Na noite de quarta para quinta-feira, às 2h25 do dia 16 em Portugal e às 22h25 do dia 15 no Brasil, acontece a Lua Nova de Caranguejo/ Câncer, aos 23° 14’. Este é o primeiro momento de uma lunação que terminará no dia 14 de Agosto, com a Lua Nova de Leão, e que terá o seu auge no dia 31, quando a Lua em Aquário fizer oposição ao Sol em Leão. Agora é o momento de preparar as próximas quatro semanas e de semear aquilo que iremos colher daqui a quinze dias. Os dois luminares encontram-se no signo das águas primordiais, dos afectos e da pertença emocional, onde a Lua é Rainha. Além do Sol, Mercúrio e Marte também são recebidos no colo da Grande Mãe, enfatizando nesta lunação o passado e a memória como forças criadoras do futuro. Esta Lua Nova oferece-nos descanso e abrigo no seu útero escuro e acolhedor, mas logo percebemos que este conforto pode ser sufocante, que neste aconchego não há espaço para a divergência e para a originalidade, pois Urano em Carneiro/ Áries faz quadratura aos pares Lua-Sol e Mercúrio-Marte. Estes últimos fazem também uma oposição exacta a Plutão em Capricórnio, o que torna o nosso pensamento e a nossa acção ainda mais defensivos e reactivos. É importante olharmos para os nossos fantasmas e para os nossos medos e perceber de que forma estamos a projectá-los nas pessoas que nos são mais próximas, afinal o conflito existe primeiramente dentro de nós mesmos e os outros têm pouco a ver com a sua resolução. Talvez o melhor mesmo seja vivermos este binómio Mercúrio-Marte com a sensibilidade que lhe é dada pelo trígono a Neptuno, usando a assertividade e a determinação de ir fundo com compaixão e incondicionalidade, para com os outros, mas especialmente connosco mesmos. Os trígonos do Sol e da Lua a Saturno retrógrado em Escorpião, por um lado, e a Quíron, também retrógrado em Peixes, por outro, sublinham o tema dos medos e recordam que cada um de nós é responsável pela sua própria sombra e pela sua própria cura. Precisamos ir ao passado e à nossa memória para desenterrar aquilo que nos mantém presos a uma ilusão de segurança, não para deitarmos fora e esquecermos o que aconteceu, mas para perceber que podemos construir quem somos em cima desse desafio, reconhecendo que afinal os obstáculos e as dificuldades são apenas degraus que nos podem levar a novas alturas. O desconforto que Urano e Plutão causam aos planetas em Caranguejo leva-nos a seguir em frente para Leão, onde se encontra a conjunção de Vénus com Júpiter, já a perder força, com o primeiro a afastar-se, mas ainda assim suficientemente luminosa. Este par de planetas no generoso e espontâneo signo de Leão ajuda à expressão dos afectos, mas a quadratura de Vénus a Saturno destaca a responsabilidade implícita num relacionamento. É necessário lembrarmo-nos que existe uma outra pessoa e que, por vezes, demonstrações grandiosas, mas egocêntricas, que não servem ao outro, também não nos podem servir a nós. Esta lunação pede que mergulhemos nas memórias guardadas no nosso inconsciente, para as prisões e medos que se escondem nele, que observemos a criança que fomos e que se mantém dependente da aprovação ou rejeição dos pais. Depois de definirmos o nosso passado e de reconhecermos sobre que fundações construímos a nossa identidade, estamos prontos para saber quem somos hoje e aceitar a responsabilidade e a liberdade das nossas escolhas no futuro.
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