Nas últimas semanas os acontecimentos precipitaram-se e, se prestámos atenção, pudemos ver que o que somos contrasta com o que fomos e as angústias que afinal já não existiam, eram apenas memórias às quais nos tínhamos apegado. Tivemos também a oportunidade para excisar essas mágoas e esses medos que já não nos pertencem, de forma a podermos habitar por inteiro uma nova realidade. E agora é altura de nos virarmos para a frente e para fora, para o futuro que já se faz presente. Lua e Sol abrem esta lunação de Leão às 21h44, hora de Portugal, 17h44, hora do Brasil, de hoje, terça-feira, dia 2 de Agosto. A cerimónia tem lugar nos 10°57’ daquele signo e conta apenas com a presença de dois planetas, Saturno e Neptuno. Apenas é uma força de expressão, pois a quadratura entre estes dois gigantes tem estado a marcar o ambiente deste ano. Curiosamente, desde a lunação de Gémeos, que todas as Luas Novas têm activado este aspecto tenso e vão continuar a fazê-lo até à lunação de Balança, tornando-o ainda mais parte do nosso dia-a-dia. Esta configuração dilui as fronteiras entre o ego e o absoluto, entre o individual e o colectivo. Para que isso aconteça, Neptuno vai dissolver estruturas, afogar resistências e Saturno encolhe-se no pessimismo e na falta de esperança ao ver os contornos daquilo que conhece a desmaterializarem-se e a desaparecerem. O casal real encontra-se no brilhante e vaidoso signo de Leão, domicílio do Sol, lugar da espontaneidade, da expressão pura, genuína e gratuita daquilo que somos antes de nos convencermos que não sabemos, que não conseguimos, que não somos suficientes. Lua e Sol fazem quincúncio a Neptuno em Peixes, que torna a nossa visão turva e a nossa energia dispersa. Queremos criar algo importante e relevante e percebemos que aquilo que julgávamos ser especial em nós afinal não nos pertence, mas faz parte de um todo maior. Por outro lado, o trígono que os luminares fazem ao competente Saturno no signo de Sagitário sugere precisamente que nos responsabilizemos pela expressão daquilo em que acreditamos. Não para nos engrandecermos ou nos evidenciarmos em relação aos outros, mas porque é para isso que cá estamos, para manifestarmos a nossa verdade. O corajoso Marte acabou de sair de Escorpião e retomou a sua viagem por Sagitário. Tivémos a oportunidade de cortar com tudo o que nos prendia e de deitar fora tudo o que já estava fora de prazo e a contaminar o resto das nossas vidas. Agora é o momento de projectarmos a nossa acção no futuro, de lutarmos pela nossa visão, de confiar e de acreditar que cada dia é uma aventura e uma revelação, mas é importante sermos coerentes com os nossos ideais. Vénus, a cara-metade de Marte, já está em tensão com esse planeta, mas, quando ela sair de Leão e entrar em Virgem, a quadratura ficará exacta. Podemos sentir que o entusiasmo recém chegado e o ímpeto da expansão e da liberdade interferem com os relacionamentos, minimizando a sua importância e afectando as questões mais práticas da relação. Marte também se aproxima da conjunção com Saturno, o que lhe dará a estrutura, a paciência e a disciplina necessárias para podermos materializar de forma responsável e séria os nossos empreendimentos mais visionários. Mercúrio, o planeta do engenho e da mente pragmática, opõe-se a Neptuno e forma quadratura com Saturno, mas também se aproxima do Nodo Norte. Ou porque estamos demasiado apegados ao idealismo da nossa ilusão, ou porque estamos demasiado deprimidos na nossa desilusão, corremos o risco de descurar os pormenores, os pequenos passos e as tarefas mais humildes. No entanto, são precisamente os pequenos gestos do quotidiano que nos salvam, o método e a fluidez que vêm da repetição e da atenção ao detalhe. Enquanto nós olhamos para o futuro e tentamos perceber se será um sonho ou um pesadelo, a vida continua e hoje é o futuro de ontem, da mesma forma que amanhã será o futuro de hoje. Esta lunação traz uma energia mais expansiva e extrovertida, para que possamos ter a audácia de ser quem somos e de brilharmos na nossa verdade. Nas próximas semanas vamos estar mais entusiastas, confiantes e espontâneos, mas é importante ter a humildade de reconhecer que não somos donos de uma verdade absoluta. O nosso brilho não deve ofuscar os dos outros e viver a nossa verdade com liberdade e transparência é um trabalho diário. Assim saiba cada um de nós brilhar por si, inocente e inteiro, como uma criança.
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