O próximo mês lunar começa na noite de 28 de Outubro, às 4h28 de Lisboa, 00h28 de Brasília, quando a Lua cai na sombra do Sol aos 4° de Escorpião. Este é o signo das águas paradas, dos pântanos, dos poços e de todos os lugares escondidos que preferimos evitar. Mas nas profundezas da aparente imobilidade existe uma força que é capaz de mover montanhas e de criar tempestades poderosas e avassaladoras. Por trás da couraça impenetrável do Escorpião fermentam paixões intensas, tão fatais quanto regeneradoras. Além do Sol e da Lua, também Vénus e Mercúrio estão a atravessar Escorpião, acentuando o ambiente de ansiedade e desconfiança. Melhor que ninguém, este signo sabe que as aparências enganam e está sempre atento a qualquer sinal que possa revelar vontades veladas e intenções subterrâneas. Nestas águas joga-se o tudo ou nada, qualquer situação pode tornar-se uma batalha de vida ou de morte e por isso é tão importante guardar todos os trunfos que encontramos no caminho. O único aspecto dos luminares é a oposição a Urano em Touro, o que acrescenta a esta Lua Nova uma grande dose de imprevisibilidade e até de caos. Encontros inesperados, atitudes inusitadas ou mudanças repentinas de planos podem surpreender-nos e deixar-nos atordoados com a brusca alteração de rota. O melhor é não fazer demasiados planos e deixar bastante espaço de manobra para que um ou outro acidente súbito não nos atire ao tapete. Às vezes precisamos de um abanão para sairmos dos caminhos habituais e ousarmos percursos diferentes que poderão levar-nos a novos horizontes. Marte, que tem sob a sua alçada o signo de Escorpião e todos os que aí se encontram, está em Balança, exilado e sem forma de comunicar com os seus súbditos. Para além destes constrangimentos, a quadratura exacta que forma com Saturno em Capricórnio ainda nos limita mais os movimentos e recorda-nos que a nossa vontade e a nossa capacidade de acção estão sujeitas a forças maiores e mais pesadas do que nós. Quanto mais quisermos manobrar e dirigir as situações e as pessoas à nossa volta, mais vamos aumentar a nossa frustração, correndo até o risco de nos magoarmos a sério. Quando assumimos que controlamos as circunstâncias externas muito menos do que gostaríamos torna-se mais importante e urgente aprender a gerir o nosso mundo interno, os nossos desejos, as nossas fúrias e nossa verdade. Poucos dias depois da Lua Nova, Mercúrio, o planeta da comunicação e das ideias, estaciona quase no fim de Escorpião para iniciar o seu percurso retrógrado durante as próximas três semanas, ou seja, a maior parte do tempo desta lunação. Durante estes períodos, as deslocações parecem demorar mais, as combinações, compromissos e contractos podem atrasar ou ficar sem efeito e outros assuntos do nosso quotidiano parecem ser mais complicados de resolver do que o normal. Com Mercúrio retrógrado em Escorpião, os assuntos em revisão poderão ser mais densos e as suas consequências mais profundas do que apenas chegar atrasado para um café com os amigos. Podemos ser confrontados com alguém do passado com quem preferíamos não nos voltar a cruzar. Talvez seja um segredo que pensávamos ter deixado bem enterrado que regressa à superfície. Ou pode ser ainda uma conversa difícil que foi silenciada porque sabíamos que depois de ditas certas coisas nada poderá voltar a ser o que era antes. O que quer que seja, é uma oportunidade para limpar emoções, matar dores antigas e recuperar algum tesouro que ficou esquecido no meio do lixo. O que é que precisas de dizer a alguém, ainda que dizê-lo possa ser fatal para a vossa relação? O que é que estás a "aguentar" há tempo demais? A paz podre que alcançaste com os outros é assim tão mais compensadora do que leveza da tua verdade? O que é que está reprimido no teu peito e precisa de se soltar? Aproveita esta lunação para fazer uma introspecção profunda e perceber que segredos te pesam. Este mês, quanto mais tentarmos controlar alguma coisa, mais aquilo que queremos controlar irá rebentar na nossa cara. Pode ser difícil abrir mão de algum tipo de poder ou de domínio, talvez acreditemos que o risco de deixar as coisas fluir é demasiado elevado, mas se insistirmos em guardar aquilo que não é nosso, que pertence à vida, poderemos ter de lidar com consequências imprevisíveis. Podemos escolher entre sentir uma grande pressão ou enorme alívio. Qual o preço que preferes pagar, o da servidão ou o da verdade?
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