Nos últimos quinze dias os acontecimentos têm-se precipitado e muita coisa está a acontecer à nossa volta, mas também dentro de nós. A Lua Nova deste mês vem formar o quarto braço de uma grande cruz nos signos mutáveis e marca o ponto alto da quadratura T entre Júpiter em Virgem, Neptuno em Peixes e Saturno em Sagitário. Nos signos deste modo a energia dos elementos dispersa-se e multiplica-se, é irrequieta e instável, e por isso pede-nos síntese e integração. Sol e Lua têm encontro combinado nos 14° de Gémeos, na madrugada do próximo domingo, às 4h00 de Portugal e 0h00 do Brasil, e trazem-nos o desafio de permanecermos centrados e enraizados enquanto acompanhamos as voltas que a vida nos dá. Bem perto dos luminares, numa conjunção bastante apertada no versátil signo de Gémeos, está Vénus, o planeta dos relacionamentos. É o momento de dizer o que sentimos, comunicar a partir do nosso centro, mas também de abrir espaço ao outro para que possa fazer o mesmo e procurar entender o seu ponto de vista. O responsável e rígido Saturno opõe-se a estes três planetas desde Sagitário e, nesta conversa, uma das pessoas pode tornar-se inflexível na sua verdade, endurecendo o diálogo. Mas ser fiel a si próprio não implica fecharmo-nos à mudança que pode vir da troca de ideias, significa, sim, saber reconhecer os nossos princípios e separar o que é o fundamental do que é supérfluo. E honrar os nossos compromissos não tem que ser um esforço ou uma obrigação, não tem que ser feito por dever ou por medo do castigo. Honrar compromissos serve para estabelecermos relações sólidas, de confiança e de responsabilidade, onde a nossa própria estrutura e o nosso chão nos ajudam a chegar até ao outro. O eixo Gémeos/ Sagitário, ligado pela oposição entre Sol, Lua e Vénus, no primeiro signo, e o sério Saturno, no segundo, é cortado por outro eixo formado por Júpiter, em Virgem, oposto a Neptuno, em Peixes, cada um destes planetas em tensão com o simpático trio em Gémeos. Podemos ter tendência ao julgamento e a perdermo-nos em detalhes e contabilidades sem importância alguma. Por outro lado, podemos preferir meter os óculos cor-de-rosa e ignorar os problemas e as angústias, ou ainda distorcer a mensagem, deixando-a propositadamente vaga e confusa. Mas a comunicação pode ser auxiliada por estas duas forças se tivermos a humildade de usar a empatia, a tolerância e a vulnerabilidade em vez do rigor e da razão. Quem acolhe esta Lua Nova, é o versátil Mercúrio que se encontra em Touro, um signo demorado e paciente, que abranda o processamento das frenéticas mudanças que vão acontecendo em nós e ao nosso redor. Assim estaremos a funcionar em dois ritmos, um mais rápido e inconstante e outro mais lento e menos visível, com toda a inadequação e desajuste que isso implica. Por um lado, sentimos que está tudo a acontecer a uma velocidade relâmpago, por outro, parece que, apesar das reviravoltas, não saímos do mesmo lugar. Mercúrio opõe-se a Marte retrógrado em Escorpião e forma ainda um grande trígono de Terra com o sábio Júpiter, em Virgem, e com o denso Plutão, em Capricórnio. Nas conversas vão surgir assuntos difíceis, relacionados com dinheiro, sexualidade ou medos, assuntos que até agora temos mantido secretos ou, simplesmente temos conseguido evitar, mas que se tornam incontornáveis. O que vem à superfície são antigos fantasmas, que já não pertencem a este lugar onde agora nos encontramos e aparecem precisamente para serem desconstruídos, limpos e curados, pois já não há espaço para padrões antigos nesta nova realidade que começamos a viver. Este não é o tempo para tomar grandes decisões ou para definir novos rumos. Se insistirmos em correr, acabaremos por perceber que estivémos a andar em círculos. É, sim, o momento para conhecer este novo sítio onde nos encontramos e perceber o que é realmente importante e estrutural em nós, o que nos ergue e eleva, e o que é dispensável, o que nos pesa e nos mantém presos a um passado que já não existe. Onde estou eu no meio deste turbilhão? Quem sou eu se, para atender a tudo e a todos, tenho de ser tantos ao mesmo tempo? Onde é o meu centro, o meu lugar? É a partir daqui, deste centro, que saímos da periferia da nossa vida e estaremos assim disponíveis para, passinho a passinho, seguir adiante, para um futuro que já se faz presente.
3 Comentários
maria
3/6/2016 10:39:00
Gostei. valeram os toques.
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Ana Paula Sousa
4/6/2016 13:57:51
Delicada e certeira <3 <3 Gosto tanto
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Rosa
6/6/2016 10:51:34
Obrigada, explicou por palavras claras e conselheiras do melhor caminho, o que esta a manifestar-se na minha vida.
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