O foco das últimas semanas têm sido os relacionamentos, a sua verdade e o seu potencial de aprendizagem e de crescimento. Entretanto, Vénus entrou em Sagitário, aligeirando as relações com alguma dose de soltura e de liberdade. Mas a entrada de Sol e Mercúrio em Escorpião veio acrescentar um olhar mais grave e profundo sobre a vida. A próxima Lua Nova ocorre precisamente em Escorpião, o signo das águas turvas e intensas, onde precisamos de mergulhar porque é no fundo dessas águas que se esconde o outro lado de nós, aquele que nos completa. No próximo domingo, dia 30, às 17h37, em Portugal, e às 15h37, no Brasil, as duas luzes do nosso céu têm o seu rendez-vous aos 7°43’ deste signo, dando início a uma lunação que nos encaminha para o mundo interior e recolhido de Escorpião. Muito perto da Lua e do Sol está Mercúrio, o mensageiro dos Deuses e o único que pode viajar livremente entre os dois mundos, o mundo da superfície e o mundo subterrâneo. Durante este mês podemos procurar entender o que se esconde debaixo do pano e explorar aquelas emoções que se escondem fundo dentro nós, por exemplo, no contexto de uma psicoterapia. Mercúrio em Escorpião é propício a conversas profundas e reveladoras, conversas em que se confessam segredos e se iluminam sombras que escondíamos da nossa própria consciência. O foco é na inteligência intuitiva, no saber sentir, saber sentir-me a mim, saber sentir o outro e saber sentir aquilo que nos conecta. Lua, Sol e Mercúrio sintonizam-se com Neptuno em Peixes, favorecendo o contacto entre a realidade visível e a invisível. O planeta da intuição ajuda a levantar os véus que normalmente nos separam do não manifestado e a ligação entre o que é interno e o que é externo, já de si potenciada nestes dias do ano, está amplificada. Assim, a energia que na maior parte dos dias nos passa despercebida, durante esta altura, estará mais perceptível e tangível. Prestem especial atenção a sonhos, a intuições e à imaginação. Esta é uma lunação inspirada e que pode ser aproveitada para deixarmos fluir para a manifestação muito daquilo que habita o nosso inconsciente, seja através da escrita, do desenho ou qualquer outra forma de arte. O resultado irá com certeza surpreender-nos. Quem recebe esta Lua Nova é Marte, que está muito confortável em Capricórnio, onde a sua energia fica orientada para objectivos práticos e ambiciosos. O planeta vermelho afasta-se de uma conjunção com Plutão e ainda estamos na esteira do aceleramento compulsivo dos últimos dias, especialmente no campo profissional. No entanto, Marte faz também uma quadratura a Urano em Carneiro e há a tendência de nos focarmos demasiado no esforço de cumprir metas e de subir mais alto, esquecendo-nos de parar um pouco para avaliar o nosso nível de ansiedade e de exaustão. Desta forma, corremos o risco de atingir um ponto de ruptura e algum incidente inesperado e descontrolado nos obrigar a fazer essa mesma paragem de forma repentina e abrupta, implodindo todos os nossos planos. Por outro lado, Vénus, o planeta da partilha e do relacionamento, encontra-se com a gravidade de Saturno, mas os dois desentendem-se com Neptuno. Parcerias e relações tornam-se mais sérias e têm que lidar com novas responsabilidades e novos limites que surgem como consequência da consolidação da ligação. No entanto, isto vai desfazer as idealizações e os sonhos que cada um tinha sobre o outro e sobre a relação em geral. Este conflito entre realidade e fantasia pode tornar-nos pessimistas e descrentes da outra pessoa e do potencial da união ou, pelo contrário, pode desenvolver em nós a capacidade de largar o que gostávamos que fosse para podermos aceitar o que é. Só assim, conseguiremos continuar a caminhar em frente, com um chão concreto debaixo dos nossos pés, um chão construído a dois e, por isso, tão mais forte e, por isso, tão mais verdadeiro. Esta Lua Nova e as semanas seguintes podem ser reveladoras de realidades que até agora nos passaram despercebidas. A comunicação com um lado mais subtil da existência está favorecida. As portas para outras dimensões da nossa realidade, para outras dimensões de nós mesmos estão abertas. Mas precisamos estar atentos, precisamos saber silenciar o que vem de fora e saber distinguir o que é nosso do que é dos outros. Entender e aceitar a realidade é também entender e aceitar a realidade de dentro, porque, na verdade, é apenas isso que a realidade de fora nos reflecte de volta. Saibamos nós harmonizar as duas.
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