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Lua Nova em Carneiro — A minha perspectiva muito pessoal + Retorno de Quíron

4/4/2022

7 Comentários

 
Um arco-íris sobe para a direita da imagem. Acima do arco-íris encontra-se uma única nuvem branca.
Fotografia de Khongor Ganbold em Unsplash

Lua Nova: 11˚ Carneiro 31'
Lisboa: 1.Abr.22, 7:24
Brasília: 1.Fev.22, 3:24

​Percepciono o mundo através de sensações, emoções e sentimentos. O que significa que sou hipersensível, tanto a nível emocional como sensorial.

(Para simplificar, e porque dentro de mim é difícil separá-los, vou usar a palavra sensações e sentir para falar sobre estas ideias durante o resto do texto).

Sinto demasiado. Sinto intensa e profundamente. Mas na maioria das vezes não tenho consciência do que estou a sentir.

Para me tornar consciente de algumas das minhas sensações, tenho de parar e ficar um pouco com a sensação que está presente. Não é fácil. Às vezes, as sensações são demasiado desconfortáveis e não as quero ver cara a cara. Quero afastar-me. Mas já sei que sentar-me com elas é a única saída, e, se e quando me sentir suficientemente segura, então abro a guarda e deixo sair essas sensações para poder olhar para elas e conhecê-las.

Digo olhar para elas, porque, normalmente, as sensações vêm com imagens. Não imagens reais, cheias de detalhes, contornos e definição. Mais como imagens subjectivas, oníricas, carregadas de simbolismo e significado. Uma ideia pré-verbal que de alguma maneira serve como uma forma, ou uma estrutura, através da qual as sensações podem tornar-se mais distintas e visíveis para mim. Por vezes as imagens são memórias ou histórias que na minha cabeça são descritivas desse sentimento, emoção ou sensação.

É por isso que, por vezes, tenho de contar uma história para conseguir transmitir o meu ponto de vista. Outras vezes, se tiveres sorte, eu já sintetizei a história numa fórmula verbal que é mais directa e de fácil digestão para as outras pessoas.

Este é o último passo, verbalizar a imagem. Isto normalmente leva tempo. Muito tempo, dependendo se o contexto é novo ou inesperado para mim.

Às vezes não digo nada. Não porque não se passa nada dentro de mim. Não porque não esteja consciente do que se passa à minha volta (embora de vez em quando isto também seja verdade, mas este assunto fica para outra altura). Mas porque estou a processar todos os estímulos nesse modo sensitivo inicial, e vou levar algum tempo, de preferência num ambiente seguro, a processar a minha resposta em palavras compreensíveis que eu e as outras pessoas possamos entender.

Os meus começos são neste modo sensível, instintivo, muito cru e quase animal, onde estou muito atenta a tudo e a processar todos os inputs a um nível muito profundo e inconsciente.

A energia direccionada para este processo é muita e, enquanto isto está a acontecer, não há ninguém no leme. A tripulação está toda reunida à volta das informações que estou a receber e o navio ficou em piloto automático.

Acredito que todos os nossos começos têm o mesmo padrão. Quem somos e como reagimos no início de qualquer processo é semelhante a quem éramos e como reagíamos no início da nossa vida. (Explico isto aqui.)

É por isso que é sempre tão difícil definir-me quando me encontro num novo contexto. Quando estou nesse modo sensível dos inícios, não sei quem sou. A definição só acontece em relação, e, enquanto estou a sondar, a sentir e a processar a um nível inconsciente cada estímulo que recebo do mundo exterior numa determinada situação, ainda não consigo saber quem sou nessa situação.

No meu mapa natal, o asteróide Quíron, o centauro estudioso e curador, está em Carneiro, signo da definição e da assertividade, na décima segunda casa, o lugar da inconsciência e da perda de identidade. Este asteróide simboliza o sofrimento e as feridas que nunca fecham. Mas é também acerca de rendição, aceitar essa ferida e ensinar os outros sobre esse tema.

Definir-me é uma espada de dois gumes. Ser vista significa que estou a abrir a possibilidade de rejeição. Não ser vista significa que não vou conseguir satisfazer as minhas necessidades.

O meu Quíron natal está muito próximo desta última Lua Nova em Carneiro, que aconteceu em conjunção com o mesmo asteróide em trânsito. Isto significa que estou a passar pelo meu retorno de Quíron, aquela altura na vida em que o centauro regressa à sua posição natal e nos obriga a desfazer as malas e lidar com toda a bagagem acumulada até ao momento presente.

Na verdade, estou já no final deste trânsito, e posso dizer-te que tem sido uma viagem bonita, muito profunda e muito intensa.

O centro desta viagem tem sido a minha auto-descoberta autista. Compreender-me através desta lente que tem todas as cores do arco-íris e encontrar o meu próprio contorno nesta dimensão escondida e tantas vezes mal compreendida da neurodiversidade é o ensinamento que Quíron tinha para mim este tempo todo. Há dois anos, não teria conseguido explicar-te o meu padrão de processamento como descrevi acima pela simples razão de que não me era conhecido com este detalhe e profundidade.

Mas esta descoberta não é sem dor. Nomear-me, ser capaz de dizer "sou autista", é por vezes recebido com incompreensão ou mesmo confronto. A tal espada de dois gumes.

A questão é que, ao conhecer mais dimensões de mim própria, não as posso desver, não posso voltar àquela pessoa indefinida, bem comportada, maleável e pronta a adaptar-se ao mundo exterior. À medida que conquisto cada vez mais paisagens interiores, torna-se mais difícil corresponder às expectativas das outras pessoas e às normas sociais.

Nesta lunação, com Quíron conjunto à lua nova em Carneiro, conhece quem és, define-te e diz o teu nome.

Eu sou a Bárbara. Astróloga. Autista. Opinativa.
​
Quem és tu?
7 Comentários
Lavínia Maria da Franca
6/4/2022 14:38:03

Olá Bárbara, para ir directa ao assunto: não me faz sentido que a Bárbara se apresente como "Bárbara . Astróloga. Autista. Opinativa"
A Bárbara ama a astrologia e pratica-a como gosta: astróloga.// A Bárbara é opinativa: uma mais valia, nos tempos que correm ou que sempre correram.//A Bárbara é autista: é aqui que não estou bem de acordo consigo, Bárbara. O síndrome de Asperger é, entre outras coisas, uma outra forma de se ser excepcional, neste mundo. Também, não me sinto "à vontade" quando dizem "sou autista", sou canceroso"...... a pessoa não É a doença. Os franceses usam uma expressão mais "doce" para Asperger: Aspie :) E, finalmente, quem não tem um "sintoma" de Aspie? Eu tenho, Bárbara e, se calhar, também sou "Aspie". Um dos meus irmãos, se calhar, também o é. Mas, acima de tudo, somos Espíritos a vivenciar experiências terrenas. Somos Almas, que não estamos "separadas" do Pai Supremo mas, sim, ligadas a Ele e vice versa. Somos todos diferentes mas somos UM. Bárbara: era mais ou menos isto que eu queria transmitir-lhe. Não ponha isto "no público" ;) Um beijinho. Lavínia

Responder
Bárbara Bonvalot
6/4/2022 17:38:34

Agradeço o cuidado, Lavínia.
Ainda temos muito a aprender sobre o autismo.
Nos últimos dois anos aprendi muito sobre o autismo e percebi que a melhor forma de aprender sobre o autismo é ouvir pessoas autistas a falar na primeira pessoa.
Deixo aqui a sugestão da página "Crónicas na 1ª Pessoa", do site da Associação Portuguesa Voz do Autista, uma associação formada por pessoas autistas: http://vozdoautista.pt/cronicas-na-1a-pessoa/page/2
Um beijinho!

Responder
Lavínia Maria
6/4/2022 20:43:14

Obrigada, Barbara. realmente, nada sei sobre o autismo.
Um beijinho :)

Olga
6/4/2022 14:53:24

Que partilha mais LINDA e MARAVILHOSA!! Obrigada Barbara, pela tão sincera partilha e por desafiares-me a ser quem sou, a dizer o meu nome, a dizer o que sou, sem medos.

OBRIGADA!!! <3

Responder
Bárbara Bonvalot
6/4/2022 16:44:44

Obrigada pela tua presença e pelo teu carinho, querida Olga :)
Muitos beijinhos ***

Responder
Ana Catarina Mendes
7/4/2022 00:14:14

Obrigada, Bárbara! Que síntese. Que força a deste texto. E o desafio?
Então:
Eu sou a Catarina. Mãe. Mentora. Comunicadora.

Responder
Bárbara Bonvalot
9/4/2022 17:03:55

Olá, Catarina 😊😘

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