Bárbara Bonvalot - Astrologia
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Lua Nova em Peixes 2021 — Sonhos partilhados

12/3/2021

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Vista de cima de duas mulheres com vestidos brancos que parecem estar a dançar dentro de uma piscina com fundo azul.
Fotografia de Bruce Christianson em Unsplash

Lua Nova: 23° Peixes 03’
Lisboa: 13.Mar.2021, 10h21
Brasília: 13.Mar.2021, 7h21

As últimas semanas renovaram-nos a esperança, trouxeram avanços científicos e tecnológicos e, em Portugal e noutros países, já se fala em desconfinamento. Nos últimos dias algumas situações que pareciam estar presas há algum começaram a desbloquear e a encontrar resolução. Voltamos a olhar para o futuro e vamos reinventando formas de nos ligarmos uns aos outros, enquanto sentimos que a vida recupera movimento.

Signo de Peixes

Sábado, dia 13, logo pela manhã, Lua e Sol fundem-se nas águas infinitas e mutáveis de Peixes. O último signo do zodíaco é o mais sensível de todos e pode ter dificuldade em enraizar-se e em encontrar sentido num mundo que fica tão aquém da perfeição.

Peixes tem tendência a fugir da realidade, dispersando-se em sonhos, fantasias e contemplação. Mas é também essa a sua grande dádiva, a capacidade de ligação ao lado intangível da nossa existência e que pode ser traduzida numa manifestação artística ou numa fé infinita na vida.

Vénus e Neptuno em conjunção à lua nova

Vénus, o planeta da beleza e da união, aproxima-se dos luminares e está ainda mais perto do elusivo Neptuno, aperfeiçoando o aspecto ainda no próprio dia da lua nova. A sensibilidade estética, a compaixão e a união a algo maior do que nós próprias são os temas desta lunação. O nosso lado mais contemplativo, artístico e sonhador é incentivado por esta energia tão etérea e tão subtil.

Ao nível das relações podemos sentir uma atracção que nos foge do controlo, como se fosse um feitiço do qual não podemos nem queremos escapar. De outra forma, essa ligação pode ser vivenciada com o colectivo e sentimo-nos a afundar em emoções maiores do nós próprias.

Há tendência para fugir do chão e para nos dispersarmos na fantasia. Enquanto o nosso olhar vai para o alto, para os ideais e para as infinitas possibilidades do que ainda não existe, torna-se difícil focarmo-nos no lado mais prático e nas tarefas que surgem no inevitável corrupio das demandas terrenas.

Lua Nova sextil a Plutão

O outro aspecto forte desta lua nova é um sextil ao superlativo Plutão. Este planeta intensifica tudo o que toca e aumenta a profundidade do sentimento, das emoções e da conexão a dimensões inconscientes, tanto internas quanto colectivas.

Podem surgir lágrimas inexplicáveis, que parecem não ter uma razão lógica, mas que vêm de um lugar escondido, onde enterramos tudo o que nos é desconfortável, difícil ou ameaçador. Ainda que essas emoções transcendam a nossa esfera individual, deixar que elas nos atravessem dá-lhes um significado pessoal. Esse choro pode ser profundamente libertador, catártico e até produtivo.

Júpiter em Aquário

O anfitrião desta lua nova é o condescendente Júpiter, que está em Aquário, ainda sob as directrizes de Saturno. “À vontade não é à vontadinha” e, apesar de os números da pandemia estarem a descer e a vacina estar, mal ou bem, a ser administrada à população, ainda não podemos respirar de alívio.

Já percebemos que não vamos voltar ao antigo “normal”, mas ainda nos é difícil aceitar os contornos que vamos vislumbrando desta nova normalidade. Com muita cautela e ainda alguma desconfiança, continuamos a atravessar esta mudança de paradigma que foi catalisada por um vírus invisível há precisamente um ano.

Marte e Saturno em trígono

O intrépido Marte entrou em Gémeos no início de Março e deixou para trás a tensão com Saturno, o planeta do realismo e dos limites. O atrito entre estes dois planetas esteve presente na maior parte dos últimos doze meses e traduziu-se nas limitações e constrangimentos que todas sabemos.

A relação entre Marte e Saturno torna-se agora mais produtiva e construtiva, mas isto não contraria a falta de foco e a tendência para a dispersão de que falei acima. No entanto, se tivermos um objectivo claro e definido que implique inovar em alguma área da nossa vida, este é o momento para juntar informação, experimentar ideias e testar soluções. Não significa que tudo o que fizermos vá vingar, mas ficaremos a saber o que funciona e o que é para deixar para trás.

Síntese da lua nova

As expectativas do futuro são grandes e os sonhos ocupam-nos os dias. Mas há também espaço para experimentarmos as ideias que temos para fazer deste um mundo melhor do aquele que tínhamos antes.

Que emoções são estas que te inundam? Em que relações te afogas e que relações te salvam? O que é que estás a fazer para ajudares construir um mundo em que vale a pena viver?

Esta lua nova pode parecer pouco produtiva, mas é um fantástico momento para escrever poesia, compor música ou pintar uma aguarela. Estamos mais distraídas e mais desfocadas, mas partilhamos sonhos e ligamo-nos às aspirações colectivas. Aproveitemos então para sair do nosso umbigo e fazer algo pelo bem comum. Afinal, pode alguém ser feliz se outro alguém não é?
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Lua Nova em Aquário 2021 — O caminho é pela diferença

8/2/2021

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Nuvens escuras em baixo com um arco-íris e o céu mais aberto em cima
Fotografia de Yulia Gadalina em Unsplash
Lua Nova: 23° Aquário 16’
Lisboa: 11.Fev.2021, 19h05
Brasília: 11.Fev.2021, 16h05

Os dias têm sido densos e alguns até explosivos. Nós sentimos o chão a abalar e algumas bombas rebentaram à nossa frente, real ou metaforicamente. Mas a vida continua, o trabalho continua, as responsabilidades continuam, sem complacência pelo nosso desalento ou pelo nosso cansaço. E vamos pondo um pé à frente do outro, de forma mais ou menos mecânica, desconhecendo o que nos espera lá à frente, mas sabendo que para trás já não há caminho.

Lua Nova em Aquário

Na próxima quinta-feira, dia 11 de Fevereiro, Lua e Sol encontram-se em Aquário, um signo de grandes contrastes. Em Aquário encontramos os que estão à margem, os que excluímos e os que se excluem, os que abandonamos do lado de fora dos muros da cidade e os que vivem numa torre de marfim acima dela.

Stellium em Aquário

Desde há alguns dias que quase todos os planetas, à excepção de Marte e dos transpessoais, se juntaram em assembleia neste signo, acentuando a distância e o isolamento. No entanto, a compreensão do que nos separa é, paradoxalmente, o primeiro passo para a inclusão, e Aquário é também o signo da solidariedade, da integração e da colaboração em rede.

Saturno quadratura a Urano

Saturno, o dono de Aquário, está confortável, no seu próprio signo e receberia os seus convidados com serenidade, não fosse a tensão com Urano em Touro. Este planeta, que é o catalisador de muitas das mudanças que estamos a viver, em braço de ferro com Saturno, deixa-o mais intransigente, autoritário e insensível.

O senhor das regras e das estruturas quer agarrar-se a alguma noção de controlo e de previsibilidade e Urano provoca-o prometendo-lhe a única coisa que o tira do sério, o imponderável.

Se conseguirmos olhar para este momento com curiosidade e perspectiva, em vez de resistência e inflexibilidade, podemos abrir espaço para os imprevistos e para o insólito.  Aquilo que nos vem baralhar a organização pré-estabelecida também nos leva a encontrar soluções diferentes e inovadoras, e até mais simples e mais leves.

Mercúrio retrógrado

Quem estava quase a sair de Aquário, mas voltou atrás, porque afinal ainda há aqui trabalho a fazer, é Mercúrio, o planeta da lógica e da razão.

Em movimento retrógrado, ele ajuda-nos a rever estratégias que achávamos que estavam a funcionar, mas que precisam de alguma adaptação ou renovação. De outra forma, podemos pegar em alguma ideia que tenha ficado para trás, mas que agora faz sentido revisitar e reavaliar.

Vénus e Júpiter em conjunção

O céu deste mês já vai clareando e começamos a vislumbrar alguns raios de sol. Os dois benéficos, Vénus e Júpiter, a princesa e o professor, a harmonia e a abundância, estão juntinhos no céu e no mesmo signo desta Lua Nova.

Há um conforto e um alívio que vem da solidariedade dos pares, do apoio que encontramos quando nos juntamos em comunidade e da validação que recebemos quando descobrimos a nossa tribo.

Vénus e Júpiter de mãos dadas em Aquário promovem a amizade, a cooperação e a integração, desde que tenhas a ousadia de partilhar e de te reinventar. Procura contribuir de alguma forma para um projecto, uma associação ou simplesmente no teu grupo de amigos. E é também aí que podes encontrar o apoio que precisas quando as coisas ficam mais difíceis.

Síntese desta Lua Nova

A perspectiva trazida pelo distanciamento de Aquário proporciona o cenário ideal para reavaliares rumos e estratégias, mas também grupos e alianças. Que plano precisa de ser revisto e repensado? Existem soluções que antes não querias contemplar, mas que agora podem fazer sentido? Quem é a tua “turma”? Qual é a tua rede de apoio?

Abrindo-nos à novidade e àquilo que antes nos parecia impensável, começamos a perceber os contornos do futuro. A realidade está a mudar e nós mudamos com ela. O nosso papel no colectivo precisa de reflectir essas mudanças, dando espaço a uma sociedade onde cabem as diferenças de cada um e a solidariedade de todos.

E também conversei com a Mónica Teixeira sobre a lunação de Aquário n'As Voltas da Lua.

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Lua Nova em Capricórnio 2021— Atravessar um campo minado

12/1/2021

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Homem com capuz explode uma bomba de fumo. A sua cara está escondida atrás do fumo e ao fundo está uma montanha.
Fotografia de Warren Wong em Unsplash
Lua Nova: 23° Capricórnio 13’
Lisboa: 13.Jan.2021, 5h00
Brasília: 13.Jan.2021, 2h00
 
Depois da agitação das Festas e do entusiasmo de inaugurar um novo ano, regressamos às nossas vidas com um misto de esperança e de desalento. Queremos muito que este ano nos devolva alguma noção de “normalidade”, mas sabemos que as dificuldades não vão desaparecer de repente.

A primeira Lua Nova de 2021 acontece na quarta-feira, dia 13, no signo de Capricórnio, o signo da austeridade e das restrições que deu o tom ao ano anterior. Esta Lua vem carregada de tensão e de revolta, mas também traz o oportunidade de iniciarmos algo novo e diferente que se tornará muito construtivo a longo prazo.

Lua e Sol estão muito próximos de Plutão, o planeta das crises e das transformações. Estamos há demasiado tempo em modo de alerta, a tentar gerir as mudanças ou a resistir-lhes. Quando estamos neste estado, tudo fica intensificado, qualquer estímulo externo ganha proporções enormes.

Questões de controlo, manipulação e poder contaminam o ar e o ambiente está carregado com uma tensão latente. É verdade que o veneno também é a cura e que para limpar águas paradas precisamos antes de as agitar e trazer à superfície a sujidade. Mas será que sabemos qual a quantidade de veneno que cura e qual a que mata? Será que temos capacidade para lidar com o lodo e os metais pesados que vêm ao de cima?

Na dúvida, é preferível evitar lidar com matérias perigosas. Se não tivermos outra escolha, então mergulhemos a fundo e com intenções claras e transparentes na questão em foco, mas sem ilusões de heroísmo.

Em Aquário, o signo mais gélido do zodíaco, seguem o rigoroso Saturno – que rege esta lunação –, Júpiter, o professor, e o expedito Mercúrio. Muitas das mudanças repentinas que nos foram impostas no ano passado começam a ganhar um tom mais duro e inclemente. Precisamos de ser mais flexíveis e adaptáveis, mas a nova paisagem é desconhecida e agreste. Sabemos que ainda não estamos em terreno firme e temos dificuldade em confiar.

Depois de seis meses em Carneiro, Marte deixou o signo que é uma das suas casas, onde ele fica fortalecido e pronto para o combate. No início desta lunação ele já segue em Touro, mas a indolência deste signo deixa-o desconfortável e faz fermentar a impulsividade do planeta vermelho. O imprevisível Urano espera-o um pouco mais à frente e o encontro dos dois deixa-nos com o pavio curto. Esta volatilidade aliada à inflexibilidade e teimosia de Touro torna os constrangimentos ainda mais difíceis de acomodar.

O céu deste mês lunar é o palco para um braço de ferro que prenuncia o resto do ano. De um lado, os planetas em Aquário a acentuarem as mudanças inexoráveis. Do outro, os planetas em Touro que se sentem frustrados e se revoltam contra o inevitável. Este embate provoca mudanças de direcção abruptas e imprevisíveis. Sentimos o chão a mover-se debaixo dos nossos pés e isso pode ser assustador. Talvez se soubéssemos que que novas paisagens, mais vastas e mais favoráveis, irão surgir deste abalo, talvez então olhássemos para estes solavancos com outra serenidade.

Esta lunação realça a ligação que Vénus, o planeta das relações e que acabou de entrar em Capricórnio, faz com o revolucionário Urano. Relacionamentos, amizades ou parcerias que iniciem agora ou que estejam a ser revistos precisam de ser assentes em alicerces como a seriedade, o realismo e a autonomia.

Estas relações podem ser uma “tábua de salvação” durante este mês tão intenso. Além disso, têm uma grande probabilidade de se tornarem bastante férteis e inovadoras a longo prazo, desde que exista respeito mútuo e espaço para a singularidade de cada um.

Durante este mês vamos estar a passar por um campo minado, sem saber muito bem onde podemos pôr os pés. Qual é o caminho em que te queres focar, mesmo que não consigas ver adiante? Tens jogo de cintura suficiente para uma mudança de direcção repentina? De que forma te podes proteger das ameaças que te rodeiam? Com quem é que podes cooperar para tornar esta viagem mais produtiva?

Ainda temos alguns desafios pela frente antes que este novo ano cumpra a sua promessa de um céu mais desanuviado. Até lá, leveza no andar e firmeza no coração.

E também conversei com a Mónica Teixeira sobre as Voltas da Lua, aqui.

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Eclipse Solar em Sagitário 2020 — Esperança renovada

10/12/2020

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Fotografia de Kim Nam em Unsplash
Lua Nova: 23° Sagitário 08’
Lisboa: 14.Dez.2020, 16h16
Brasília: 14.Dez.2020, 13h16
Mais info: timeanddate.com

Aproximamo-nos do fim deste ano e estamos todos ansiosos para que venham doze meses novinhos em folha que nos ajudem a integrar toda a agitação que 2020 nos trouxe. A Lua Nova em Sagitário, que nos brinda com um eclipse solar total e acontece na tarde da próxima segunda-feira, vem com o entusiasmo e a intensidade dos inícios, mas para podermos abraçar a novidade precisamos de nos desapegar de velhos paradigmas.

Sagitário é um signo de fogo, cheio de energia e de boa disposição. É mutável, gosta de se movimentar, de se aventurar por novas paisagens e precisa de saciar a sua sede de conhecimento e de verdade. Mas também pode ser dogmático nas suas certezas e tem tendência a esconder as suas vulnerabilidades com um excesso de optimismo e de confiança.

Lua e Sol estão próximos do Nodo Sul, o causador do eclipse, o gerador da escuridão. Sagitário fala-nos de futuro, mas a Cauda do Dragão avisa-nos que o passado também se faz presente. Mercúrio, o planeta da informação prática e analítica, junta-se aos luminares e está numa conjunção apertada com o Nodo Sul. Em Sagitário, ele perde a sua objectividade e fica inebriado com a amplitude da sua visão e com o arrebatamento das suas convicções.

O presente ainda nos pesa e nós já estamos com os olhos postos no futuro. Mas precisamos rever as nossas certezas, aquilo que acreditamos ou que deixámos de acreditar. Os eclipses trazem sempre revelações sobre os nossos impulsos mais instintivos e este vem expor crenças bem enraizadas lá no fundo do nosso inconsciente.

Talvez estejamos demasiado agarradas a uma visão do que queremos da vida e precisamos largar essa expectativa para podermos avançar. Talvez possamos resgatar alguma aprendizagem antiga que nos ajuda a orientarmo-nos neste novo território. De qualquer das formas, precisamos de olhar para os valores que nos orientam e perceber se são largos o suficiente para nos acompanharem numa nova vida ou se, pelo contrário, nos encurralam em becos sem saída e sem futuro.

O destemido Marte, que está em Carneiro, empresta a esta lunação uma boa dose de iniciativa de coragem. A energia dos inícios, implícita a Carneiro, e a determinação de Marte empuram-nos a abandonar velhos dogmas e a aventurarmo-nos a descobrir outras visões possíveis para a vida.

Júpiter é o professor que orienta este eclipse e segue ainda em Capricórnio, signo onde se sente limitado na sua vontade de crescer. No entanto, recebe uma graça de Vénus, ela própria também num signo que lhe é desconfortável. Confortam-se um ao outro na desgraça, sabendo que está para breve o fim do seu martírio – logo a seguir à Lua Nova os dois mudam de signo e podem respirar de alívio.

O próximo mês lunar é um marco importante no nosso percurso tanto colectivo como pessoal. Não só porque inclui a passagem de ano, que é sempre um momento que nos inspira mudança e renovação, mas também porque durante esta lunação Saturno e Júpiter saem de Capricórnio para entrar praticamente juntos em Aquário, deixando a companhia do sombrio e denso Plutão. Assim, as primeiras semanas deste ciclo são um prelúdio para os meses que se seguem até ao próximo eclipse, em Maio de 2021.

O encontro de Júpiter e Saturno no início de Aquário marca o começo de um novo ciclo civilizacional de cerca de duzentos anos que terá como temas a informação, o trabalho em rede e a justiça social. De uma forma mais individual podemos pensar no que queremos alcançar nos próximos vinte anos e se souberes qual a área de vida que está associada a Aquário no teu mapa natal poderás ser ainda mais focada nas tuas intenções.

Este ciclo de lunação começa com um eclipse solar que nos confronta com a nossa bagagem moral e com crenças do passado. Uma semana depois temos vários eventos, praticamente em simultâneo, que trazem o simbolismo de uma nova vida. No dia 21 de Dezembro o solstício de Inverno no hemisfério Norte marca o regresso da luz a esta metade do mundo; a Lua faz-se crescente e começa a ser mais luz do que sombra; e os dois planetas sociais, Júpiter e Saturno, inauguram uma nova era para a humanidade.

Que convicções precisas desconstruir para poder seres mais tolerante e aberta a uma nova visão de vida? Que valores te ajudam a olhar para o futuro com confiança e optimismo? Que projecto podes começar agora que te vai fazer crescer e ajudar-te a abrir novos caminhos ao longo dos próximos anos?

Nos últimos meses fomos confrontados com as nossas limitações, sociais e individuais, com a nossa resiliência e com a nossa humanidade. Em 2021 vamos testar a nossa capacidade de inovar e de nos reinventar. Precisamos de nos guiar por valores que sejam suficientemente abrangentes e consistentes para nos darem o apoio e o espaço necessários para uma esperança renovada.
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Eclipse Lunar em Gémeos 2020 — A palavra é de prata, o silêncio é de ouro

27/11/2020

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Fotografia de Pavan Trikutam em Unsplash
Lua Cheia: 8° Gémeos 37’
Lisboa: 30.Nov.2020, 9h28
Brasília: 30.Nov.2020, 6h28
Mais info: timeanddate.com

Na manhã de segunda-feira, a Lua fica cheia em Gémeos ao mesmo tempo que a sombra mais ténue da Terra lhe esconde o brilho do Sol e a escurece ligeiramente. Este eclipse lunar acentua a agitação natural da Lua neste signo. Queremos respostas e procuramos informações, pesquisas, opiniões e explicações para apaziguar a nossa cabeça inquieta. Também em Gémeos está o Nodo Norte que nos torna famintos de informação, mas quanto mais procuramos, mais nos dispersamos e mais perdemos o fio à meada.

Por outro lado queremos partilhar o que descobrimos, o que sabemos – ou pensamos que sabemos – e dizemos o que nos vem à cabeça, afirmamos as ideias dos outros ou repetimos números fora de contexto sem lhes entender o sentido. Nem toda a informação é verdade e alguma da informação que circula hoje em dia serve objectivos concretos, uns mais transparentes, outros mais opacos.

Esta Lua é leve e adaptável, mas tem dificuldade em reconhecer-se, em reconhecer as emoções. Preferimos ocupar o nosso tempo a falar sobre o que sentimos do que a sentir realmente a inquietude que nos assalta e a procurar entender de onde vem esta agitação.

A supervisionar este eclipse está Mercúrio que segue no fim de Escorpião, o signo dos espiões e dos detectives. Aqui, Mercúrio escuta mais do que fala, observa mais do intervém. Mas também se pode tornar obsessivo na procura de alimento para uma mente agitada e insatisfeita. A questão é se essa procura aumenta o fosso entre as emoções e a mente, alimentando a nossa dissonância cognitiva, ou se, pelo contrário, esse foco contribui para nos aproximarmos da verdade, ainda que esta seja diferente daquilo que procurávamos.

Mercúrio recebe apoio de Júpiter e de Saturno em Capricórnio, um signo realista e pragmático. As palavras precisam de ser sóbrias, concretas e intencionais. Precisam de ser apoiadas por provas, factos e atitudes responsáveis. O seu uso tem consequências que derivam directamente das nossas intenções, mais ou menos conscientes. Pode também vir ao de cima alguma informação que estava escondida, mas que nos revela um cenário mais objectivo, mais real e mais completa.

Oposto à Lua, porque é essa a natureza da Lua Cheia, está o Sol em Sagitário a alguns dias de distância de se encontrar com o Nodo Sul. Sagitário é inflamado por convicções fortes e muitas vezes até exageradas, mas não é por se afirmar algo com voz exaltada que isso se torna verdade. Precisamos de estar atentas aos megafones que funcionam como flautas de Hamelin.

Durante as próximas semanas podemos responder a estas questões, Eu falo com leviandade ou compreendo mesmo as palavras que digo e entendo o seu alcance? Vale tudo, meias-verdades, mentiras, factos distorcidos, para confirmar e validar as minhas emoções? Que consequências carrega a informação que partilho?

No meio do ruído e da agitação pode parecer difícil distinguir a informação da contra-informação, a verdade da mentira. Na dúvida, a melhor atitude é o silêncio. E isso pode ser o mais difícil de fazer com este eclipse.
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Lua Nova em Escorpião 2020 — Uso ou abuso de poder?

13/11/2020

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Fotografia de Zoran Borojevic em Unsplash

​As últimas semanas foram intensas. Algumas situações até aqui indefinidas ganharam contornos surpreendentes, verdades que tentávamos ignorar foram-nos reveladas de forma inequívoca e até fantasmas do passado voltaram para nos assombrar. Colectivamente, ficámos a conhecer a dimensão das novas medidas restritivas de muitos dos governos europeus para tentar travar a pandemia e, depois de alguns dias de suspense, finalmente sabemos quem será o novo presidente dos Estados Unidos.

Foram muitas emoções para tão poucos dias, mas já sabemos que quando o Sol entra em Escorpião se há alguma coisa com que podemos contar é com intensidade emocional. A lunação que inicia agora traz o alívio da verdade e da clareza e uma oportunidade de acertarmos a nossa ambição com a nossa bússola moral.

Na madrugada do próximo domingo, às 5h07 em Lisboa, 2h07 em Brasília, Lua e Sol desaparecem um no outro aos 23° de Escorpião. Neste signo, a Lua afunda-se e cai para outras dimensões. Aqui ela não consegue encontrar a estabilidade e a segurança que lhe dão conforto. Este é o signo das montanhas russas, dos abismos e dos poços sem fundo. É o signo das poções mágicas, dos venenos e das obsessões. A Lua em Escorpião nunca descansa, está sempre vigilante e tem a percepção de um gato, atenta a todos os sinais, visíveis e invisíveis.

Nesta Lua Nova ganhamos uma prenda de Júpiter e Plutão em Capricórnio. Júpiter expande, exagera e chama a nossa atenção para aquilo que toca. Plutão é poder, a essência do poder, o poder último que está por trás de todos os outros. Podemos sentir mais energia para avançar com os nossos objectivos e para fazer valer a nossa vontade, mas este pode ser um presente envenenado. Este é um momento para olharmos para o nosso poder pessoal, para a nossa ambição e para os nossos privilégios com lucidez e discernimento. Será que estamos a usar ou a abusar do nosso poder?

Escorpião é a casa de Marte, que acabou de retornar ao seu movimento directo em Carneiro, depois de dois meses retrógrado. Até ao fim do ano vamos poder terminar muita coisa que esteve travada nos últimos tempos. Mas também vai levantar a tampa da panela de pressão que segurava a nossa irritação e a nossa frustração.

De uma forma ou de outra, a energia vai começar a acelerar. Podemos aproveitá-la para seguir em frente com as nossas vidas na nova paisagem que entretanto ganhou contornos mais claros. Ou podemos tentar lutar contra os moinhos de vento que inexoravelmente fazem parte deste novo cenário. Qualquer que seja o nosso movimento, vamos precisar do ímpeto deste Marte em Carneiro. No início do próximo ano ele entra em Touro e a sua energia passa a ser menos vigorosa e mais passiva.

Durante esta lunação, mais precisamente com a Lua Cheia de 30 de Novembro, abre uma nova estação de eclipses. Este eclipse lunar vai enfatizar a passagem dos nodos lunares pelo eixo Gémeos/ Sagitário e sublinha a maneira como comunicamos os nossos valores e como lidamos com as verdades e as inverdades que todos os dias consumimos em forma de informação.

Este mês vamos poder contar com desbloqueios, avanços e até algumas resoluções, mas precisamos ter cuidado com os ânimos e não nos deixarmos cegar pela fúria de querer chegar a algum lado. O que é que fazes com o poder que tens? Como é que combinas o teu poder pessoal com o poder colectivo? A forma como exerces o poder está alinhada com os teus princípios morais e éticos?

Dizem que o poder corrompe, mas isso é um equívoco. O que corrompe é querermos fugir de nós próprios, da nossa essência, da nossa humanidade. O que nos destrói é a dissociação em que vivemos e que nos faz acreditar que podemos crescer mais, ter mais e ser mais. A verdadeira lucidez é conhecermos as nossas limitações e aceitarmos que, ainda assim, somos capazes e somos merecedores.
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Lua Nova em Balança 2020 — Testes de poder nas relações

14/10/2020

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Fotografia de Alex Iby em Unsplash

​Os dias estão carregados de tensão. A ansiedade e a frustração que nos queimam por dentro também saltam para fora de vez em quando e vão causando estragos à nossa volta. A entrada do Sol em Balança, em vez de temperar os ânimos com alguma dose de harmonia e conciliação, veio iluminar ainda mais os desequilíbrios e as discórdias nos relacionamentos e nas parcerias. Mas é necessário olhar para os problemas de frente se temos alguma intenção de os resolver.

A Lua Nova em Balança acontece aos 23° do deste signo na sexta-feira, dia 16, às 20h31 em Portugal, 16h31 no horário de Brasília, e dá o mote para uma lunação que se adivinha tempestuosa. As duas luzes no signo do equilíbrio e da ponderação deviam prometer-nos outra coisa, mas já sabemos que este não é um ano igual aos outros e que os desafios ainda não chegaram ao fim.

Sol e Lua estão sob grande tensão. Do lado oposto, em Carneiro, está Marte, que continua a puxar atrás o elástico da sua fisga e a aponta, desde há alguns dias, ao Sol e agora também à Lua. Os ânimos estão exaltados e, apesar de tentarmos manter sob controlo a nossa irritação, Marte tem a sua própria agenda e esgueira-se pelo nosso inconsciente naqueles momentos em que baixamos a guarda. Surpreendemo-nos connosco próprias, as relações sofrem, depois pedimos desculpa, mas o estrago já está feito. Agora resta-nos assumir as consequências e lidar com o prejuízo.

Em Capricórnio, Júpiter, Saturno e Plutão, os causadores dos grandes desafios deste ano, provocam um arrepio nos luminares e tornam a hostilidade de Marte mais presente e mais pesada. Estamos a atravessar território hostil. Questões de controlo, de poder e de autoridade pesam-nos e é difícil descontrair, dialogar com leveza e ter em consideração o outro, como seria natural da energia de Balança. Sentimos que precisamos de nos defender, de definir os nossos limites para, logo a seguir, um novo confronto nos obrigar a testá-los e a redefini-los.

A lunação é recebida por Vénus, que está no signo ao lado, em Virgem, alheia aos tormentos dos seus hóspedes. O planeta do amor e da beleza, que procura relacionar-se e fazer ligações, fica deprimido num signo que favorece o isolamento e a introspecção analítica. Além disso, Vénus opõe-se ao etéreo Neptuno que lhe rouba a definição e o realismo. A anfitriã do Sol e da Lua está incapaz de os apoiar durante este mês que se prevê tão intenso e nós estamos por nossa conta e risco.

A Lua Cheia, no dia 31 de Outubro, acontece bem perto do insólito Urano, o planeta dos cortes e das revoluções, e as semanas que se seguem vão trazer revelações e reviravoltas inesperadas e chocantes. Estamos cansadas e desanimadas e não conseguimos esperar mais pelo futuro que nos foi prometido na Lua Nova de Touro no passado mês de Abril. Mas a nossa impulsividade pode abrir uma caixa de Pandora com consequências imprevisíveis.

Logo a seguir à Lua Cheia, Mercúrio, o planeta da comunicação e das deslocações, trava a sua marcha para, no dia 3 de Novembro, voltar ao seu movimento directo, trazendo confusão e desestabilização durante estes dias. Quase no fim desta lunação, no dia 14 de Novembro, Marte também chega ao limite da sua retrogradação, pára e está a pronto a disparar a sua fisga… Mas isto já é tema da lunação seguinte.

Qual é a relação ou parceria que está a ser testada na tua vida? O que é que andas a tentar conter, mas já não te cabe no peito? A que é que te tentas agarrar, mas sentes que te escapa por entre os dedos? Como é que podes reestruturar esse relacionamento de forma a que te pese menos, te exija menos esforço e que te faça sentires-te respeitada?

Estes são tempos de mudanças estruturais e profundas, é difícil ter certezas do que quer que seja e só conseguimos navegar à vista. É legítimo, e até necessário, tentarmos segurar o pouco controlo que ainda temos e não deixarmos cair aquilo que é da nossa responsabilidade, mas não podemos impor as nossas decisões ao outro. Por isso, é igualmente fundamental reconhecer que há coisas que não estão sob o nosso domínio, mas pertencem à vontade do outro. E que cada faça o seu próprio caminho.
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Lua Nova em Virgem 2020 — Organizar a despensa

16/9/2020

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Fotografia de Annie Spratt em Unsplash
Na lunação anterior o nosso entusiasmo tropeçou em contrariedades e bloqueios que despertaram pequenas irritações, raivinhas ou até mesmo grandes frustrações. Em algumas situações assumimos abertamente o confronto e marcámos a nossa posição, noutras não tivemos outra escolha senão conformarmo-nos com a indesejada realidade.

No próximo dia 17, ao meio-dia, hora de Lisboa, 8h da manhã em Brasília, o encontro da Lua com o Sol nos 25° de Virgem aponta o início deste mês lunar. Virgem é terra mutável e o seu objectivo maior é o aperfeiçoamento da matéria. O seu sentido crítico, a sua atenção aos detalhes e sua busca pela eficiência podem ajudar-nos a organizar e a simplificar a vida ou, de forma menos produtiva, podem complicar tudo e criar um labirinto de caos.

À medida que o Sol vem fazendo o seu caminho pelo signo de Virgem, desde o dia 22 do mês passado, nós também vamos tacteando esta nova paisagem à procura de previsibilidade, de algo conhecido e familiar. Mas a nossa frustração cresce com cada sinal de que nada vai voltar ao “normal” e a cada indício de que a confusão e a incerteza continuam na ordem do dia.

Este mês dá continuidade ao tema da frustração, dos bloqueios e da insatisfação que já conhecemos da lunação anterior, simbolizado pela tensão entre o impetuoso Marte em Carneiro e intransigente Saturno em Capricórnio. Mas agora o nosso ponto de vista muda. Já não é a ousadia e a coragem de Marte que nos anima. Nesta Lua Nova o nosso suporte está na solidez e na segurança de Saturno.

Na semana passada, quase a chegar ao fim do seu percurso por Carneiro, Marte travou a fundo e começou a sua marcha atrás. Isto quer dizer que a briga dele com os planetas em Capricórnio (Júpiter, Saturno e Plutão) já presente na Lua Nova anterior, está apenas a começar. Com Marte retrógrado a nossa capacidade de afirmação, o nosso impulso de seguir em frente e a nossa coragem para enfrentar batalhas ficam virados do avesso. Afinal corro em direcção a quê? Será que quero aquilo que penso que quero?

Lua e Sol aperfeiçoam o trígono com Saturno, o senhor dos limites e das regras, e isso faz-nos olhar para as coisas sem a empolgação e o entusiasmo do mês passado, mas de forma mais realista e objectiva. Talvez não precisemos de deitar abaixo todas as estruturas. Talvez seja mais inteligente e até eficiente fazer primeiro um trabalho de reconhecimento daquilo funciona, daquilo que, apesar de tudo, neste momento ainda nos sustenta.

Virgem é território de Mercúrio, a mente que procura respostas para tudo. Este adianta-se ao Sol e está já em Balança, de onde vai fazer quadraturas aos planetas em Capricórnio. O primeiro que encontra é Júpiter que está desconfortável em naquele signo, pois fica com a sua generosidade comprometida e mais sóbrio do que lhe é habitual.

Ainda assim, Júpiter cumpre o seu papel de benéfico e este encontro serve-nos como uma espécie de aviso sobre o que podemos esperar a seguir. Nos próximos dias, primeiro Mercúrio e depois Marte vão apertar as suas quadraturas a Plutão e a Saturno e nós também vamos sentir esse aperto de forma mais ou menos pessoal, dependendo do nosso mapa natal.

Por um lado queremos preservar a nossa individualidade e não queremos que ninguém nos diga o que fazer. Por outro estamos dispostos a ceder, a negociar e a fazer compromissos desde que isso nos devolva algum sentido de normalidade. Mas a verdade é que nenhum dos caminhos nos leva de volta à segurança e à previsibilidade que um dia conhecemos. As limitações impostas à nossa vida quotidiana são reais e não vão desaparecer tão depressa.

Este mês lunar podes pôr na tua lista de tarefas “organizar a despensa”, tanto a nível prático como emocional. Como é que podes simplificar as tuas tarefas de modo a aliviar um pouco as tuas responsabilidades? Até que ponto a tua disponibilidade para com os outros interfere com a tua rotina? Será que podes facilitar certos aspectos da tua vida apenas pedindo ajuda?

Depois de tantos meses a inventar novas soluções para a vida, estamos longe de ter os nossos níveis de energia no seu pico e precisamos fazer uma gestão cada vez mais eficaz das nossas reservas. Vamos precisar delas para os meses que se avizinham.
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Lua Nova em Leão 2020 — O limite da frustração

17/8/2020

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Fotografia de Kourosh Qaffari em Unsplash
O novo mês lunar traz uma energia de entusiasmo e um forte impulso para seguirmos a nossa própria vontade, mas isto vem acompanhado de uma grande tensão. Entre aquilo que queremos e que nos apaixona e aquilo que podemos ou que é seguro vai uma grande diferença e estes dois lados vão entrar em choque, criando um impasse que pode ser difícil de resolver.

A próxima Lua Nova, que terá lugar na madrugada do dia 19, às 3h42, hora de Lisboa, ou na noite do dia 18, às 23h42, hora de Brasília, acontece nos 26° de Leão. Este é um signo de fogo fixo, extrovertido, espontâneo e exuberante. O Sol, a nossa estrela, tem aqui a sua morada e por há um foco maior em nós mesmos, na nossa luz, e uma maior facilidade na manifestação da nossa criatividade.

Ainda muito próximo dos luminares está Mercúrio, o planeta das ideias e das pequenas tarefas. Encontros, contactos e conversas, mais ou menos inesperados, lembram-nos de que somos importantes, se não para toda a gente, pelo menos para alguém que também é importante para nós. Mas estamos com o coração ao pé da boca. A espontaneidade pode mostrar generosidade, pode ser uma prova da nossa confiança em alguém e estreitar laços. Mas cuidado! Uma verdade não solicitada pode tornar-se apenas um gesto egocêntrico.

A dar ainda mais gás a este fogo todo, está Marte que, desde Carneiro, potencia e acelera todos os impulsos de expressão da nossa individualidade. O ímpeto de fazer — e dizer! — o que nos apetece e de seguir os nossos desejos é grande. Sentimo-nos arrojados, confiantes e prontos a enfrentar qualquer risco para mostrar quem somos. Pode parecer uma boa altura para iniciar algo que exponha a nossa essência e a nossa autenticidade.

Mas estes não são tempos fáceis e já sabemos que durante este ano atravessamos águas agitadas e imprevisíveis. Marte, o planeta da iniciativa e da coragem, está prestes a ser travado. Não só ele está a preparar-se para estacionar e ficar retrógrado daqui a cerca de três semanas, como também já está em tensão com o austero Saturno em Capricórnio.

Ambos os planetas estão confortáveis no seu próprio signo, com todos os recursos que precisam à sua disposição, mas Saturno tem alguma vantagem sobre o seu adversário. Se imaginarmos os dois planetas sentados a fazer um braço de ferro, podemos dizer que Saturno está na cadeira mais alta.

Marte quer avançar e ajudar os luminares a cumprirem os desígnios de Leão, que incluem seguir a sua paixão e mostrar a sua juba. Marte quer avançar, mas é bloqueado pela rigidez e intransigência de Saturno, que se agarra com unhas e dentes ao status quo, sem vontade de ceder o lugar seja a quem for.

Apesar da nossa vontade e da nossa audácia, existem constrangimentos maiores do que nós próprias que nos impedem de levar os nossos objectivos avante. O mais provável é que aquilo que nos limita sejam circunstâncias colectivas e sociais que são transversais a todos, mas que afectam algumas pessoas de forma mais particular. Podemos sentir que o constrangimento vem de fora, de algum tipo de autoridade ou podemos ser até nós mesmas, por alguma razão, a personificar essa resistência. De qualquer das formas, a insatisfação cresce e, quanto mais achamos que aguentamos, mais alimentamos a frustração e a vontade de virar a mesa.

Às vezes, é mesmo necessário confrontar a ordem estabelecida para que uma energia nova e fresca, mais verdadeira e mais próxima da nossa essência se possa revelar, outras vezes ao fazê-lo estamos apenas a lutar contra moinhos de vento. Esse vai ser o trabalho mais difícil das próximas semanas, distinguir quais são as lutas que valem a pena e quais são as batalhas inglórias.
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Marte vai retrogradar durante esta lunação. Os planetas sociais e os geracionais estão retrógrados também. Parece que as mudanças pararam, que está tudo a voltar ao que era, mas na verdade estamos apenas suspensas no ar. Este é um tempo de latência, o intervalo para puxar a fisga atrás e ganhar tensão para o próximo impacto.

A inquietação crescente vai trazer à superfície situações que precisam de ser revistas e resolvidas. Vamos perceber que o limbo do “eu ainda aguento” não é sustentável e temos que tomar decisões difíceis. Que estruturas construíste que agora te impedem de seguir a tua autenticidade? A zanga que sentes em relação ao que te limita e te trava está a ser produtiva ou está a esgotar as tuas energias? O que é que andas a suportar há tempo demais?

Este não é o momento para grandes saltos, mesmo que seja aquilo que temos vontade de fazer e que parece o mais fácil. Agora precisamos parar, sentir a pressão e olhar com lucidez para aquilo que nos frustra, que nos bloqueia e que nos diminui. A força desta Lua Nova em Leão ajuda-nos com a lucidez e a coragem necessárias para tornar um momento de desconforto ou até de crise numa aprendizagem duradoura.
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Lua Nova em Caranguejo 2020 — Priorizar os afectos

17/7/2020

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Fotografia de Max van den Oetelaar em Unsplash
Este ano temos duas Luas Novas em Caranguejo. A primeira aconteceu logo a seguir ao ingresso do Sol, no primeiro grau daquele signo, e brindou-nos com um potentíssimo eclipse solar. A segunda Lua Nova em Caranguejo tem lugar na próxima segunda-feira, dia 20, às 18h32 em Lisboa, 14h32, hora de Brasília, desta vez nos últimos graus do signo.

Em Caranguejo aprendemos o que são as emoções. Esta é a água dos primeiros afectos, o início dos laços invisíveis que nos ligam e o colo onde nos sabemos seguros e onde podemos descansar. Nestas águas, protegemos o que é frágil e cuidamos da nossa vulnerabilidade. E, na indefinição dos tempos que correm, sabermo-nos protegidas e acarinhadas é especialmente valioso.

Neste signo, quem manda é a Lua, é ela a senhora deste pedaço do céu. Mas, no arranque desta lunação, o conforto de estar em sua própria casa é perturbado pela oposição exacta a Saturno, que está do outro lado do zodíaco, em Capricórnio, e faz uma última revisão ao seu domicílio nocturno antes de entrar de vez em Aquário.

Queremos descansar, tomar conta de nós e dos nossos, ir para dentro, mas não podemos tirar a atenção do que está fora. Há alguma coisa que nos segura, que nos pesa, que não nos deixa descontrair. Podemos não conseguir nomear nem saber dizer ao certo de onde vem essa preocupação, mas sentimos a força da gravidade que nos prende ao chão e impede o nosso ânimo de levantar. Sentimo-nos presas, constrangidas. Sozinhas e isoladas até. Com responsabilidades a mais e com folgas a menos. Estamos divididas entre a esfera mais íntima e o mundo das obrigações sociais.

Vivemos tempos excepcionais e temos gasto muita da nossa energia a navegar o mar de incerteza que estamos todos a atravessar. Os nossos recursos internos têm andado sobrecarregados a encontrar soluções para redefinir rotinas, redesenhar hábitos e reinventar direcções. Temos estado ocupadas a gerir as emoções intensas que surgem dentro de nós e á nossa volta. É normal que, por esta altura o cansaço pese. É normal que a energia esteja esgotada e que a cabeça e o corpo peçam descanso.

Mercúrio, que cuida das nossas ideias e das nossas palavras, também está em Caranguejo, dependente dos humores da Lua e, por isso, mais instintivo e mais emocional. Daqui não viria problema algum, não fosse o caso de Hermes se aproximar de uma desafiante quadratura com o aceso Marte, que o espera em Carneiro.

Marte em Carneiro é rude e impulsivo, não mede a força e desconhece o cuidado e a ponderação. Mercúrio em Caranguejo é delicado, sensível e melindroso. O pavio está curto e temos um fósforo aceso na mão. Podemos esperar discussões, controvérsias e conflitos. Desentendimentos que começam pela mais pequenina coisa, susceptibilidades que se ferem sem querer ou sensibilidades diferentes que se chocam e que preferem atacar para se proteger.

Por outro lado, se conseguirmos articular o que sentimos de forma clara e assertiva, podemos desbloquear alguma situação mais tensa que se arrastava há algum tempo. Por vezes são necessárias discussões frontais e honestas para arrumar o lixo antigo que a inércia e a passividade deixaram acumular debaixo dos tapetes das relações.

Cansaço e precipitação, frustração e falta de cuidado, sensibilidade e ansiedade. Estamos presas por cordéis frágeis que se podem quebrar a qualquer momento. O tempo que dedicas a cuidar de ti é suficiente? A atenção que dás aos teus afectos é recíproca e satisfatória? Que compromissos te pesam e te esvaziam? Será que assumes responsabilidades que não te pertencem?

Para encontrar um equilíbrio é necessário fazer escolhas, aliviar a mochila, deixar para trás o excesso de bagagem. Não precisas de carregar o mundo nas tuas costas. Cuida de ti e rodeia-te de pessoas que te devolvem o carinho e a atenção que lhes dedicas. Quando sentires que estás a transportar peso em excesso, pega numa tarefa de cada vez, dando prioridade ao que te faz sentir preenchida, acolhida e amada.
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