Com o eclipse solar de Leão tivemos a oportunidade de nos vermos como super-heróis e de conhecermos os nossos super-poderes. Agora, com a lunação de Virgem, chega o momento de pôr os nossos poderes ao serviço dos outros, através de cada pequeno gesto, grão a grão, passo a passo, sem pensar no resultado final e com a humildade de quem realmente confia nas suas capacidades e acredita na magia da vida. A Lua Nova nos 17° de Virgem é no domingo, dia 9 de Setembro, às 19h01 de Lisboa, 15h01 de Brasília, e traz consigo o poder dos pequenos actos. Virgem é um signo do elemento Terra, mas esta não é a terra estável de Touro ou Capricórnio. A terra de Virgem é versátil e adaptável, é fina ao toque e precisa nos detalhes. Virgem tem o poder da discriminação, da análise e a noção do pormenor e o seu mundo é feito daquilo que os seus cinco sentidos conseguem experienciar. Virgem é o artífice que põe toda a sua dedicação nos detalhes de cada peça que fabrica. Virgem é a curandeira que conhece as ervas como ninguém e sabe combiná-las com as palavras certas para esconjurar os males que nos afligem. Virgem é o cientista que através da experimentação e da análise rigorosa abre novos caminhos no conhecimento da realidade. Oposto à Lua e ao Sol, do outro lado do zodíaco, em Peixes, está Neptuno, que desafia a realidade arrumada, tangível e mensurável de Virgem. O planeta da ilusão e da fantasia atira-nos areia para os olhos e confunde-nos os sentidos, a nossa percepção é alterada e a nossa miopia impede-nos de distinguir os contornos daquilo que está fora do alcance das nossas mãos. Precisamos separar o trigo do joio e distinguir o que é útil e necessário do que é apenas um devaneio sedutor ou uma miragem longínqua, de contrário corremos o risco de nos desiludirmos já ali à frente. É preferível pormos a nossa atenção nas tarefas que temos para fazer e que podemos realizar agora, mesmo que nos pareçam aborrecidas ou que impliquem pequenos sacrifícios. Apesar desta oposição, esta é uma lunação poderosa, cheia de potencial para crescimento e regeneração. Plutão em Capricórnio forma um harmonioso trígono com a Lua Nova, acrescentando intensidade e força. A minúscula formiguinha transforma-se na Formiga Atómica, capaz de encarar qualquer desafio com foco e eficiência e pondo em cada procedimento uma poderosa intenção. Por seu lado, Júpiter em Escorpião também se harmoniza com os luminares e com Plutão e, por muito insignificante que nos pareça, cada pequenina acção terá o seu efeito multiplicado e repercutido bem mais longe do que imaginávamos, como o efeito das asas da borboleta. Durante esta lunação, especialmente nas duas primeiras semanas, até à Lua Cheia de dia 25 de Setembro, é o momento ideal para a confecção de objectos mágicos, para a elaboração de elixires curadores ou para a composição de preces, orações ou invocações. E ao falar disto não falo de nada sobrenatural. Pelo contrário falo das nossas rotinas quotidianas, da nossa disponibilidade em fazer o que é preciso ser feito, de estarmos disponíveis para ajudar os outros e de cumprirmos com os nossos deveres de forma discreta e despretensiosa. A magia que está implícita em todos os rituais, que acontece quando pomos em cada gesto uma intenção sincera, quando os nossos actos se alinham com a nossa verdadeira vontade e com a nossa consciência. E isto pode ser feito para ocasiões especiais, mas também pode acontecer nos rituais de todos os dias, apesar de não ser assim tão comum como possa parecer. Este mês não é para olhar para as nuvens, nem para imaginar castelos no ar. Este mês é para nós darmos os pequenos passos que são necessários neste preciso momento, sabendo que cada um deles contém o potencial e o significado de todos os passos seguintes. Todos os dias em todos os momentos nós manifestamos alguma coisa. O que é que precisas de manifestar agora na tua vida? Quais são as pequenas acções possíveis e imediatas que vão traduzir a tua intenção? Estás à espera do quê para fazer a magia acontecer?
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O mês de Agosto rima com férias, o nosso ritmo altera-se e procuramos descansar da rotina do resto do ano. Mas agora, ao regressarmos ao nosso dia-a-dia, deparamo-nos com os mesmos desafios que deixámos em banho-maria há umas semanas e que continuam ali, à espera que nós os encaremos e lhes demos resposta. Alguns de nós poderemos também ser, se não o fomos já, surpreendidos com um novo cenário que nos tirou o chão debaixo dos pés e nos chamou de volta à realidade de forma inesperada e abrupta. Amanhã, quinta-feira, primeiro dia deste mês de Setembro, logo pela manhã, às 10h03 em Portugal e às 6h03 no Brasil, a Lua encosta-se ao Sol e esconde-o por uns momentos. Assim, esta Lua Nova, que acontece nos 9°21’ de Virgem, é intensificada com um eclipse solar. Um eclipse traz-nos mudanças de direcção, acontecimentos repentinos, mas sobretudo a oportunidade de tomadas de consciência, pois o que está no inconsciente sobrepõe-se por um instante ao nosso lado civilizado e domesticado, alterando a ordem esperada das coisas. Quando a Lua tapar o Sol, ela irá trazer para a luz do dia algumas questões que temos preferido evitar. Estas questões estão relacionadas com os temas de Virgem, o trabalho, a saúde e a forma como funcionamos no dia-a-dia. Ao regressarmos à azáfama do nosso quotidiano, os assuntos que entretanto deixámos em standby ressurgem à superfície mais presentes e mais inevitáveis do que antes. Pode ser algum problema de saúde que andávamos a ignorar, ou uma situação que deixámos pendente no trabalho, mas cuja decisão não pode ser mais adiada. Pode ser também que algum acontecimento imprevisto, mas desestabilizador, nos vire a vida do avesso e nós precisamos de nos reorganizar em função desta nova variável. De alguma forma, percebemos que a rotina para qual estamos a voltar vai ser inevitavelmente diferente daquela que deixámos. Mercúrio, o anfitrião deste acontecimento, encontra-se também em Virgem e, portanto, confortável no seu próprio território, mas acabou de iniciar o seu movimento retrógrado, alertando-nos para o que ficou por fazer. Que pontas deixei penduradas há um mês atrás? Que pormenores da minha vida me escaparam entretanto? Que métodos de funcionamento posso rever? Que rotinas preciso reajustar? Podemos olhar para o planeamento que já existia e perceber o que podemos manter e quais as rectificações que precisam ser feitas para nos ajustarmos às mudanças que entretanto surgiram. Não adianta querermos fazer as coisas da mesma maneira, com tanta energia mutável nos céus a palavra de ordem é adaptação. Mercúrio faz conjunção com Júpiter em Virgem, muito apertada por sinal, e com Vénus em Balança. Este trabalho de revisão deve ser feito com cautela, avançando um passo de cada vez, mas com a cabeça aberta para termos a confiança de experimentar novas formas de fazer as coisas. Por outro lado é importante lembrarmo-nos de que não estamos isolados e não precisamos resolver tudo sozinhos. Podemos equilibrar as tarefas quotidianas com a vida social e podemos harmonizar o nosso lado mais pragmático e funcional com alguma beleza e diplomacia. Esta Lua Nova em Virgem opõe-se a Neptuno em Peixes e faz quadratura a Saturno em Sagitário, activando fortemente a quadratura entre os dois gigantes, presente nos céus e nas nossas vidas desde 2014 e que começa finalmente a desfazer-se. Virgem é um signo de Terra, que prefere a realidade concreta, que pode ser tocada, experimentada e medida. Saturno é o planeta da solidez, dos limites da matéria, da capacidade de concretização e da responsabilidade que isso implica. Neptuno, por sua vez, é o oposto dos outros dois, ele simboliza a imaterialidade, o sonho, a imaginação e todas as mais altas idealizações. Mas também é fuga e confusão, também é a desilusão da realidade que fica inevitavelmente aquém da nossa fantasia. O desafio deste mês é olharmos para a realidade, tal como ela é e não como nós gostaríamos que ela fosse. Podemos ter tendência para fugir dos problemas, para evitar a dureza e a seriedade da vida, podemos procurar um sentido que nos escapa e que na verdade não temos que entender. Podemos simplesmente sentir-nos confusos, frustrados e até culpados, pensando no que poderíamos ter feito e não fizemos, no que poderíamos ter evitado ou prevenido se tivéssemos estado atentos aos pequenos sinais. Mas nada disto importa agora, o caminho é em frente e de pouco ou nada adianta sofrermos retroactivamente. Marte conjunto a Saturno e a receber também a tensão da Lua Nova aumenta a irritação e a frustração. Marte em Sagitário quer avançar com projetos, quer liberdade de movimentos, quer fazer o futuro acontecer agora. Mas Saturno trava esse impulso de crescimento e de expansão com a sua rigidez e o seu pessimismo. Por outro lado, a quadratura que Marte ainda faz a Neptuno tira-lhe força, torna-o passivo e dilui-lhe o foco e o propósito. É necessário termos consciência de que tudo está em harmonia com um sentido maior para conseguirmos alinhar o nosso ímpeto com a nossa inspiração mais profunda. Este mês temos a oportunidade de integrar o micro com o macro, de espelhar nos pequenos gestos do quotidiano a nossa própria visão e o fluxo de um todo maior. Para isso é necessário aceitar a realidade como ela é, aceitar que tudo tem um sentido na ordem maior das coisas e aceitar com humildade que não nos cabe a nós tentar entendê-lo. Nós somos apenas uma pequena peça e o universo é tão grande e tão vasto que não podemos sequer conceber a imensidão da vida. Mas podemos fazer a diferença se escolhermos fluir com ela, fazendo a cada momento a pequena parte que nos cabe. Sem desculpas, sem fugas e sem ilusões, mas com tolerância, responsabilidade e sentido de transcendência. Com os pés assentes no chão, os olhos postos em cada próximo passo e o coração ligado ao céu. (Este mês traz-nos dois eclipses e muita coisa para digerir, por isso vou escrever dois artigos: este, sobre a Lua Nova e o eclipse solar, e um outro, na altura da Lua Cheia e eclipse lunar.) No próximo domingo, o encontro da Lua com o Sol no signo de Virgem é também um eclipse solar, a Lua irá esconder parcialmente o brilho do Sol. A Lua Nova acontece aos 20° daquele signo às 7h42 de Lisboa, 3h42 de Brasília, e 12 minutos depois é o ponto máximo desse eclipse. Esta Lua Nova e respectivo eclipse vêm tocar no temas de Virgem, a mente analítica e prática, a nossa capacidade de organização e de funcionar no dia-a-dia. Virgem tem também um lado ansioso e inquieto, sempre preocupado com todos os pequenos detalhes, mas perdendo facilmente de vista a visão geral e o objectivo maior. Um eclipse solar traz consigo acontecimentos inesperados que, ao tocarem em algum ponto importante do nosso mapa natal, acabam por, de alguma forma, marcar a nossa vida. O eclipse é uma união entre a Grande Mãe e o Rei-Sol durante a qual ela se sobrepõe a ele, escondendo o visível e o consciente solar com o seu manto lunar de sombra e de instinto, revelando o nosso lado mais cru. É um momento de tensão, a luz torna-se difusa e opaca, o céu escurece e a natureza confunde-se porque é noite, mas deveria ser dia e tudo fica virado do avesso. Racionalmente sabemos explicar o que se passa, mas quem já vivenciou um eclipse solar no meio da natureza conhece a intensidade que ele carrega. Este eclipse e a sua Lua Nova vêm realmente carregados de tensão, com os dois luminares a formarem um quincúncio ao insólito Urano e uma oposição ao curador Quíron, ambos com uma orbe bastante fechada. Os esquemas mentais e as pequenas tarefas nos quais nos apoiamos para funcionarmos no nosso quotidiano vão perder o chão. Por um lado, a ligação a Urano, o planeta do caos, em Carneiro, vai trazer uma grande dose de imprevistos, surpresas e até alguns choques e acidentes, originando instabilidade e irritação. Virgem não acha muita graça a mudanças súbitas, mas o melhor mesmo talvez seja descontrair, ter na manga um plano B e, sobretudo, permanecer flexível e adaptável. Para sublinhar este cenário, Mercúrio, que recebe o nobre casal na sua humilde casa, entra retrógrado no dia 17, em Balança, oposto a Urano e em quadratura ao devastador Plutão. Combinações, compromissos e contractos vão estar minados de surpresas e armadilhas, o que se diz pode não ser o que se queria dizer, o que é ouvido não é necessariamente o que foi dito e a confusão vai andar no ar. Por outro lado, o frente-a-frente com Quíron em Peixes vem despertar feridas antigas e confrontar-nos com o nosso sofrimento, mas principalmente com o sofrimento que projectamos nos outros e com a nossa incapacidade de lidar com a dor, mas também com a nossa incapacidade de salvar toda a gente que acreditamos que precisa de ajuda. Júpiter em Virgem faz uma oposição já bastante apertada a Neptuno, o planeta da sensibilidade, do escapismo e da transcendência, em Peixes e acentua este ambiente nebuloso e propício para a fuga. A integração destes pólos é feita trazendo para o quotidiano de Virgem, das rotinas e dos hábitos, a nossa própria verdade e a nossa própria visão jupiteriana da vida, mantendo os olhos em cada pequeno passo e fazendo a cada dia aquilo que realmente nos importa. Sempre que Neptuno pedir uma inspiração, sempre que precisarmos de um sentido, só temos que fechar os olhos e olhar para aquele ponto dentro de nós que é a porta para o Universo inteiro, para o oceano infinito de Peixes, porque é sempre aí que vamos encontrar o nosso caminho. Logo, voltamos a olhar para o chão que pisamos e continuamos a dar os passos que, um a seguir ao outro, nos levarão ao ideal que, para já, nos parece encontrar-se num infinito longínquo e inalcançável. Na semana seguinte, Saturno deixa o intenso signo de Escorpião para entrar em Sagitário no dia 18 e muda o pano de fundo dos temas pesados e subterrâneos dos pântanos de Escorpião para questões mais elevadas como a fé, a nossa verdade interior, a expansão de horizontes e a abertura ao novo. Estes temas irão ser testados ao longo dos próximos dois anos pelo Senhor do Tempo e vamos poder avaliar a maturidade com que assumimos aquilo em que acreditamos e a responsabilidade com que levantamos a nossa bandeira. Vamos poder também perceber que a liberdade e a tolerância estão enraizadas num compromisso de crescimento pessoal e que só têm lugar quando os medos inconscientes e a necessidade de controlar, que vêm da vibração mais baixa de Escorpião, foram purgados e deram lugar à cura e à regeneração. Dias mais tarde, a 23 deste mês, o nosso Sol sai de Virgem para fazer a sua visita anual a Balança, e o nosso olhar levanta, deixa o chão e passa a focar-se em quem vem ao nosso lado. Depois das férias, pensávamos que íamos regressar à rotina, mas a rotina trocou-nos as voltas e mudou-nos os planos. Vão ser duas semanas de surpresas, sobressaltos e incertezas. Apontar o dedo e fazer críticas ou julgamentos ou fecharmo-nos na nossa fantasia de como o mundo deveria ser não nos leva a lado nenhum. Precisamos de respirar fundo, aceitar o que é e fazer apenas o que é possível naquele momento, sempre alinhados com a nossa vontade, trazendo para cada gesto a nossa inspiração maior, até chegarmos o nosso sonho. A vida está a mudar. E tu? Estás a mudar com ela? |
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