"A felicidade consiste em dar passos na direcção de si próprio e ver o que se é." Há uns dias, numa conversa com um amigo, perguntei-lhe se ele era feliz. Apesar da resposta que me deu ser irrelevante para este post, o importante foi perceber que a palavra “felicidade” tinha sentidos diferentes para nós os dois e isto deixou-me a pensar no que é afinal a felicidade. A primeira coisa com que me deparei foi com a armadilha de nos convencermos de que prazer é felicidade. Diariamente, na televisão, na rua e até os amigos e a nossa própria família garantem-nos que se sentirmos prazer seremos felizes. Porém, esta ideia é ilusória e perigosa. O prazer, ainda que nos proporcione um bem-estar instantâneo, é efémero e depende de algo exterior a nós próprios, uma coisa, uma pessoa, um acontecimento que não nos pertence e que não nos pode garantir o bem-estar a longo prazo, muito pelo contrário. O prazer é apenas o contrário da dor e, enquanto pensamos que estamos de um lado deste eixo, estamos inevitavelmente a experienciar também o outro. O bem-estar verdadeiro e a consequente felicidade vem de dentro de nós, da nossa própria essência. Ele acontece, quando somos fiéis a nós próprios, quando o que somos está alinhado com o que pensamos, com o que sentimos e com o que fazemos. Mais do que um momento fugaz, ou sequer uma meta, é um caminho que decidimos fazer. No entanto, na maioria das vezes, não é fácil seguir este trilho, há sempre uma parte de nós (na melhor das hipóteses, apenas uma) que está em desarmonia com as outras e que nos bloqueia e nos impede de ver o acesso ao que nos faz sentir verdadeiramente bem e vamo-nos perdendo e afastando cada vez mais da nossa rota. Entender estas incoerências, estes conflitos e o porquê de nos separarmos de nós mesmos ao longo da vida é essencial para começarmos a olhar todas as personagens que nos habitam. Quais delas entram conflito e não se aceitam umas às outras? De que lado é que nos colocamos, com que personagens nos identificamos e quais as que rejeitamos e fazemos por esconder? Quando trazemos para a consciência as respostas a estas questões, estamos prontos para começar a fazer o caminho da felicidade. A Astrologia é uma fantástica ferramenta que nos mostra de forma clara as ligações entre cada uma das nossas facetas e que nos ajuda a desenrolar o fio de Ariadne do nosso labirinto pessoal. A Astrologia não dá felicidade, mas dá-nos o mapa para lá chegar, pois, ao mostrar-nos todas as partes de nós próprios, ao mostrar-nos inteiros, possibilita-nos iniciar o caminho para o centro de nós mesmos, onde somos um só, onde encontramos a felicidade.
0 Comentários
O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
Deixe uma resposta. |
Apoiar o meu trabalho:
Categorias
Tudo
Arquivo
Maio 2024
|