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A liberdade de não ter escolha

11/4/2016

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Há uns dias li um texto de uma amiga que falava sobre escolhas e sobre a inevitabilidade de fazermos aquilo que nos é “preciso, necessário e vital.” Lembrei-me que, há uns meses, quando me perguntaram porque é que eu me tornei astróloga, eu respondi “não tive escolha”, foi um caminho que, por muito que eu tivesse resistido, se mostrou inevitável. No desenvolvimento pessoal é consensual que sermos quem verdadeiramente somos e expressar o nosso eu mais genuíno é o caminho para a felicidade. No entanto, nem sempre essa manifestação de autenticidade é aceite pela nossa sociedade, especialmente se tocar num dos grandes tabus, a sexualidade e as questões de género. Sexualidade, papel social de género, identidade de género e sexo biológico não acabam na definição binária masculino/ feminino. A vida e os nossos comportamentos não são assim tão a preto e branco, tão lineares.

Não é linear a sexualidade, apesar de, cada vez mais, a sociedade se abrir à aceitação de comportamentos que se afastam da “norma”, como a homossexualidade, a bissexualidade e todo o arco-íris de possibilidades que existe na expressão saudável e ecológica do nosso lado sexual. Não é linear o papel social de género – durante o século passado o movimento feminista conquistou para as mulheres muito espaço que antes a sociedade reservava aos homens. Acredito também que, aos poucos, os homens vão começando a “invadir” o território feminino, assumindo tarefas domésticas e profissões tradicionalmente reservadas às mulheres. Não é linear a identidade de género – Laerte, cartunista brasileira, Eddie Izzard, actor e humorista de stand-up, ou ainda Chaz Bono, filho de Cher e Sonny Bono, são exemplos de diferentes vivências da transgeneridade. Não é linear o sexo biológico – o número de bebés que nascem com ambiguidade sexual é cerca de um em cada cem, bem maior do que a atitude da sociedade em relação a esta questão nos faria supor.

Nada disto é linear, mas vivemos ainda num sistema social que insiste em organizar-se segundo um padrão polarizado, que dá liberdade de expressão aos comportamentos que consegue rotular e mantém à margem tudo o que seja diferente, desigual e dissonante. Em Astrologia, Urano rege tudo o que foge à norma, tudo o que fica fora da caixa, fora das classificações, os mutantes e os rebeldes, os revolucionários e os radicais e, desde 2011 e até 2019, este planeta está a passar pelo signo de Carneiro, o signo da afirmação e da individualidade. Este trânsito facilita e promove a expressão da verdade individual, a libertação corajosa e assertiva dos nossos medos e bloqueios, não apenas a nível pessoal, saindo do armário e confrontando família, amigos ou colegas, mas especialmente enquanto colectivo, abrindo-nos para comportamentos e formas de estar mais abrangentes e coloridos do que uma visão a preto e branco da vida.

Acredito que os tempos que correm estão a trazer grandes avanços e transformações sociais a este nível. Dois exemplos rápidos: dos dezasseis países que reconhecem legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, oito fizeram-no entre 2010 e o ano passado; a Argentina reconhece legalmente um terceiro género desde 2012 e a Alemanha e a Índia desde 2013. Espero que os próximos anos tragam ainda mais progresso nestas áreas e que comportamentos hoje considerados chocantes e aberrantes se tornem tão normais e aceitáveis como a heterossexualidade e a família “tradicional” – entre muitas aspas, porque sempre existiram muito mais modelos de família do que apenas aquele que entendemos como tradição.

A propósito de como se começou a vestir de forma feminina, Laerte diz “o meu movimento inicial é uma necessidade, um desejo, uma vontade que se torna cada dia mais evidente”. Eu não escolhi ser astróloga e a minha amiga não escolheu ser fotógrafa, mas temos a liberdade de manifestar aquilo que somos, através da forma que nos é mais natural e inata, para mim as metáforas e o simbolismo, para ela a construção da imagem. Da mesma forma, outras pessoas não escolhem a sua sexualidade, ou o género com que se identificam, ou o corpo ambíguo com que nascem, no entanto, são forçadas a negar aquilo que são, para caberem nos modelos socialmente disponíveis, masculino ou feminino. Às vezes, mais vezes do que pensamos, a expressão verdadeira daquilo que somos passa pela vivência da nossa sexualidade, ou do nosso género e não cabe numa letra, M, F, ou LGBT. Às vezes, mais vezes do que pensamos, ter a liberdade de não ter escolha, mas de apenas ser quem realmente somos é o único caminho para sermos felizes, não só a nível individual, mas, essencialmente, a nível colectivo.

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