecia impensável, começamos a perceber os contornos do futuro. A realidade está a mudar e nós mudamos com ela. O nosso papel no colectivo precisa de reflectir essas mudanças, dando espaço a uma sociedade onde cabem as diferenças de cada um e a solidariedade de todos.
0 Comentários
A próxima Lua Nova traz consigo uma energia de novidade e leveza, mas também alguma volatilidade e instabilidade. Na próxima sexta-feira, dia 24, mais precisamente às 21h41, hora de Lisboa, 18h41 em Brasília, a Lua junta-se ao Sol nos 4° de Aquário e dá início à lunação deste signo. Este mês lunar traz o sabor do futuro, do que virá no final do ano quando Júpiter e Saturno se juntarem no primeiro grau do signo do aguadeiro, e é um prenúncio do ano que se seguirá, com estes dois planetas a atravessarem esse signo. Aquário procura um entendimento intelectual do mundo que o rodeia e tenta encontrar caminhos inovadores e originais que nos levem mais longe e mais alto. Este signo consegue contemplar as coisas com a perspectiva de uma águia que no seu alto voo vê, não só o momento presente, mas faz também uma projecção do que vem a seguir. Às vezes, a sua altitude gera distância, isolamento e incompreensão, mas o futuro raramente é compreendido ou aceite por todos. No entanto, esta energia de Aquário ainda ecoa o passado. Afinal Saturno, o seu regente, ainda segue em Capricórnio, acompanhado por Plutão e Júpiter. Poderemos já sentir os ventos de mudança a soprar na nossa cara e a querer levantar as nossas asas, mas na paisagem ainda está a montanha severa e inóspita do signo da cabra. Os dois luminares fazem uma quadratura com o disruptivo Urano, que está no início de Touro e acrescenta uma certa imprevisibilidade a esta lunação. Apesar de parecer que tudo se aquietou depois dos dois eclipses do começo do Inverno, o clima é de alguma tensão e ansiedade. A aparência de estabilidade pode ser rompida a qualquer momento, seja por algum acontecimento externo inesperado, seja por uma vontade interna de mudança ou um impulso de rebeldia contra uma situação que nos incomoda ou ofende. Antes de darmos espaço à acção, é importante perceber se o nosso ímpeto nos vai trazer algo de realmente benéfico e produtivo ou é apenas um escape estéril para a nossa sensação de frustração e cansaço depois do que passámos nos últimos dois anos. Vénus, o planeta das relações e do prazer, está em Peixes, um signo onde se sente como em casa, e derrete-se nos braços do subtil Neptuno que a deixa num estado de encantamento quase hipnótico. A deusa do amor num signo de Água compensa um pouco a aridez da energia de Aquário e de Capricórnio, os dois signos predominantes nesta Lua Nova e ambos administrados pelo austero Saturno. Estamos mais sensíveis, mais ligados uns aos outros e queremos acreditar no melhor do outro e no melhor de nós mesmos, abrindo assim espaço à fantasia e à ilusão. Mas também estamos mais susceptíveis ao sofrimento, mais compassivos e mais dispostos a aceitar as diferenças e a perdoar as ofensas. Só que Vénus não está tranquila, ela está em tensão com o destemido Marte que, em Sagitário, quer defender apenas uma verdade e irrita-se com a passividade e a falta de definição com que Vénus em Peixes se veste. Por sua vez, esta intimida-se com o excesso de confiança de Marte e refugia-se na alienação da sua imaginação. Mais uma vez, é importante tomar atenção aos impulsos, mesmo ao impulso para a inacção, e perceber qual a verdadeira motivação por trás da vontade de lutar, de confrontar ou até de fugir, ou por trás da vontade de ficar quieta e de não mudar nada. Desde Capricórnio, o mestre Júpiter apoia Vénus e empresta-lhe algum pragmatismo e objectividade para que ela possa aliar a sua sensibilidade aos seus recursos, de forma a que possamos realmente fazer alguma coisa com o que sentimos. No signo dos limites, Júpiter traz-nos a sobriedade do realismo, compensa as nossas divagações ilusórias e enganadoras e transforma as fantasias em possibilidades reais. Possamos nós ter os olhos e o coração igualmente abertos. Outro aspecto que ajuda esta Lua Nova a levar-nos para a frente é o sextil do energético Marte com Mercúrio, o nosso mensageiro e moço de recados, que segue mais à frente da Lua e do Sol em Aquário. A nossa cabeça está mais ágil, não apenas com uma grande capacidade de entender a big picture, mas também com a rapidez e a coragem para conseguir abrir os caminhos que nos permitem avançar. Por entre fadiga e irritação, ansiedade e empatia, este mês traz-nos também com um vislumbre do que pode vir a ser a nossa vida. Se calares todo o ruído à tua volta, o que ouves, o que vês? Quem és tu quando estás centrada e focada em ti mesma? Que visão tens para a tua vida daqui a um ano? Saber quem és e o que queres não te poupa dos desafios, mas dá-te a firmeza para permaneceres flexível, a imaginação para lidares com a realidade, a calma para agires depressa e a lucidez para viveres agora o teu futuro. Desde a última Lua Nova, que nos trouxe um eclipse solar, sentimos a tensão a aumentar. Algumas questões vieram ao de cima e tornaram-se mais insistentes do que esperávamos, chamando a nossa atenção de uma forma cortante e a preparar-nos para o eclipse lunar que aí vem. Um eclipse lunar traz a culminação daquilo que andámos a cultivar nos últimos meses. Lembra-te da intenção que puseste na altura do eclipse solar em Aquário, a 15 de Fevereiro último. Pensa no que fizeste entretanto para alcançar o teu objectivo e percebe se chegaste lá ou se, pelo contrário, ele se tornou um obstáculo. De uma forma ou de outra, agora é tempo de fechar um ciclo. Amanhã, sexta-feira, 27 de Julho, chegamos à Lua Cheia deste ciclo. Às 21h21, hora de Lisboa, e 17h21, hora de Brasília, Lua e Sol ficam frente a frente, a primeira aos 4° de Aquário e o segundo aos 4° de Leão, por isso este eclipse afecta especialmente aqueles que têm algum planeta ou ângulo no início dos signos fixos, Touro, Leão, Escorpião ou Aquário. Neste confronto, a Lua alinha-se perfeitamente atrás da Terra e, com a luz do Sol tapada pelo nosso planeta, a superfície lunar ganha uma cor avermelhada e densa e por isso se diz de sangue. Este será o eclipse lunar mais longo do século, com quase duas horas só de eclipse total, e esta Lua sangrante será visível em Portugal a partir do momento em que nascer no horizonte, às 20h47, e na metade oriental do Brasil a partir das 18h. Aquário é um signo que preza a independência e a originalidade, mas também tem tendência a chocar os outros com atitudes divergentes e radicais. Aqui a Lua torna-se distante e imprevisível, afasta-se porque se sente discriminada e para alcançar a segurança precisa de se libertar das convenções e das regras sociais. Bem próximo da Lua, a menos de um grau, está o impetuoso Marte a trazer-lhe uma grande dose de reactividade. Há já algum tempo que Marte forma uma quadratura com Urano que está no início de Touro. A primeira vez foi no meio de Maio, quando o planeta vermelho entrou em Aquário, e agora novamente nos últimos dias, em movimento retrógrado, quase a voltar a Capricórnio. O ambiente está carregado e nós andamos irritáveis, com a paciência de um gato assanhado e, de vez em quando, as faíscas saltam. A precipitação e os gatilhos inesperados provocam acidentes – um dia é um corte num dedo, outro dia uma torrada que deixamos queimar e, se tivermos sorte, os acidentes ficam por aqui… Um eclipse já é por si só um momento de inquietação, perdemos a luz e ficamos entregues à nossa própria escuridão. Com a proximidade de Marte, que arrasta consigo a tensão com Urano, o clima de ansiedade e a sensação de perigo iminente aumenta. De um lado estão a Lua e Marte em aspecto tenso a Urano. Os nossos instintos de protecção estão acesos e disparam à menor percepção de ameaça. Queremos libertar-nos do que nos limita o crescimento, há cortes a fazer, mas é importante avaliar as consequências antes de avançar com algum tipo de resposta. Marte está retrógrado nos céus e a acção fica virada para dentro, o movimento é mais interno e privado do que propriamente para fora ou visível para o grupo. Agora as decisões ficam ainda dentro de nós e os passos são dados para trás para ganhar o impulso necessário, e só depois, daqui a um mês, quando Marte regressar ao andamento directo, poderemos avançar com as nossas resoluções em segurança. Perto do grau do eclipse está sempre um dos Nodos e desta vez, muito perto, é o Nodo Sul, a Cauda do Dragão, que aponta as experiências já adquiridas, o território conhecido. Podes ter recebido algumas “visitas” do passado para te lembrares do que ainda precisas libertar-te. A sensação de isolamento e de rejeição em relação aos grupos, de não ter espaço para expressarmos quem somos acorda em nós uma grande revolta. Isto acontece com pessoas e situações externas, mas também com os nossos preconceitos e outras construções emocionais e mentais que levantámos para nos protegermos. Olhando para essa revolta, para essa força que cresce dentro de nós, como podemos usá-la de forma construtiva e benéfica para todos? Vamos à outra polaridade do eixo, onde estão o Nodo Norte e o Sol, ao signo de Leão. Aqui encontramos a honra, o orgulho e a genuinidade. Precisamos de pôr brio na nossa rebeldia, coragem na nossa diferença e coração na nossa desobediência. Precisamos ser nós próprios a reconhecer o nosso brilho, romper com os nossos medos e com os mecanismos de auto-protecção que criámos e que nos afastam dos outros. Precisamos ter a coragem de mostrar quem somos. Para já, estamos todos em modo selvagem, com os instintos afiados e prontos a saltar à menor provocação. Este eclipse é o auge deste período bastante intenso e desafiante, mas também vem com a dose certa de audácia para fazermos deste momento um ponto de viragem nas nossas vidas. O segredo é não encarar nenhum desafio ou afronta de forma pessoal, não responder a nenhum tipo de provocação e cultivar a paciência, a introspecção e, acima de tudo, o amor próprio. Mantém os dois pés no chão para não seres arrastado pelo vendaval, o coração aberto para poderes ver bem o teu brilho e o dos outros e ousa largar tudo o que compromete a tua verdadeira luz. Com o próximo eclipse solar daqui a quinze dias, fecha esta estação de eclipses e nós continuaremos as nossas vidas com o coração mais aberto, mais leve e mais luminoso. A Lua Nova de Aquário acontece na noite de quinta-feira dia 15, às 21h05, horário de Lisboa, e 19h05, horário de Brasília, nos 27° de Aquário. Este novo ciclo lunar é acentuado com um eclipse do Sol e os seus efeitos prolongam-se até ao próximo eclipse solar, em Julho deste ano. Eclipses anunciam mudanças, fins, inícios e, ao tocarem certos pontos do nosso mapa natal, eles indicam o que está a precisar de sair ou de entrar nas nossas vidas. Este eclipse também pode trazer de volta as questões que estavam em foco na altura do eclipse solar de 21 de Agosto, que aconteceu exactamente oposto a este. Aquário é o signo dos grupos, da consciência social, da liberdade de ser diferente, dos valores humanitários, do progresso e dos avanços tecnológicos. A nossa atenção volta-se para a relação com o grupo, com os amigos, com os círculos sociais e com o colectivo. Mercúrio, o planeta da comunicação e das ideias, faz uma conjunção muito próxima a esta Lua Nova e facilita a actividade mental, a troca de opiniões e o entendimento de certas situações. A tendência é querermos afirmar a nossa perspectiva pela diferença, pelo contraste. Mas, especialmente nos dias perto do eclipse, é importante entendermos de que sombras do nosso inconsciente vem essa posição ou corremos o risco de ser inconsistentes e vazios de propósito. Desde Escorpião, Júpiter, que amplifica tudo o que toca, faz quadratura à Lua, ao Sol e a Mercúrio e torna as opiniões ainda mais emocionais e extremadas. No entanto, é possível, sim, ter discussões motivadas pela paixão, desde que nos seja claro o nosso envolvimento com a questão e que sejamos honestos na nossa argumentação. Podemos usar a clareza e o distanciamento de Aquário para encontrarmos as razões que nos movem e para as tornarmos numa causa. Outra influência nesta Lua Nova é o sextil a Urano em Carneiro, um aspecto fluído que acentua a originalidade das ideias e a facilidade em encontrar soluções inovadoras e ousadas para velhos problemas. Estamos também com uma maior abertura para formas diferentes de estar e para a nossa própria diferença, aquilo que em nós é mais desencaixado ou fora da norma. Agora somos mais aptos a usar o nosso próprio discernimento e a olhar para a vida sem os filtros dos outros e sem os habituais constrangimentos sociais. Com esta lunação está favorecida a partilha de ideias mais progressistas e que assentem nos princípios da igualdade e da liberdade. Há muita coisa que precisa de ser arejada nas nossas cabeças, nos nossos grupos e na nossa sociedade e este é o momento para abrir as janelas e deixar que uma corrente de ar fresco desarrume o status quo. Medos antigos poderão vir ao de cima, recordando-nos do que ainda precisa de ser limpo, mas apenas para serem olhados e entendidos e, se já não nos fazem falta, que fiquem lá atrás. Romper com o passado não precisa de ser um movimento violento e sofrido, podemos olhar para trás com a lucidez do distanciamento, sabendo que o futuro é inevitavelmente diferente. Podemos perguntar-nos “Que mudança eu quero para mim, para a minha vida?”, “Que mudança eu quero para o mundo à minha volta?” e começar agora a disseminar essa mudança nos vários níveis em que nos cruzamos com os outros, pessoal, social e virtual. Vamos desarrumar as ideias para levar o mundo ao sítio certo. Depois da minha ausência na Lua Nova de Capricórnio, que teve lugar mesmo no fim do ano que terminou, volto com o artigo da Lua Nova em Aquário, a primeira de 2017. Esta acontece na noite de sexta-feira, dia 27, para sábado, dia 28, às 0h07 de sábado, em Portugal, e às 22h07 de sexta-feira, no Brasil. Os dois luminares encontram-se aos 8° de Aquário, o signo da amizade e dos grupos, mas também da independência e da diferenciação. Aquário é um signo de Ar, com uma grande capacidade de se distanciar emocionalmente das situações e de trazer um olhar imparcial e desprendido. Nesta Lua Nova, Sol e Lua não fazem aspectos maiores a nenhum outro planeta, o que acentua a natureza fria e desapegada característica deste signo. Podemos aproveitar a energia desta lunação para pôr em perspectiva a nossa vida, de uma forma geral, ou, preferencialmente, a área específica correspondente à casa do nosso mapa natal onde se encontra o oitavo grau de Aquário. Com a distância e o desprendimento que este signo nos oferece, conseguiremos ter uma noção mais clara do nosso papel e do nosso caminho, de como podemos manter a nossa individualidade e ainda assim permanecermos ligados aos outros. No entanto, neste movimento de distanciação corremos o risco de nos afastarmos demasiado e de nos isolarmos ao ponto de nos sentimos alienados ou discriminados, perdendo o contacto com a situação que estávamos a tentar avaliar em primeiro lugar. O aspecto mais forte desta Lua Nova é a quadratura que a amorosa Vénus em Peixes forma com o intransigente Saturno em Sagitário. Vénus no signo do amor incondicional vive as relações com entrega e uma enorme capacidade de aceitação. Saturno no signo do arqueiro obriga-nos a encarar as nossas crenças e as nossas convicções com pragmatismo e objectividade. Quando estes dois planetas formam uma quadratura a nossa abordagem a temas como relacionamentos, parcerias e até a nossa noção de auto-valor torna-se mais dura, mais rígida e pessimista. Este aspecto pode acentuar algumas expectativas idealizadas sobre a relação, sobre o outro e também sobre nós mesmos, fazendo-nos sentir mal-amados e até rejeitados. Mas também nos traz bastante realismo e põe limites nas nossas fantasias românticas. Assim, esta tensão vem pedir essencialmente que façamos um exame à forma com estamos ou não a respeitar a nossa verdade e os nossos princípios dentro da relação. Será que estamos a ser demasiado permissivos e, ao mergulharmos numa dependência do outro em nome da compaixão e do altruísmo, abandonamos o compromisso com os nossos próprios valores e com a nossa própria liberdade? Também a oposição de Júpiter em Balança a Urano em Carneiro, que marca o ano de 2017, é acentuada no início desta lunação pela quadratura-T que Mercúrio, aliado a Plutão, forma àqueles dois desde em Capricórnio. A palavra é poderosa e podemos ter tendência a querer guardar informação importante ou querer aceder a informação que não nos pertence, de forma a termos o domínio sobre determinada situação. Mas pode sair-nos o tiro pela culatra, pois vamos apenas acicatar a discussão já de si polarizada entre Júpiter e Urano — ou faço crescer o relacionamento ou expresso a minha individualidade — acabando por extremar mais ainda este conflito. Talvez a melhor forma de lidar com este aspecto seja assumir que uma conversa aberta e honesta, partindo de um princípio de isenção e neutralidade, pode ter um efeito transformador e curador para as duas partes envolvidas. Podemos usar o diálogo, e também o silêncio, não para manter uma posição de controlo, mas para restabelecer a confiança e o respeito num cenário fragmentado. Este mês há alguma tensão no ar e pode apetecer-nos apenas virar as costas e sair de cena, mas não será esta a atitude que nos faz crescer e verdadeiramente seguir em frente. Esta Lua Nova traz-nos o distanciamento e afastamento emocional necessários para que possamos olhar para nós mesmos e para o que nos rodeia com alguma dose de realismo e de perspectiva impessoal e desapaixonada, tirando os óculos cor-de-rosa e olhando para a vida com todos os seus tons, incluindo os mais escuros. À Lua Nova de Aquário podemos pedir que nos dê uma perspectiva aérea de uma determinada questão, ou até da nossa vida para que possamos alcançar um novo entendimento sobre nós próprios. Neste movimento poderemos também encontrar respostas diferentes e inovadoras que nos ajudem a viver a partilha com os outros, seja num relacionamento, nas amizades ou na comunidade, com mais liberdade, mais autonomia e mais individualidade. Primeiro precisamos ter a audácia de subir suficientemente alto e, de seguida, precisamos ter a humildade de voltar a descer à terra. |
Apoiar o meu trabalho:
Categorias
Tudo
Arquivo
Maio 2024
|