![]() Durante a lunação de Escorpião muita coisa que estava escondida no nosso inconsciente veio à superfície, dando-nos a oportunidade para olhar de frente os nossos medos, as nossas ilusões e a nossa verdade. Agora, com uma visão mais clara e mais definida do que se passa cá dentro, o processo de limpeza continua e nós podemos escolher que lixo queremos deitar fora e que tesouros queremos guardar. Mas é importante não confundirmos uma coisa com a outra. Na manhã de terça-feira, dia 29 de Novembro, às 12h18, hora de Portugal, e às 10h18, no Brasil, Lua e Sol juntam-se nos 7°42’ de Sagitário. O fogo da seta do arqueiro revela-nos o propósito dos processos que aconteceram na lunação anterior, de Escorpião, e inspira-nos a olhar para o futuro com optimismo e confiança. Agora, olhando para trás, para as últimas semanas, que verdades descobriste sobre ti e sobre o outro? Que crenças positivas reforçaste com essa descoberta? E que ilusões sobre ti próprio ou sobre o outro derrubaste? Com o horizonte interno mais limpo e desanuviado, é tempo de olhar para a frente e definir uma direcção. Esta Lua Nova em Sagitário faz uma quadratura com o eixo nodal, a Cabeça do Dragão em Virgem e a sua Cauda em Peixes, e ainda ao escapista Neptuno, conjunto ao Nodo Sul. Estamos com os olhos no futuro, mas este começa a parecer-nos bem diferente do que tínhamos imaginado, menos romântico e mais realista, com as falhas e os defeitos que sempre encontramos quando olhamos as coisas de perto. Talvez por isso, insistimos em nos mantermos na ilusão do passado, a ilusão de que o futuro perfeito é possível, se encontrar a pessoa perfeita, o trabalho perfeito, a casa perfeita… Se, por outro lado, os acontecimentos recentes nos provaram de forma inexorável que essa fantasia não existe, então podemos ser tentados a assumir o papel de vítima, mesmo que isso implique distorcer a realidade e lançar confusão sobre os factos. É importante manter o foco no nosso rumo e, simultaneamente, não perder de vista a realidade à nossa volta. Assim seremos capazes de expandir os nossos horizontes e teremos a clareza para distinguir a paisagem da miragem, por muito fascinante que a última nos pareça. Quem recebe esta lunação é o sábio Júpiter em Balança, dando continuidade ao tema dos relacionamentos e parcerias. O crescimento e a aprendizagem que podem ser alcançados nas próximas semanas surgem no contexto de uma relação, seja esta romântica, de amizade, profissional, ou de qualquer outra natureza, dependendo da casa onde se encontra o signo de Balança no nosso mapa. Por isto, é especialmente importante estarmos atentos ao que os outros reflectem de nós próprios, pois é nestas dinâmicas de espelho que podemos encontrar as respostas que nos levam além do que já conhecemos de nós mesmos. Júpiter faz quadratura a Plutão e ainda a Vénus, que esteve conjunta ao último no fim da semana passada. As questões de poder, de controlo e de manipulação nas relações estiveram, e ainda estão, ao rubro. No entanto, a intensidade vivida nestes dias é também uma oportunidade para olharmos para nós próprios e para o outro despidos de preconceitos, de dogmas ou de crenças limitadoras. Está na altura de deitarmos abaixo algumas verdades absolutas sobre o que deve ser um relacionamento de forma a abrirmos espaço para uma compreensão maior do outro, da relação e de nós mesmos. O anfitrião dos luminares faz ainda aspectos harmoniosos e bastante apertados com o respeitável Saturno em Sagitário e com o independente Marte em Aquário. Esta nova verdade interior deve assentar em valores sólidos e fortes convicções pessoais sem comprometer a nossa independência nem a nossa liberdade pessoal, mas mantendo sempre a abertura para a evolução de todos enquanto partes únicas de um colectivo. Por último, o aspecto mais forte desta Lua Nova é a quadratura que Vénus em Capricórnio forma com Urano em Carneiro, enquanto se afasta da conjunção a Plutão. Relações sólidas, estruturadas e duradouras podem entrar em crise e até enfrentar a ruptura se alguma das partes sentir que a sua liberdade não está a ser respeitada. Se, por outro lado, a crise já estava a ser vivida dentro do relacionamento, agora a tensão torna-se visível para fora e já não é possível manter a fachada social de segurança e estabilidade. Seja qual for o tipo de parceria e a fase da relação, é importante que cada um se respeite a si próprio como indivíduo e ser autónomo, que cada um saiba preservar a sua identidade e respeitar a identidade do outro. Compromisso não significa dependência ou rigidez e uma relação é tanto mais rica e produtiva quanto mais as diferenças de cada um contribuírem para o bem de ambos. Com a força desta Lua Nova podemos rasgar o véu da ilusão que nos mantém enleados em comportamentos e atitudes escapistas que, a longo prazo, apenas nos devolvem decepção e sofrimento. Que fantasias de perfeição eu alimento nas várias áreas da minha vida? De que forma essas fantasias me impedem de aceitar o que estou a viver no presente? Que valores meus alicerçam estas fantasias? Posso manter os valores e simultaneamente largar a fantasia? O que é que já existe na minha vida que preenche esses valores? Se soubermos olhar para lá da nossa idealização de perfeição, vamos perceber que o que buscamos afinal está aqui, no presente, bem à nossa frente. Se soubermos acreditar na vida e se confiarmos que ela sabe, melhor do que nós, o que precisamos para crescer, a nossa verdade alinha-se com a realidade do mundo e abrimos o caminho em direcção ao futuro, não aquele que idealizámos, mas aquele que é autenticamente nosso.
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![]() A lunação anterior, com dois eclipses a intensificarem o seu efeito, trouxe-nos uma crise de fé, com os seus dois eclipses a intensificar um estado mais sombrio e dorido, apenas para nos lembrar que somos bem menos do achamos e bem mais do que acreditamos. Mas este mês vem amenizar o ambiente e trazer uma lufada de ar fresco e de esperança. Lua e Sol encontram-se este mês aos 8° de Balança, à 1h12 de sábado, dia 1 de Outubro, em Portugal e às 21h12 de sexta-feira, dia 30 de Setembro, no Brasil. Esta lunação vem favorecer as parcerias, qualquer que seja a sua natureza. Assim, todos os projectos que assentem na cooperação e no trabalho de equipa têm condições propícias para o crescimento e expansão. Alianças e compromissos firmados agora prometem ser benéficos para ambas as partes e são assentes em valores sólidos e com perspectiva de longevidade. Claro que os relacionamentos de casal também vão aproveitar do clima de jovialidade e optimismo, até porque ele vem temperado com algum romantismo e muita paixão. Mas é importante ter alguma atenção com lutas de poder. Ao querermos definir o nosso espaço pessoal, podemos ter tendência a entrar num braço de ferro que não beneficia nenhum dos lados. Pode até criar alguma rigidez e intransigência que não são nada saudáveis numa relação que se quer flexível para que possa haver lugar para a troca e para a harmonia. Se, por um lado, este mês lunar é favorável ao início de relações e parcerias, por outro, também pode trazer rupturas e cortes. Talvez sejam decisões que estavam a ser ponderadas ou planeadas há algum tempo, mas até agora faltou a coragem, ou talvez seja a noção de que se chegou a um nível tal de tensão que a situação deixou de ser sustentável. De uma forma ou de outra, este movimento é apenas o restabelecimento de um equilíbrio já esquecido. Inícios ou fins, compromissos ou rompimentos, o que quer que seja que aconteça será em nome do crescimento harmonioso de todos. Para que cada um de nós possa encontrar o caminho do meio, a justa medida da sua dualidade, com a confiança de que o outro também está a dar o seu melhor. Só desta forma conseguiremos encontrar o nosso próprio equilíbrio neste tem-te-não-caias que é a vida. ![]() Acontece daqui a pouco, às 12h de Lisboa e às 9h de Brasília, a Lua Cheia, que este mês vem acompanhada por um eclipse penumbral, nos 3° de Balança. Isto significa que, enquanto a Rainha se enche no signo da relação e o Sol brilha no signo da individualidade, Carneiro, a Terra vai projectar a sua sombra na superfície lunar, trazendo a oportunidade de espreitarmos o outro lado da Lua e de desvendarmos algumas respostas sobre os temas deste eixo zodiacal. Será que me vulnerabilizo o suficiente numa relação para conseguir estabelecer uma ligação de confiança e de partilha ou luto para afirmar as minhas ideias? Será que consigo manter a minha independência e as minhas opiniões num relacionamento sem me perder no outro ou estou mais disponível para ele do que para mim? Qualquer que seja o pólo desta equação onde me sinto mais confortável, o difícil é encontrar o equilíbrio entre relacionamento e individualidade. Para isso é essencial, por um lado, conhecer o meu centro, identificar a minha verdade e ter a coragem de arriscar ser eu mesma em frente ao outro. Por outro lado, é fundamental saber estar vazia, receptiva, ter a capacidade de me diluir no outro, sabendo que, na verdade, eu e o outro somos apenas reflexos distintos da mesma existência. Será que é possível ser inteira e completa e, simultaneamente, ter espaço dentro de mim para o outro? ![]() Esta noite, à 1h06 de terça-feira, dia 13, em Lisboa, e às 21h06 de segunda-feira, dia 12, em Brasília, acontece a união dos dois luminares aos 19° do signo de Balança. Este é o momento ideal para entregar as intenções para as próximas quatro semanas, especialmente se estas tiverem como foco o tema que já vem do último eclipse, a forma como vivemos as nossas relações. A Lua Cheia será no dia 27, às 12h05 em Lisboa e às 10h05 em Brasília, aos 3° de Touro e revelará a firmeza dos nossos propósitos. O próximo mês lunar vem mais calmo e sereno, mesmo a calhar para o rescaldo dos eclipses. A Lua junta-se o Sol no signo dos relacionamentos, Balança, e juntos fazem uma oposição muito apertada a Urano, o planeta da libertação e da diferenciação, no independente signo de Carneiro. Agora, depois do abanão que sentimos no último mês, começam a desenhar-se as respostas para algumas das questões levantadas pela ventania que passou nas nossas vidas: Será que conseguimos assumir os nossos compromissos de relacionamento, ou de qualquer tipo de aliança, sem ser necessário sufocar a nossa individualidade e sem diminuir a nossa liberdade? De que forma podemos integrar autonomia e compromisso, singularidade e partilha? O casal celeste faz também uma quadratura, ainda que já um pouco afastada, ao denso Plutão, que segue na sua lenta visita a Capricórnio. Tensões internas e questões de poder que se projectam nas parcerias ainda vão andar no ar, mas dissipar-se-ão em poucos dias, quando o Sol se distanciar deste aspecto tenso. Vénus, a elegante anfitriã dos dois astros reais, troca de domicílio com Mercúrio, a primeira em Virgem, o segundo em Balança, reforçando-se mutuamente. Na verdade, exceptuando Saturno e os planetas transpessoais, todas as outras personagens astrais se encontram divididas entre estes dois signos, atribuindo a esta lunação uma energia refinada e harmoniosa, disponível e cooperativa. Vénus, Marte e Júpiter no diligente signo de Virgem facilitam tarefas quotidianas, que implicam organização e discernimento e também ajudam a implementar novas rotinas mais eficientes e mais saudáveis. Marte e Júpiter já se separam da oposição a Neptuno, mas Vénus começa agora a formar esse mesmo aspecto e é importante conseguirmos sonhar alto, mas com os pés no chão, sem esforços desnecessários e lembrando-nos que é com pequenos passos que se faz uma grande viagem. O industrioso Marte e o idealista Júpiter no signo de Virgem tornam-se mais pragmáticos e cautelosos, no entanto, o trígono que ambos formam a Plutão, e ao qual Vénus se vai juntar no fim do mês, empresta-lhes força e intensidade. Esta é uma oportunidade de fazer acontecer e de implementar as tais novas rotinas mais eficientes e mais saudáveis. Vénus está ainda em tensão com Saturno e pode tornar-se demasiado crítica e exigente, mas lembre-se que feito é melhor que perfeito. O planeta da comunicação e das trocas, Mercúrio, está em casa de Vénus, na diplomática Balança, a fazer conjunção à Cabeça do Dragão e sextil a Saturno. Este posicionamento dá-nos a disciplina e a responsabilidade necessárias para integrar no dia-a-dia pequenas mudanças que nos irão aproximar de um futuro mais equilibrado e harmonioso. O Mercúrio em Balança apoiado pela estrutura moral do Saturno em Sagitário favorece também o diálogo e o reconhecimento do ponto de vista do outro e pode ajudar a estabelecer pontes e a encontrar a justa medida no confronto entre a individualidade de Urano e o compromisso de Sol e Lua em Balança. Depois da intensidade dos dois eclipses nas últimas semanas, este mês apresenta-se mais calmo e ponderado e oferece-nos a oportunidade para assentarmos os pés no chão e finalmente olharmos com atenção para o que estamos a fazer no nosso quotidiano. É o momento para alinharmos o nosso comportamento diário com as nossas intenções a longo prazo e podemos aproveitar o balanço do último eclipse para dar continuidade ao processo de integração da nossa autonomia e da nossa independência com os compromissos e as alianças que estabelecemos com o outro, procurando o equilíbrio certo entre os dois lados. ![]() Na noite de domingo para segunda-feira, de 27 para 28 de Setembro, a Senhora Lua e o Senhor Sol encontram-se frente a frente e reconhecem-se, mas desta vez a Terra intromete-se entre os dois, provocando o eclipse lunar e lançando uma sombra vermelha sobre a Mãe Lua. A Lua Cheia ocorre às 3h52 de 28 de Setembro em Lisboa e às 23h52 do dia 27 em Brasília a 4° de Carneiro e 5 minutos antes é precisamente o ponto alto do eclipse. A ocultação total terá a duração de cerca de uma hora e pouco e será visível tanto em Portugal como no Brasil. Assim, esta Lua Cheia é especial por ser um eclipse lunar, ou uma Lua de Sangue, e ainda porque nesta noite a Lua se encontra no perigeu da sua órbita, o ponto em que ela fica mais próxima do nosso planeta, tornando-a maior do que o habitual. Uma Lua Cheia traz à luz do dia intenções e desejos latentes, ela confronta-nos com as consequências dos nossos actos e aquilo que foi semeado está agora pronto a ser colhido. É também um relacionamento entre a Lua, que simboliza o inconsciente e o que foi, e o Sol, que simboliza a consciência e devir. Por isso um eclipse lunar é, essencialmente, uma oportunidade para cortar o cordão umbilical, largar emoções antigas e padrões desgastados que já não nos pertencem e seguir em frente, em direcção a uma nova forma de estar, de ser e de se relacionar, mais leve e mais adequada com a essência de cada um. A Lua encontra-se conjunta à Cauda do Dragão em Carneiro, o signo da individualidade e da iniciativa autónoma, e o Sol está conjunto à Cabeça do Dragão no signo oposto, Balança, dos relacionamentos e do equilíbrio. Aqui já encontramos o tema deste eclipse, eu e o outro, o eixo dos relacionamentos. O regente deste eclipse, o impulsivo Marte, encontra-se mesmo no início de Virgem e torna esta Lua guerreira e fortemente emocional mais atenta ao detalhe e mais crítica. Marte forma uma quadratura ainda bastante forte ao rígido Saturno e já começa a opor-se a Neptuno, que lhe dilui a iniciativa e dissipa a energia, acentuando a sua insatisfação e frustração. A Lua em Carneiro, rápida e instintiva, forma ainda um trígono a Saturno em Sagitário, que segura os seus repentes e até a apoia, desde que ela cumpra o compromisso com a sua verdade. Em oposição, o Sol em Balança e conjunto a Mercúrio retrógrado no mesmo signo leva-nos olhar para o outro e a rever princípios, atitudes e acções que dificultam as relações justas e harmoniosas, mas também abre espaço para mal-entendidos e palavras não ditas. O Sol, significador da nossa consciência, está também conjunto à Lua Negra, Lilith, a antítese da Lua, a força bruta dos vendavais e a fúria das tempestades. Assim, de um lado do eixo nodal, e como foco do eclipse, está a Lua em Carneiro que é desafiada a deixar para trás a sua necessidade infantil de afirmação e de independência. Do outro lado, o Sol em Balança acompanhado pela selvagem Lilith, que só permite uma consciência alinhada com a nossa verdadeira natureza, por muito insubordinada que ela pareça aos outros e por muito que ela ofenda as regras sociais. Aparentemente afastada de tudo isto, está Vénus, a princesa que recebe o Sol, Mercúrio, o Nodo Norte e a Feiticeira Negra, em Leão e em recepção mútua com o Rei, uma troca directa que favorece o brilho da nossa identidade dentro dos relacionamentos. Vénus ainda recebe as influências benéficas e libertadoras de Urano que acentuam a vivência da autonomia, da verdade e da diferença na relações com os outros, sejam elas uniões duradouras ou apenas encontros fugazes. Júpiter, expansivo e orientador, no signo da prática Virgem mantém a sua oposição a Neptuno, senhor da fantasia e do devaneio, no igualmente sonhador signo de Peixes e põe as nossas ilusões em confronto com valores mais pragmáticos e terrenos do dia-a-dia. Uma coisa é a utopia do relacionamento idealizado, outra bem diferente é o relacionamento possível, mas real e concreto. O trígono que Júpiter começa a formar com Plutão vai ajudar a reformular e a reciclar princípios éticos e morais de forma a abrir espaço para a tolerância e para a humildade, valores que nos tornam menos autocentrados e mais disponíveis para os outros Durante este eclipse vamos ver os nossos relacionamentos a serem esticados como um elástico e a servirem-nos de espelho para olharmos o nosso lado mais impulsivo, mais primitivo e mais cru, mas também o nosso lado mais honesto, mais genuíno e mais livre. Se conseguirmos perceber a diferença entre individualismo e autonomia, entre indiferença e liberdade e entre agressividade e honestidade, se estivermos preparados para nos mostrarmos nus e despidos de definições e de máscaras sociais, estaremos prontos para viver os nossos relacionamentos de uma forma mais justa, mais verdadeira e mais pura. Esta Lua Vermelha vai ser forte, intensa e disruptiva e até pode demorar algumas semanas ou meses a trazer resultados, mas vai servir como um catalisador para um grande salto em frente no nosso crescimento pessoal. |
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Janeiro 2021
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