Chegámos a Novembro, ao âmago das águas fixas de Escorpião. É o momento de tocar no fundo do poço e ganhar o impulso necessário para, a seguir, em Sagitário, voltar à superfície com a alma revigorada. Façamos então o mergulho escorpiónico na profundidade dos nossos desejos e dos nossos medos. Esta tarde, Lua e Sol fundem-se um com o outro na intimidade do signo de Escorpião às 17h47, em Lisboa, e às 15h47, em Brasília, aos 19° deste signo. Esta Lua Nova é propícia para gerar intenções de cura e de transformação. A Lua Cheia será no grau 3 de Gémeos, no dia 25, às 22h45 de Portugal, 20h45 do Brasil, e será o clímax daquilo que escolhermos plantar hoje. A Lua Nova desta tarde, escondida nos abismos de Escorpião, está conjunta a Mercúrio, no mesmo signo, e forma um sextil ao intenso Plutão, que recebe, juntamente com Marte, os dois luminares, favorecendo as conversas profundas e a auto-análise. É importante conseguirmos olhar para nós mesmos a partir de um lugar de sinceridade e transparência, sem esquemas e sem manipulações, só assim a oportunidade de purga e catarse oferecida por este novo ciclo estará ao nosso alcance. Júpiter, o planeta da expansão e do optimismo, está em Virgem e também participa neste movimento de introspecção, pois ele liga-se a Plutão por trígono e a Mercúrio, Lua e Sol por sextil, abençoando com a sua benevolência os processos escorpiónicos. Marte, que partilha com Plutão a regência de Escorpião, está no último grau de Virgem e dá-nos uma última chance de definir prioridades e de trazer alguma ordem para os nossos desejos e emoções, antes de entrar em Balança, onde se sentirá mais desconfortável e inadequado. Esta tarefa de Marte torna-se mais significativa por causa da conjunção ao Nodo Norte, que será exacta no dia seguinte e que nos revela a importância que poderá ter o aperfeiçoamento das nossas acções e das nossas decisões na definição do nosso futuro. Marte é ainda apoiado por Vénus, em sua própria casa, Balança, que traz consigo o tema do equilíbrio e da justiça em todos os pequenos passos que damos. Para além de acontecer no signo da regeneração, esta união das luzes está em aspecto fluído com a oposição formada entre Júpiter e Quíron. Os dois professores estão a mostrar-nos as feridas que ainda carregamos e a ampliá-las, mas Sol e Lua em uníssono revelam-nos a saída do sofrimento: virar os olhos para dentro e largar o que nos pesa e que já não nos faz falta. Plutão facilita-nos esta purga e empresta-nos todo o poder pessoal que cada um de nós consiga chamar para si. Em pano de fundo, começa a formar-se a quadratura de Saturno em Sagitário a Neptuno em Peixes, que terá mais força durante este mês e o próximo e regressará depois nos meses de Junho a Setembro do ano que vem. Este aspecto tenso entre o planeta da estrutura e da realidade e o planeta da fantasia e da diluição pode trazer um sentimento de desilusão ao percebermos a dificuldade de trazer sustentação para os nossos sonhos. Por outro lado, esta influência também lança incertezas e dúvidas sobre aquilo que já construímos e que pensávamos estar sólido e cristalizado. De qualquer das formas, a sensação de desesperança e de descrença pode criar um vazio favorável à apatia, ao pessimismo e à depressão. Afastado de tudo isto, mas não esquecido, está Urano em Carneiro. O grupo constituído por Lua, Sol e Mercúrio, por um lado, e Júpiter, por outro, formam entre si o sextil de que já falei e cada lado desse aspecto forma um quincúncio com o planeta das revoluções, que é como quem diz, apontam-lhe o dedo, o dedo de Deus. Afinal toda a dor que está a vir à superfície e todo o lixo que estamos a limpar vêm do choque provocado pela libertação de modelos que não fomentam a nossa própria força nem a nossa capacidade de iniciativa e de autonomia. Se estamos confortavelmente encaixados em relações de co-dependência onde somos à vez pais e filhos uns dos outros, mas nas quais nunca nos permitimos ser adultos auto-suficientes e emancipados, é normal que as energias de Urano em Carneiro nos pareçam arrasadoras. Esta tarde ou esta noite, reserva uns minutos e pergunta a ti próprio: O que é preciso eu libertar para ser mais independente? Que padrões emocionais me prendem e me fazem sofrer? Que crenças limitadoras preciso matar dentro de mim para que os meus sonhos ganhem asas? Se te fizer sentido, pede ajuda a um oráculo para encontrares as tuas respostas. A Lua Nova de hoje pode ser a medicina que esperavas para curar as tuas feridas de apego e de dependência.
1 Comentário
Cidália Terra Seca
11/11/2015 21:17:56
Excelente 👌 texto e orientação 🔦. Bem Haja pela partilha 💜. Namastê
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