![]() Hoje, sexta-feira dia 5 de Junho, a Lua Cheia em Sagitário torna-se um eclipse lunar, amplificando a as emoções, os instintos e a impulsividade da energia lunar. Este eclipse, que tem o seu ponto máximo às 20h24, hora de Lisboa, ou 16h24, hora de Brasília, não é especialmente forte e a sua energia será sobreposta pelo eclipse solar de 21 de Junho. Ainda assim, vamos ter dificuldade em conter o ímpeto da sua força nas próximas semanas. De um lado está a Lua em Sagitário, a verdade fica toldada pelas emoções e as convicções são manchadas por impulsos instintivos. Quando se soltam, as emoções desta Lua são como cavalos selvagens a galope, sem rédeas nem freio. Do outro lado está o Sol em Gémeos que nos dispersa e nos deixa perdidos no meio de tanto informação. Achamos que, porque repetimos o que lemos e o que ouvimos, compreendemos o seu significado, mas estamos a ser apenas papagaios. O que nos distingue como humanos é a nossa capacidade de entender e processar a informação, transformando-a em conhecimento. E isso, nem toda a gente sabe fazer. Perto do Sol está Vénus, a que rege as relações e as uniões, a que junta, liga e unifica. Ela ainda está retrógrada, mas já caminha para o seu esplendor como estrela da manhã, quando a sua luz fica mais masculina e agressiva. A nossa vontade é orientada para a relação e as ideias misturam-se com a expressão de afectos e de desafectos. Mas o diálogo está pesado e carregado de emoções violentas. Em tensão apertada com estes planetas está Marte em Peixes, o próprio deus da guerra, pronto para o combate, com ou sem a razão do seu lado. Marte aproxima-se também de uma conjunção com Neptuno que desfaz qualquer limite ou fronteira que se levante à sua frente. Os nossos impulsos mais agressivos e mais instintivos, que tentávamos dominar e conter, escapam da vigília do nosso consciente e manifestam-se, descontrolados e selvagens. Uma palavra mal escolhida, um gesto mal calculado ou um erro até agora tolerado, mas repetido pela enésima vez, podem ser o pavio para uma guerra aberta numa relação já sob tensão ou até mesmo para uma ligação que nunca tenha passado uma prova de fogo deste género. O conflito pode parecer inevitável e a nossa zanga pode até ser muito justa, mas o nosso arrebatamento só vai aumentar a agressividade do outro lado. Das duas uma, ou assumimos que vamos despoletar um processo que pode não ter regresso, ou precisamos de libertar essa raiva que cresce por dentro e de canalizá-la de forma produtiva para que ela não se torne destrutiva e arrasadora. Outra manifestação também possível é uma energia sexual muito forte e crua. De qualquer das formas, fazer exercício físico, qualquer que ele seja desde que nos faça transpirar, pode ajudar a descarregar a energia acumulada e a esgotar a intensidade das emoções surgem à superfície e assim neutralizar o fogo deste eclipse. Se no meio de tudo isto conseguires ter um momento de silêncio interno, faz estas perguntas, O que me deixa zangada? Que injustiças não consigo mais suportar? O que é me irrita, mas sinto que não posso/ não devo/ não consigo fazer nada acerca disso? Quero mesmo entrar nesta luta? Reconhece as emoções que surgem, valida-as e procura um escape produtivo para as descarregares ainda com mais energia e com mais intenção. Ou então, se estiveres preparada, assume o teu lado na luta, com consciência e verdade, enfrenta essa batalha e orienta o teu lado mais selvagem para um propósito maior do que tu própria.
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![]() A lunação que está agora a terminar trouxe algumas mudanças, umas pessoais, outras colectivas, sendo a mais marcante o início do desconfinamento. Mas estas mudanças ainda sabem a pouco. Uns querem um regresso mais rápido a uma normalidade que já não existe, outros desejam já uma nova sociedade que ainda desconhecem. A impaciência cresce e confunde-se segurança com prisão e satisfação de impulsos com liberdade. Este mês lunar queremos avançar para respostas e soluções, mas, com três planetas retrógrados no céu – Vénus, Júpiter e Saturno –, os passos em frente podem não passar de tentativas e ensaios ou, na pior das hipóteses, de passos em falso e de castelos construídos o ar. Na próxima sexta-feira, às 18h38 de Lisboa, 14h38 de Brasília, Lua e Sol juntam-se para um tête-à-tête nos 2° de Gémeos. Este é um signo do elemento ar, das ideias, das palavras, das conversas e das trocas. É também um signo dual e consegue ver as coisas sob vários pontos de vistas sem se comprometer com nenhum. As notícias e as falsas notícias circulam lado a lado e confundem-se, somando à incerteza que sentimos colectivamente. Os luminares ainda formam um brando trígono com Saturno, que está em Aquário e é um dos responsáveis por toda a desconstrução que está a acontecer. Por outro lado também é ele que nos pode ajudar a perceber o que é importante preservar e o que é precisamos de construir de novo. Este é um momento para pensar em que alicerces queremos apoiar a nossa vida, que novas regras precisamos de implementar para criar uma sociedade mais inclusiva, mais solidária e mais conectada com todos. Por enquanto são apenas tentativas, experiências que podem ou não fazer sentido para o futuro que desejamos. Mais lá à frente, no início do próximo ano, saberemos melhor qual o chão que vamos pisar nos próximos tempos, tanto a nível individual como a nível colectivo. Lua e Sol começam também uma conversa tensa e confusa com Marte em Peixes. Neste signo, o guerreiro torna-se sub-reptício e insidioso. A sua espada fica invisível e o corte é feito através de cortinas de fumo e de golpes de ilusionismo, mas nem por isso magoa menos. Marte em Peixes também pode ser um cavaleiro com uma missão, mas os seus altos ideais precisam de ter os pés assentes no chão ou ele torna-se um Dom Quixote que confunde vulgares moinhos de vento com perigosos gigantes. Quem toma conta desta lunação é Mercúrio, que também está em Gémeos e numa conjunção perfeita com Vénus, o que vale dizer que está em casa e em boa companhia. A todo este conforto junta-se ainda uma quadratura, também exacta ao grau, ao elusivo Neptuno em Peixes. Mas nós nem nos apercebemos da tensão, afinal a fantasia, a dissimulação e o escapismo são da natureza tanto de Neptuno quanto de Peixes. Vénus, como Saturno, está em movimento retrógrado e confundimos aquilo que sabemos com o que gostaríamos de saber. Acreditamos no que queremos acreditar e queremos acreditar que temos as respostas, que encontrámos a solução e que conhecemos a salvação. A incerteza é tão grande que acreditamos que conseguimos ver para lá do nevoeiro que se abateu sobre nós. Os passos mais curtos tornam-se os mais sensatos e as palavras mais pequenas as mais verdadeiras. Esta lunação, que culmina com a Lua Cheia, também eclipse lunar, no dia 5 de Junho, é propícia à partilha de ideias sobre o que queremos construir no futuro e até a pequenos ensaios de novas formas de funcionamento, seja na nossa vida pessoal, seja em comunidade. Mas também há espaço para fantasias e devaneios e, se nos deixarmos encantar pela música do flautista de Hamelin, acabamos por esgotar a nossa energia a alimentar os seus interesses em vez dos nossos sonhos. Cuida para que os teus disparates não se tornem demasiado grandes, pois eventualmente terás de lidar com as consequências. Que regras ou procedimentos precisas de alterar na tua vida para te tornares mais flexível e mais leve? Que pequenas alterações podes fazer no teu quotidiano para te aproximares mais do que é verdadeiramente importante para ti? Como é que podes ligar-te mais à sua comunidade e contribuir de forma continuada e sustentada para o bem comum? O mais provável é que muitas destas pequenas experiências sejam abandonadas antes do fim do Verão. Mas os caminhos fazem-se assim mesmo, através de tentativa e erro. Os sonhos e os ideais são essenciais ao nosso progresso colectivo, mas não servem de nada se, antes de mais, não soubermos estar aqui em baixo, perto da nossa humanidade, da nossa incerteza, e com os corações abertos uns aos outros. ![]() Depois de algumas semanas fechados dentro das nossas quatro paredes, estamos ainda a tentar encontrar um sentido de normalidade ou uma noção de previsibilidade no meio da incerteza e da inquietação que nos rodeiam. Mas nem nada neste momento é previsível nem a normalidade voltará a ser o que era. Para já, estamos confinados entre um passado que já não existe e um futuro do qual ainda não conseguimos distinguir os contornos. Na noite 22 para 23, às 3h25 de quinta-feira em Lisboa e às 23h25 de quarta-feira em Brasília, Lua e Sol encontram-se nos 3° de Touro e dão início a esta lunação. Touro é um signo lento e paciente, tem a estabilidade do elemento terra e a constância do modo fixo. Mudança, especialmente na dimensão daquilo que estamos agora a viver, é a maior causa de ansiedade para este signo. Esta Lua Nova anuncia um mês difícil. A meio de Março fomos inesperadamente atirados para dentro de casa e a imobilidade, que nos foi imposta para nos protegermos de uma ameaça invisível, é vivida cada vez com mais dificuldade e com mais impaciência. Queremos que tudo isto acabe o mais depressa possível para podermos voltar às nossas vidas e continuarmos tudo o que estávamos a fazer antes de este desassossego começar. Mas nada vai voltar a ser o que era. Os luminares aproximam-se de Urano, um dos responsáveis por toda esta convulsão. Touro é a nossa relação com a terra no seu nível mais básico – sustentabilidade e território. Urano, que está neste signo desde meados de 2018 e até 2026, tem como missão inovar, democratizar e conduzir para o futuro todos os temas que toca. Urano em Touro vem fazer uma revolução na forma como lidamos com os nossos recursos e com os do nosso planeta. Mas, apesar de nos estarmos a preparar para uma sociedade que desejamos melhor e mais equilibrada, o momento charneira que estamos a viver não é fácil, desestabiliza-nos e traz-nos um turbilhão de emoções como inquietação, ansiedade, insegurança, zanga ou frustração. Esta lunação vem acentuar toda esta instabilidade e ainda pode trazer novos imprevistos para o nosso já precário quotidiano. Acabado de entrar em Aquário, Saturno faz uma primeira e muito curta passagem por este signo, para regressar depois em Dezembro para a sua visita oficial de cerca de três anos. Saturno representa as estruturas e os limites, as paredes que nos suportam e que nos delimitam enquanto sociedade. Em Aquário, como em Capricórnio, o signo que o precede, o austero planeta está em casa. Afinal, os dois territórios são apenas lados diferentes do mesmo muro. Do lado de Capricórnio está a segurança e o conhecido, mas também a rigidez decrépita que nos bloqueia o progresso. Do lado de Aquário está a surpresa do desconhecido, o frio do isolamento, mas também a vida em comunidade, a solidariedade e a responsabilidade social. Algumas das soluções que precisámos de descobrir para nos adaptarmos ao confinamento vieram para ficar. A tecnologia digital revelou-se um grande aliado neste processo e a nossa forma de estar em sociedade nunca mais será a mesma. Mais do que estruturas e hierarquias, vamos precisar de redes, mais do que ter, vamos precisar de conhecer e mais do competir, vamos precisar de colaborar. Mas o sério Saturno faz uma tensa quadratura com a Lua e o Sol e, ao mesmo tempo que concretiza as mudanças, também resiste a elas. Este mês, enquanto uns constroem o futuro, outros agarram-se teimosamente a um passado que já não nos serve e já não nos sustenta. A indulgente Vénus, que recebe esta Lua Nova, está em Gémeos e em tensão com o fantasioso Neptuno em Peixes. Procuramos a ligação com os outros através da comunicação e tentamos fugir das emoções mais difíceis, justificando e intelectualizando os nossos impulsos com partilhas sem critério nas redes sociais. Fake news e teorias da conspiração alimentam-se mutuamente e servem apenas para encontrarmos a validação e conexão que não damos a nós próprios, enquanto envenenam o ambiente com a sua toxicidade. Mas Vénus também recebe a ajuda do determinado Marte em Aquário e do ágil Mercúrio em Carneiro. Todos sentimos ansiedade, medo, tristeza, frustração ou raiva em alguma medida e é normal procurarmos validar as sensações desconfortáveis que nos assolam. Discernimento, interpretação de texto e uns cliques rápidos estão ao nosso dispor para podermos distinguir entre aquilo que vale realmente a pena partilhar e o que é apenas ruído ou até mesmo veneno. Podemos também substituir a dissociação pelo distanciamento e observar-nos. Podemos aceitar ficar em casa, no nosso corpo, testemunhar a nossa respiração e aceitar que somos pequenos, que não temos todas as respostas e nem conhecemos todos os significados. A forma como produzimos, como consumimos, como nos alimentamos, como nos deslocamos e como funcionamos em sociedade não vai mais ser a mesma. Será que podes simplificar a tua vida e aligeirar a tua carga de maneira a tornar esta transição mais positiva e mais benéfica para todos? Que atitudes e escolhas estão ao teu alcance para poderes tornar a tua vida mais sustentável e para te conectares de forma mais simples e directa com o chão que te sustenta e com a rede que te apoia? A revolução está aqui e este mês pode ser surpreendente e excitante e, simultaneamente, cansativo e difícil. Achas que consegues despedir-te do passado enquanto constróis o futuro? ![]() “Mesmo quando as dúvidas nos atormentam, mesmo quando não conseguimos ver o caminho nem prever consequências, ainda assim continuamos adiante. Imprevistos podem e irão surgir, mas a criatividade necessária para os superar pode levar-nos a encontrar novas paisagens, ainda que estas não sejam visíveis imediatamente. Mais à frente, quando o nevoeiro levantar, vamos perceber o tanto que andámos e todas as coisas novas que descobrimos pelo caminho.” Escrevi o parágrafo de cima no texto sobre a última Lua Nova, a de Peixes, mas na altura desconhecia ainda a dimensão e os contornos concretos do que aí vinha. Agora, com a nossa sociedade em isolamento compulsivo, estamos todos a ser obrigados a encontrar novas formas de trabalhar, novas formas de nos relacionarmos e novas formas de usar os nossos recursos. Estamos todos a aprender a cultivar a nossa autonomia e a dependermos menos de certos serviços que, afinal, percebemos serem supérfluos, mas também a tomar consciência de como estamos todos tão mais ligados do que pensávamos. Um vírus que começou na China e que achámos que nunca chegaria à Europa está agora espalhado pelo mundo inteiro. A próxima Lua Nova acontece nos 4° do signo de Carneiro, amanhã de manhã, terça-feira dia 24, às 9h28, hora de Lisboa, 6h28, em Brasília. Carneiro é o signo dos inícios, ele inicia o ano zodiacal e traz consigo a Primavera do hemisfério Norte, o renascimento da natureza e a força necessária à vida. Esta Primavera vai ser inevitavelmente diferente, porque a energia de confinamento e introspecção, natural do Inverno, vai arrastar-se por mais algum tempo. Mas também porque esta Primavera marca um ano de viragem, o ponto zero de uma nova era, o início de uma nova vida. Lua e Sol entregam-se nas mãos do Quíron, que conhece bem o sofrimento e que, precisamente por isso, se tornou um curador. Nós estamos em sofrimento, mas não é por estarmos fechados em casa. Estamos em sofrimento porque, enquanto sociedade, nos apegamos de forma doentia ao consumo, às coisas e à imagem. Premiamos comportamentos individualistas e alienados e assim fomos criando uma desconexão de nós mesmos, do colectivo e da natureza. Estamos em sofrimento porque somos adictos, viciados em consumos tóxicos que nos tapam os vazios da alma. Mas Quíron, além do sofrimento, também traz a cura. E esta paragem pode ser bastante reveladora para cada um de nós e de certeza que o será para o colectivo. Estamos a perceber onde nos dói, o que nos provoca dor, ansiedade e angústia e é precisamente aí que está a cura, no reconhecimento e na aceitação do sofrimento. Só depois de realmente entendermos o que nos dói e porque dói é que estaremos prontos para nos curarmos. Quíron em Carneiro mostra-se como o individualismo cego e o egoísmo doente ou, em contraste, como a incapacidade, o desconhecimento da própria força e a dificuldade em tomar iniciativa. O texto da Lua Nova em Peixes termina com a frase “Somos menos do que pensamos e mais do que acreditamos.” O nosso egocentrismo gosta de nos ver separados, isolados e mais do que os outros, mas não somos nada disso. Somos todos feitos de carne, de ossos e de sangue, todos mortais. E a nossa sensação de impotência também é falsa porque, quando nos ligamos à nossa essência e vivemos com consciência todas as nossas dimensões, deixamos de ser um só e tornamo-nos grandes, maiores do que acreditámos ser possível. Logo a seguir a Quíron e também no papel de curadora, está Lilith, a Lua Negra, a força feminina e selvagem da Terra. Ela é visceral, crua, instintiva e primitiva, ela é o lado animal que gostamos de esquecer que ainda existe em nós. Lilith é a própria Natureza, pura, forte e inexorável. Ela é a nossa natureza primordial, a nossa Mãe mais antiga, e exige respeito. Nós, enquanto sociedade, temos feito de tudo para a ignorar e agora a Mãe chegou ao seu limite e mandou-nos a todos para o quarto de castigo, como li algures nas redes sociais. O nosso medo do desconhecido faz-nos desconfiar da Natureza, faz-nos pensar que que é ela perigosa e traiçoeira e que temos que a controlar e corrigir. Na verdade, ao querer dobrar a Natureza segundo a nossa vontade, estamos a ofendê-la, a feri-la e a violentá-la. E o que fazemos todos os dias, de forma cada vez mais sistemática, mais grosseira e mais cruel, à Mãe Natureza, fazemos a nós mesmos, ao nosso corpo, às nossas emoções e a toda a Humanidade. Nas próximas semanas, enquanto te estiveres a adaptar às novas circunstâncias, sente-te. Sente como estão as tuas emoções, como está o teu corpo. Consegues verdadeiramente parar? Ou precisas do ruído à tua volta ou de algum outro tipo de escape? De que emoções queres fugir? Depois de as reconheceres, dá-lhes um pouco de espaço. É ok se não te sentires bem e o medo, a ansiedade ou a impaciência são normais em fases de mudança. Podes também reconhecer outras emoções mais positivas que coabitam com as emoções difíceis. É importante aceitá-las todas, as “boas” e as “más”. Fingir que não sentimos o que sentimos é o princípio da dissociação e foi isso que nos trouxe até aqui. Seja o que for que sentes, aceita, liga-te à tua respiração e reconecta-te com a tua essência. Define o teu contorno interno e separa-te do barulho das luzes com que és assediada constantemente. Separa-te do lado de fora, da sociedade e das expectativas dos outros, e liga-te do lado de dentro, à tua essência, à Humanidade e à Vida. ![]() A lunação de Peixes começa no próximo domingo, dia 23, quando a Lua e o Sol se dissolvem nos braços uns do outro aos 4° daquele signo. O encontro das duas luzes acontece às 15h32, hora de Lisboa, 12h32, no horário de Brasília. O mês lunar que inicia agora propicia um clima de introspecção e silêncio, ao mesmo tempo que nos dá o foco e a energia necessários para abrirmos espaço à realização dos nossos sonhos. As águas de Peixes são infinitas, sem limites e sem definição. Quando mergulhamos neste oceano absoluto, o nosso entendimento deixa de ser pela palavra, que é demasiado definida e explícita e se torna curta e insuficiente para expressar as subtilezas da nossa sensibilidade. Em Peixes a linguagem é a do silêncio, da fantasia, das imagens, das metáforas, da intuição e dos sonhos. A Lua Nova está acompanhada por Mercúrio retrógrado, que acumula a introspecção natural de Peixes com a retrospecção do seu movimento invertido, e por Neptuno, que acentua a indefinição, a incerteza e o equívoco. Vamos ter tendência para ler na diagonal, para perder detalhes que podem ser importantes e para questionar o nosso julgamento ou o dos outros. Por isso, esta não é uma boa altura para sobrecarregar o calendário, já que atrasos, mal-entendidos e confusões no geral são expectáveis. Bom mesmo é deixarmos espaços vazios na agenda a contar que vamos voltar atrás porque nos esquecemos de qualquer coisa ou para podermos contemplar o céu que nesse dia está especialmente azul e contar com tempo para meditar ou para actualizar o diário. Quanto mais flexíveis estivermos, melhor poderemos aproveitar os momentos de silêncio e introversão que nos esperam este mês. Sol e Lua estão mesmo a meio caminho de um simpático trígono entre Marte e Urano, dois planetas que nos incentivam ao movimento e nos empurram para a frente. O primeiro, em Capricórnio, dá-nos a capacidade de concretização, com o foco necessário para perseguirmos os nossos objectivos de forma firme e consistente. O segundo, em Touro, acrescenta a ousadia de querermos experimentar coisas novas, diferentes daquilo que fizemos antes e fora da nossa zona de conforto. Nesta lunação temos a feliz possibilidade de aliar a intuição à acção, de transpor para a prática aquilo que a nossa sensibilidade já sabe. Além de cooperarem um com o outro, Marte e Urano apoiam as duas luzes a partir da sua posição em signos de Terra, oferecendo consistência e solidez à água sonhadora e introspectiva, mas sem forma, de Peixes e criando assim espaço para um trabalho concertado entre todos. Por um lado, continuamos a avançar com os nossos sonhos. Mesmo quando as dúvidas nos atormentam, mesmo quando não conseguimos ver o caminho nem prever consequências, ainda assim continuamos adiante. Imprevistos podem e irão surgir, mas a criatividade necessária para os superar pode levar-nos a encontrar novas paisagens, ainda que estas não sejam visíveis imediatamente. Mais à frente, quando o nevoeiro levantar, vamos perceber o tanto que andámos e todas as coisas novas que descobrimos pelo caminho. Por outro lado, temos a oportunidade de virar a nossa atenção para dentro e prestar atenção às nossas necessidades normalmente mais invisíveis, seja a nível emocional ou físico — e não está tudo ligado? Podemos aproveitar para substituir algum hábito menos saudável que se tenha tornado um vício ou uma estratégia de fuga e que, em vez de nos alimentar, nos esvazia e nos intoxica. No seu lugar, criamos um ritual limpo e leve, que verdadeiramente nos preencha e nos conforte e que nos deixe ainda mais alinhados com a nossa sensibilidade, a nossa intuição e a nossa consciência. Em Capricórnio, Júpiter, o senhor de reino aquático de Peixes, está em tensão com Vénus em Carneiro e os dois sentem-se desconfortáveis em signos que são contrários à natureza de cada um. Lembre-se, não há nada de generoso ou heróico em assumir responsabilidades que não nos pertencem. Fazer pelos outros aquilo que eles não querem fazer por si próprios não ajuda ninguém, é apenas um desperdício dos nossos recursos. A generosidade precisa de ser administrada de forma consciente para que, no fim, não nos sintamos desgastados e injustiçados. Este mês lunar vem com a combinação perfeita entre inspiração e trabalho, porque nenhum sonho se conquista sem esforço e compromisso, mas também precisa de uma grande dose de fé. Sentes-te confiante para aligeirar a carga e acelerar o passo? Consegues fechar os olhos e seguir em frente, sabendo que a estrada por onde segues te levam aonde precisas de ir? Estás disposta a abdicar do controlo e a deixar que a vida a oriente o teu rumo? “O sonho comanda a vida”, escreveu António Gedeão. Dá corda aos sapatos e deixa que a intuição seja o teu guia. ![]() A próxima Lua Nova traz consigo uma energia de novidade e leveza, mas também alguma volatilidade e instabilidade. Na próxima sexta-feira, dia 24, mais precisamente às 21h41, hora de Lisboa, 18h41 em Brasília, a Lua junta-se ao Sol nos 4° de Aquário e dá início à lunação deste signo. Este mês lunar traz o sabor do futuro, do que virá no final do ano quando Júpiter e Saturno se juntarem no primeiro grau do signo do aguadeiro, e é um prenúncio do ano que se seguirá, com estes dois planetas a atravessarem esse signo. Aquário procura um entendimento intelectual do mundo que o rodeia e tenta encontrar caminhos inovadores e originais que nos levem mais longe e mais alto. Este signo consegue contemplar as coisas com a perspectiva de uma águia que no seu alto voo vê, não só o momento presente, mas faz também uma projecção do que vem a seguir. Às vezes, a sua altitude gera distância, isolamento e incompreensão, mas o futuro raramente é compreendido ou aceite por todos. No entanto, esta energia de Aquário ainda ecoa o passado. Afinal Saturno, o seu regente, ainda segue em Capricórnio, acompanhado por Plutão e Júpiter. Poderemos já sentir os ventos de mudança a soprar na nossa cara e a querer levantar as nossas asas, mas na paisagem ainda está a montanha severa e inóspita do signo da cabra. Os dois luminares fazem uma quadratura com o disruptivo Urano, que está no início de Touro e acrescenta uma certa imprevisibilidade a esta lunação. Apesar de parecer que tudo se aquietou depois dos dois eclipses do começo do Inverno, o clima é de alguma tensão e ansiedade. A aparência de estabilidade pode ser rompida a qualquer momento, seja por algum acontecimento externo inesperado, seja por uma vontade interna de mudança ou um impulso de rebeldia contra uma situação que nos incomoda ou ofende. Antes de darmos espaço à acção, é importante perceber se o nosso ímpeto nos vai trazer algo de realmente benéfico e produtivo ou é apenas um escape estéril para a nossa sensação de frustração e cansaço depois do que passámos nos últimos dois anos. Vénus, o planeta das relações e do prazer, está em Peixes, um signo onde se sente como em casa, e derrete-se nos braços do subtil Neptuno que a deixa num estado de encantamento quase hipnótico. A deusa do amor num signo de Água compensa um pouco a aridez da energia de Aquário e de Capricórnio, os dois signos predominantes nesta Lua Nova e ambos administrados pelo austero Saturno. Estamos mais sensíveis, mais ligados uns aos outros e queremos acreditar no melhor do outro e no melhor de nós mesmos, abrindo assim espaço à fantasia e à ilusão. Mas também estamos mais susceptíveis ao sofrimento, mais compassivos e mais dispostos a aceitar as diferenças e a perdoar as ofensas. Só que Vénus não está tranquila, ela está em tensão com o destemido Marte que, em Sagitário, quer defender apenas uma verdade e irrita-se com a passividade e a falta de definição com que Vénus em Peixes se veste. Por sua vez, esta intimida-se com o excesso de confiança de Marte e refugia-se na alienação da sua imaginação. Mais uma vez, é importante tomar atenção aos impulsos, mesmo ao impulso para a inacção, e perceber qual a verdadeira motivação por trás da vontade de lutar, de confrontar ou até de fugir, ou por trás da vontade de ficar quieta e de não mudar nada. Desde Capricórnio, o mestre Júpiter apoia Vénus e empresta-lhe algum pragmatismo e objectividade para que ela possa aliar a sua sensibilidade aos seus recursos, de forma a que possamos realmente fazer alguma coisa com o que sentimos. No signo dos limites, Júpiter traz-nos a sobriedade do realismo, compensa as nossas divagações ilusórias e enganadoras e transforma as fantasias em possibilidades reais. Possamos nós ter os olhos e o coração igualmente abertos. Outro aspecto que ajuda esta Lua Nova a levar-nos para a frente é o sextil do energético Marte com Mercúrio, o nosso mensageiro e moço de recados, que segue mais à frente da Lua e do Sol em Aquário. A nossa cabeça está mais ágil, não apenas com uma grande capacidade de entender a big picture, mas também com a rapidez e a coragem para conseguir abrir os caminhos que nos permitem avançar. Por entre fadiga e irritação, ansiedade e empatia, este mês traz-nos também com um vislumbre do que pode vir a ser a nossa vida. Se calares todo o ruído à tua volta, o que ouves, o que vês? Quem és tu quando estás centrada e focada em ti mesma? Que visão tens para a tua vida daqui a um ano? Saber quem és e o que queres não te poupa dos desafios, mas dá-te a firmeza para permaneceres flexível, a imaginação para lidares com a realidade, a calma para agires depressa e a lucidez para viveres agora o teu futuro. ![]() Desde o fim do ano passado que a energia fria e seca de Capricórnio se faz sentir de forma mais óbvia nas nossas vidas. O Sol e Mercúrio vieram juntar-se a Júpiter, Saturno e Plutão neste signo, acentuando o peso e a gravidade dos tempos que correm. Esta sexta-feira, dia 10, às 19h21, horário de Lisboa, ou 16h21, hora de Brasília, a Lua torna-se cheia nos 20° de Caranguejo. Mas, com a Terra a encobrir a luz que o Sol projecta na superfície lunar, este momento é também um eclipse da Lua. Os eclipses lunares acontecem cerca de seis em seis meses e tornam o simbolismo dessa Lua Cheia especialmente poderoso e potente. Questões que começaram a ser pensadas ou preparadas seja na Lua Nova de Capricórnio, há quinze dias, ou na Lua Nova de Caranguejo, há seis meses e que também foi um eclipse, chegam agora ao seu auge, ao seu ponto de máxima visibilidade. Este eclipse é especialmente tenso. De um lado temos o Sol em Capricórnio, um signo de Terra, rígido e intransigente, mas também pragmático e competente. Mercúrio, a mente experiente e planeadora, está no coração do Sol e empresta-lhe as suas características que ficam iluminadas pela sua luz. Bem perto destes dois planetas estão também Saturno e Plutão, já conjuntos um ao outro por grau, apesar de o aspecto perfeito acontecer apenas dois dias mais tarde, dia 12. Ainda no mesmo signo, mas ainda bastante atrasado para esta reunião, está o gigante Júpiter. Do outro lado está a Lua em Caranguejo, confortável no seu próprio signo, mas quase sozinha e eclipsada a enfrentar os difíceis desafios lançados pelo grupo de pesos pesados no signo oposto. Em Peixes, Neptuno, que não conhece fronteiras e que sabe que somos apenas um oceano de gotas inseparáveis e indistiguíveis, por pouco ainda consegue apoiar a Lua com a sua capacidade de compaixão e de aceitação. A pressão que sentimos já não é novidade. Pelo menos desde há dois anos, quando Saturno entrou em Capricórnio e se juntou a Plutão que já por ali andava desde 2008, que se tornou claro a desconstrução das nossas estruturas e o teste aos nossos limites. Se antes não os conhecíamos, agora estamos a olhar para eles de frente. Alguns resistiram enquanto puderam, outros ainda nem se aperceberam que já estão virados do avesso. Também nos é mais visível o nosso poder, aquilo de que somos capazes. Às vezes subestimamo-nos, porque ainda não fomos desafiados o suficiente, não conhecemos a nossa capacidade de resistência, de perseverança, a garra que encontramos quando precisamos mesmo de seguir em frente. Durante os próximos dias e, noutra escala, durante os próximos meses vamos poder distinguir os contornos das nossas limitações e das nossas reais capacidades. Este eclipse vem aumentar a polarização e os conflitos. Os muros que nos protegem de quem nos ameaça e que, simultaneamente, nos separam e nos fazem acreditar que quem está do outro lado é diferente de nós. Mas também o sistema que se torna autoritário e autocrático e que se afasta de quem devia servir e acaba por ser atropelado pela engrenagem cega e surda. Ou ainda a tua atitude dura e intransigente para com alguém em nome de uma mágoa que não podes esquecer. Prepotência e vitimização, defesa e insegurança, opressão e fraqueza. Como podemos encontrar o equilíbrio? Como podemos saber se estamos a escolher o melhor caminho? Em Capricórnio reconhecemos os limites, aprendemos a respeitá-los e aceitamos as consequência inevitáveis de os ultrapassar. Assumimos a responsabilidade por nós mesmos e tornamo-nos adultos, respeitando as nossas capacidades assim como as nossas limitações. Estendemos este respeito aos outros e esperamos o mesmo em troca. Isto implica definir os nossos contornos também para os outros e saber dizer “não” a pesos que não conseguimos carregar, a culpas que não são nossas ou a ofensas que nos magoam. Com Caranguejo aprendemos a valorizar a nossa vulnerabilidade, as nossas fraquezas e as nossas emoções, por muito tontas ou injustificadas que pareçam. Cuidamos das nossas fragilidades e das dos outros como quem cuida de um bebé, porque somos todos bebés quando nos sentimos inseguros, cansados ou carentes. O autocuidado torna-se a estratégia de sobrevivência mais poderosa, seja para garantir que estamos bem o suficiente para podermos ajudar os outros, seja para reconhecer que estamos frágeis demais para ficarmos sozinhos e precisamos pedir ajuda. Mas os tempos são densos e às vezes não há equilíbrio possível nem existe o melhor caminho. Às vezes o conflito é inevitável e é preciso avisar os outros que os lobos estão a chegar. Se sentes que é esta a tua situação, então grita, toca a trombeta e põe essa raiva que te queima por dentro ao serviço de todos. Torna-te porta-voz de uma causa, denuncia abusos de poder, defende uma minoria. Assume a responsabilidade de transformares essa energia que te consome em algo produtivo e benéfico para ti e para o colectivo. Outras vezes o medo é avassalador e paralisa-nos. Congela a nossa respiração, o nosso sangue, as nossas emoções. Não nos queremos mexer porque entrar em acção implica sentir a angústia que nos aperta o peito e que mais parece um animal selvagem a abocanhar-nos por dentro. Se é aqui que estás, deixa-te sentir a dor e procura ajuda. Estás a precisar de alguém que te dê a mão, o ombro, o colo. Respeita o teu sofrimento e valida as tuas emoções, sem cobranças e sem pressas. Procura quem te veja, aceite a tua fragilidade e saiba ficar ao teu lado. Cuida-te e deixa que cuidem de ti. Quem tem planetas ou ângulos perto dos 20° dos signos cardinais, Carneiro, Caranguejo, Balança ou Capricórnio, está a sentir de uma forma mais pessoal e desafiante este ambiente carregado de tensão. Se tens algum ponto importante do teu mapa próximo dos 20° de Touro ou Virgem, esta pressão está a teu favor, aproveita-a para te impulsionares a alturas que até agora julgavas inalcançáveis. Conheces as tuas verdadeiras capacidades? E respeitas os teu limites? Sabes quando precisas de ajuda? Sabes como te proteger e te cuidar? Consegues tomar conta dos outros sem ser invasivo e sem te desrespeitares? Aceitas a fragilidade da vida? Vivemos momentos históricos a nível mundial, mas, também numa dimensão individual, muitos de nós estamos a passar por uma fase definidora do nosso caminho. Deixemos então que seja a nossa humanidade a construir esse caminho. Com a nossa força, a nossa vontade, a nossa fraqueza e as nossas limitações. Com todo o nosso amor. “Somos menos do que pensamos e mais do que acreditamos.” ![]() Na madrugada do dia 26 de Dezembro, pelas 5h12 em Lisboa, 2h12 em Brasília, e ainda na esteira do Natal, tem lugar o último eclipse solar deste ano. Os eclipses solares acontecem sempre que, durante uma lua nova, a Lua se alinha perfeitamente entre a Terra e o Sol, ocultando-nos o seu brilho. Esta Lua Nova, nos 4° de Capricórnio, é por isso especialmente poderosa e os seus efeitos perduram durante os seis meses seguintes. Capricórnio é um signo de Terra, seco como as rochas da montanha e frio como o Inverno que se inicia no hemisfério norte. Esta é uma energia de controlo, de contenção e de limites. Por outro lado oferece-nos a disciplina e a ambição necessárias para concretizar grandes e duradouras obras. E este eclipse em particular vem temperado com a dose certa de entusiasmo para avançarmos com a realização dos nossos projectos. Lua e Sol estão muito próximos do gigante Júpiter. Em Capricórnio, o planeta da sorte fica limitado nas suas expectativas, mas as suas promessas ganham chão e tornam-se mais realistas e enraizadas. Se, por um lado, as possibilidades estreitam, por outro elas tornam-se concretas e tangíveis. Aproveita esta oportunidade para lançares o primeiro tijolo de uma construção que queres ver perdurar no tempo, para dar o primeiro passo de uma caminhada que se adivinha longa e exigente ou para investires no crescimento de uma obra que já tens em andamento. O que for semeado agora será abençoado com a protecção de Júpiter. Outro aspecto muito positivo que favorece este eclipse é o simpático trígono a Urano em Touro. O planeta do inesperado acrescenta um tom electrizante a esta lunação e proporciona oportunidades surpreendentes e cheias de potencial para implementarmos algo novo e diferente, que nos ofereça mais autonomia e devolva mais autenticidade às nossas vidas. Soluções inovadoras e ousadas que ainda não tinhas imaginado podem surgir de repente, dando um forte impulso aos teus planos e às tuas intenções. O experiente Saturno é o anfitrião dos luminares e encontra-se também em Capricórnio, prestando todo o seu apoio a esta lunação. Mas a sua proximidade com Plutão, o planeta da destruição, lembra-nos de que nada dura para sempre. A conjunção exacta dos dois planetas acontece durante esta lunação, mais precisamente no dia 12 de Janeiro. Mas este momento é apenas a culminação de um processo de desconstrução que já começou há cerca de dois anos, no fim de 2017. Durante os próximos meses conseguiremos distinguir mais claramente aquilo que entretanto ruiu, o que ficou de pé e qual o caminho a seguir a partir daqui. Afinal, antes de construir algo novo, precisamos deitar abaixo as velhas estruturas que já não nos sustentam. Este eclipse faz-nos um resumo claro do panorama de fundo dos nossos tempos, uma grande mudança das nossas estruturas. Na próxima Lua Cheia, que é também um eclipse, desta vez lunar, ser-nos-á mais evidente o que está a ficar para trás, o que precisamos largar ou até já ficou pelo caminho, ao mesmo tempo que a nossa nova realidade vai ganhando corpo e ficando cada vez mais concreta e mais definida. Os teus planos são fundamentados na realidade ou estão presos nas nuvens da fantasia? Que mudanças concretas vais implementar para avançares com o teu propósito? Que seguranças estás disposta a largar e que riscos estás disposta a assumir para alavancares a tua vida? Dizem que a sorte protege os audazes e esta lunação vai um pouco mais longe, favorecendo os audazes realistas, aqueles que sustentam a sua ousadia num chão firme e verdadeiro. ![]() O próximo mês lunar começa na noite de 28 de Outubro, às 4h28 de Lisboa, 00h28 de Brasília, quando a Lua cai na sombra do Sol aos 4° de Escorpião. Este é o signo das águas paradas, dos pântanos, dos poços e de todos os lugares escondidos que preferimos evitar. Mas nas profundezas da aparente imobilidade existe uma força que é capaz de mover montanhas e de criar tempestades poderosas e avassaladoras. Por trás da couraça impenetrável do Escorpião fermentam paixões intensas, tão fatais quanto regeneradoras. Além do Sol e da Lua, também Vénus e Mercúrio estão a atravessar Escorpião, acentuando o ambiente de ansiedade e desconfiança. Melhor que ninguém, este signo sabe que as aparências enganam e está sempre atento a qualquer sinal que possa revelar vontades veladas e intenções subterrâneas. Nestas águas joga-se o tudo ou nada, qualquer situação pode tornar-se uma batalha de vida ou de morte e por isso é tão importante guardar todos os trunfos que encontramos no caminho. O único aspecto dos luminares é a oposição a Urano em Touro, o que acrescenta a esta Lua Nova uma grande dose de imprevisibilidade e até de caos. Encontros inesperados, atitudes inusitadas ou mudanças repentinas de planos podem surpreender-nos e deixar-nos atordoados com a brusca alteração de rota. O melhor é não fazer demasiados planos e deixar bastante espaço de manobra para que um ou outro acidente súbito não nos atire ao tapete. Às vezes precisamos de um abanão para sairmos dos caminhos habituais e ousarmos percursos diferentes que poderão levar-nos a novos horizontes. Marte, que tem sob a sua alçada o signo de Escorpião e todos os que aí se encontram, está em Balança, exilado e sem forma de comunicar com os seus súbditos. Para além destes constrangimentos, a quadratura exacta que forma com Saturno em Capricórnio ainda nos limita mais os movimentos e recorda-nos que a nossa vontade e a nossa capacidade de acção estão sujeitas a forças maiores e mais pesadas do que nós. Quanto mais quisermos manobrar e dirigir as situações e as pessoas à nossa volta, mais vamos aumentar a nossa frustração, correndo até o risco de nos magoarmos a sério. Quando assumimos que controlamos as circunstâncias externas muito menos do que gostaríamos torna-se mais importante e urgente aprender a gerir o nosso mundo interno, os nossos desejos, as nossas fúrias e nossa verdade. Poucos dias depois da Lua Nova, Mercúrio, o planeta da comunicação e das ideias, estaciona quase no fim de Escorpião para iniciar o seu percurso retrógrado durante as próximas três semanas, ou seja, a maior parte do tempo desta lunação. Durante estes períodos, as deslocações parecem demorar mais, as combinações, compromissos e contractos podem atrasar ou ficar sem efeito e outros assuntos do nosso quotidiano parecem ser mais complicados de resolver do que o normal. Com Mercúrio retrógrado em Escorpião, os assuntos em revisão poderão ser mais densos e as suas consequências mais profundas do que apenas chegar atrasado para um café com os amigos. Podemos ser confrontados com alguém do passado com quem preferíamos não nos voltar a cruzar. Talvez seja um segredo que pensávamos ter deixado bem enterrado que regressa à superfície. Ou pode ser ainda uma conversa difícil que foi silenciada porque sabíamos que depois de ditas certas coisas nada poderá voltar a ser o que era antes. O que quer que seja, é uma oportunidade para limpar emoções, matar dores antigas e recuperar algum tesouro que ficou esquecido no meio do lixo. O que é que precisas de dizer a alguém, ainda que dizê-lo possa ser fatal para a vossa relação? O que é que estás a "aguentar" há tempo demais? A paz podre que alcançaste com os outros é assim tão mais compensadora do que leveza da tua verdade? O que é que está reprimido no teu peito e precisa de se soltar? Aproveita esta lunação para fazer uma introspecção profunda e perceber que segredos te pesam. Este mês, quanto mais tentarmos controlar alguma coisa, mais aquilo que queremos controlar irá rebentar na nossa cara. Pode ser difícil abrir mão de algum tipo de poder ou de domínio, talvez acreditemos que o risco de deixar as coisas fluir é demasiado elevado, mas se insistirmos em guardar aquilo que não é nosso, que pertence à vida, poderemos ter de lidar com consequências imprevisíveis. Podemos escolher entre sentir uma grande pressão ou enorme alívio. Qual o preço que preferes pagar, o da servidão ou o da verdade? ![]() Chegámos a meio do ano zodiacal e também a meio caminho entre duas das estações de eclipses que estão a acontecer no eixo de Caranguejo e Capricórnio. Equilíbrio, parceria, meio termo, compromisso ou ajuste são todos temas do signo de Balança, a energia que compensa o impulso e a individualidade de Carneiro, o primeiro signo do zodíaco. Balança é um signo do elemento ar e do modo cardinal, que procura estabelecer relações baseadas numa troca justa, equânime e satisfatória para ambas as partes. No próximo sábado, dia 28 de Setembro, às 19h26 de Lisboa, 15h26 em Brasília, a Lua e o Sol dão as mãos aos 5° de Balança e iniciam este mês lunar. O único aspecto dos dois luminares é um quincúncio a Urano em Touro, o que pode trazer alguma inquietação ou instabilidade às relações, parcerias ou contratos e torna necessários alguns ajustes ou adaptações. Ainda que inesperados, estes contratempos vêm apenas restabelecer o equilíbrio em alguma questão que tinha passado para segundo plano dentro da relação, ou repor a justiça em alguma linha de um contrato. Quem recebe esta lunação é a charmosa Vénus que se encontra também em Balança, ou seja, muito confortável em sua própria casa. Mas esta princesa elegante e refinada está a meio caminho entre duas quadraturas com os planetas mais densos, Saturno e Plutão, que transitam já há algum tempo no signo mais austero do zodíaco, Capricórnio. Por um lado, Vénus afasta-se do aspecto com Saturno, que nos recorda os tempos difíceis que passámos ainda há poucos meses, no início do Verão. Por outro lado, aproxima-se da quadratura com Plutão, que pode trazer uma antevisão das mudanças que nos esperam no próximo Inverno, quando estaremos a atravessar a nova estação de eclipses ao mesmo tempo que acontece o encontro de Saturno com Plutão nos 22° daquele signo. Mas, no aqui e agora desta lunação, Vénus está domiciliada e, a somar a esta vantagem, ela forma um sextil exacto com o benevolente Júpiter também no seu próprio signo, Sagitário. Assim, este momento é como um bálsamo, um oásis de tranquilidade que nos oferece a oportunidade de reencontrar o equilíbrio a meio caminho desta jornada. Agora podemos pesar os prós e os contras das escolhas feitas entretanto e fazer os ajustes necessários para nos aproximarmos cada vez mais da verdade que nos espera no fim deste caminho. Durante esta lunação repara nas tuas relações. Quem são as pessoas que realmente te ajudam e te apoiam? Que compromissos respeitam os teus valores e os teus princípios? Que pontes precisas de construir para continuar esta caminhada? O que é que precisas de cultivar dentro de ti para te sentires mais em harmonia contigo, com os outros e com a vida? Vénus, a senhora desta lunação, tem tudo a seu favor para durante este mês nos ajudar a encontrar relações mais justas, mais equilibradas e mais verdadeiras, seja dentro ou fora de nós. |
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Fevereiro 2021
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