Acontece daqui a pouco, às 12h de Lisboa e às 9h de Brasília, a Lua Cheia, que este mês vem acompanhada por um eclipse penumbral, nos 3° de Balança. Isto significa que, enquanto a Rainha se enche no signo da relação e o Sol brilha no signo da individualidade, Carneiro, a Terra vai projectar a sua sombra na superfície lunar, trazendo a oportunidade de espreitarmos o outro lado da Lua e de desvendarmos algumas respostas sobre os temas deste eixo zodiacal. Será que me vulnerabilizo o suficiente numa relação para conseguir estabelecer uma ligação de confiança e de partilha ou luto para afirmar as minhas ideias? Será que consigo manter a minha independência e as minhas opiniões num relacionamento sem me perder no outro ou estou mais disponível para ele do que para mim? Qualquer que seja o pólo desta equação onde me sinto mais confortável, o difícil é encontrar o equilíbrio entre relacionamento e individualidade. Para isso é essencial, por um lado, conhecer o meu centro, identificar a minha verdade e ter a coragem de arriscar ser eu mesma em frente ao outro. Por outro lado, é fundamental saber estar vazia, receptiva, ter a capacidade de me diluir no outro, sabendo que, na verdade, eu e o outro somos apenas reflexos distintos da mesma existência. Será que é possível ser inteira e completa e, simultaneamente, ter espaço dentro de mim para o outro?
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Nos últimos dias, temos andado todos demasiado sensíveis, com a fronteira que normalmente nos separa dos outros demasiado ténue e indefinida, tornando-nos mais susceptíveis às energias colectivas do que habitualmente. Amanhã à noite, a confusão e a incerteza aumentam com o enlace do Sol e da Lua nas águas incertas de Peixes. A Lua Nova dá-se precisamente aos 18°55’ deste signo, à 1h54 do dia 9 de Março, em Portugal, e às 22h54 do dia 8, no Brasil, e traz consigo um eclipse solar total. Os eclipses potenciam as lunações, projectando a sua energia muito para além desse mês solar. O mesmo acontece com esta Lua Nova, cujos efeitos se irão manifestar durante os próximos seis meses. Assim, todas as pessoas que tenham no seu mapa natal algum planeta pessoal ou ângulo perto dos 19° de um dos signos mutáveis, Gémeos, Virgem, Sagitário ou Peixes, poderão sentir mais fortemente o impacto deste eclipse. Os dois luminares encontram-se no sofrido signo de Peixes, ainda a formar uma conjunção com o seu regente moderno, Neptuno, e outra bem mais apertada com Quíron, o centauro ferido. Esta lunação acorda em nós uma dor profunda de perda e abandono. Esta dor, que acreditávamos já haver superado ou esquecido, está a ser trazida à superfície porque as barreiras e os limites entre consciente e inconsciente estão mais frágeis. Sentimo-nos à deriva num nevoeiro denso e não conseguimos vislumbrar um caminho claro e seguro e isso evoca uma sensação de afastamento e solidão, a sensação de que já não temos disponível o colo infinito de onde uma vez saímos. Durante o eclipse, visível apenas em algumas partes da Indonésia e com a duração total de aproximadamente cinco horas, a Lua, que simboliza o inconsciente, tapa o Sol, a consciência. Assim, durante esse tempo, temos a oportunidade para nos ligarmos directamente à nossa dimensão mais profunda e mais afastada da Luz. Aí podemos encontrar os medos que dão origem ao nosso sofrimento e entregá-los às águas de Peixes, para que elas nos devolvam a leveza das dimensões mais subtis da vida. Sol e Lua estão conjuntos ao Nodo Sul, o que, se escolhermos seguir por aí, facilita este movimento de largar e deixar para trás o que pertence apenas ao passado. Júpiter, o regente tradicional de Peixes, encontra-se em Virgem, um signo que lhe é desconfortável, formando uma oposição muito apertada ao grupo formado pela Lua, Sol e Quíron. Corremos o risco de andar tão ocupados a tentar resolver as incertezas e os imprevistos destes dias, e de acharmos que somos capazes de suportar tanto, que negligenciamos o principal, a necessidade de ouvir o que nos vai na alma e de dar espaço à dor, senti-la, entendê-la e depois, só depois, deixá-la seguir o seu rumo para fora de nós. Saturno em Sagitário completa uma quadratura-T com aquela oposição, destacando ainda mais a forte energia de signos mutáveis deste momento. Rapidez, dualidade e falta de foco são algumas características deste modo, mas Saturno não gosta desta ausência de rumo e tenta controlar os acontecimentos, que é tudo o que não precisamos se queremos largar os padrões que nos magoam e nos fazem sofrer. Bloquear o fluxo dos acontecimentos só aumenta a tensão e torna o processo mais doloroso. Assumir a responsabilidade sobre a nossa dor, reconhecer os nossos limites e alinharmos o nosso próximo passo com um objectivo maior, isso sim, devolve-nos foco e confiança para levar este barco a bom porto. Que padrões de sofrimento queres largar nos próximos meses? Quais as tuas atitudes que contribuem para perpetuar essa dor? Quem és tu sem essa vítima colada à tua pele? Estas perguntas podem ajudar-te a fazer o trabalho proposto por este eclipse. A seguir, se puderes e como puderes, entrega as tuas respostas ao Mar. Ele e a Grande Mãe que nele habita saberão tomar conta das tuas dores e devolver-te o colo imenso que procuras. |
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Maio 2024
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