Lua Nova: 23° Sagitário 08’
Lisboa: 14.Dez.2020, 16h16 Brasília: 14.Dez.2020, 13h16 Mais info: timeanddate.com Aproximamo-nos do fim deste ano e estamos todos ansiosos para que venham doze meses novinhos em folha que nos ajudem a integrar toda a agitação que 2020 nos trouxe. A Lua Nova em Sagitário, que nos brinda com um eclipse solar total e acontece na tarde da próxima segunda-feira, vem com o entusiasmo e a intensidade dos inícios, mas para podermos abraçar a novidade precisamos de nos desapegar de velhos paradigmas. Sagitário é um signo de fogo, cheio de energia e de boa disposição. É mutável, gosta de se movimentar, de se aventurar por novas paisagens e precisa de saciar a sua sede de conhecimento e de verdade. Mas também pode ser dogmático nas suas certezas e tem tendência a esconder as suas vulnerabilidades com um excesso de optimismo e de confiança. Lua e Sol estão próximos do Nodo Sul, o causador do eclipse, o gerador da escuridão. Sagitário fala-nos de futuro, mas a Cauda do Dragão avisa-nos que o passado também se faz presente. Mercúrio, o planeta da informação prática e analítica, junta-se aos luminares e está numa conjunção apertada com o Nodo Sul. Em Sagitário, ele perde a sua objectividade e fica inebriado com a amplitude da sua visão e com o arrebatamento das suas convicções. O presente ainda nos pesa e nós já estamos com os olhos postos no futuro. Mas precisamos rever as nossas certezas, aquilo que acreditamos ou que deixámos de acreditar. Os eclipses trazem sempre revelações sobre os nossos impulsos mais instintivos e este vem expor crenças bem enraizadas lá no fundo do nosso inconsciente. Talvez estejamos demasiado agarradas a uma visão do que queremos da vida e precisamos largar essa expectativa para podermos avançar. Talvez possamos resgatar alguma aprendizagem antiga que nos ajuda a orientarmo-nos neste novo território. De qualquer das formas, precisamos de olhar para os valores que nos orientam e perceber se são largos o suficiente para nos acompanharem numa nova vida ou se, pelo contrário, nos encurralam em becos sem saída e sem futuro. O destemido Marte, que está em Carneiro, empresta a esta lunação uma boa dose de iniciativa de coragem. A energia dos inícios, implícita a Carneiro, e a determinação de Marte empuram-nos a abandonar velhos dogmas e a aventurarmo-nos a descobrir outras visões possíveis para a vida. Júpiter é o professor que orienta este eclipse e segue ainda em Capricórnio, signo onde se sente limitado na sua vontade de crescer. No entanto, recebe uma graça de Vénus, ela própria também num signo que lhe é desconfortável. Confortam-se um ao outro na desgraça, sabendo que está para breve o fim do seu martírio – logo a seguir à Lua Nova os dois mudam de signo e podem respirar de alívio. O próximo mês lunar é um marco importante no nosso percurso tanto colectivo como pessoal. Não só porque inclui a passagem de ano, que é sempre um momento que nos inspira mudança e renovação, mas também porque durante esta lunação Saturno e Júpiter saem de Capricórnio para entrar praticamente juntos em Aquário, deixando a companhia do sombrio e denso Plutão. Assim, as primeiras semanas deste ciclo são um prelúdio para os meses que se seguem até ao próximo eclipse, em Maio de 2021. O encontro de Júpiter e Saturno no início de Aquário marca o começo de um novo ciclo civilizacional de cerca de duzentos anos que terá como temas a informação, o trabalho em rede e a justiça social. De uma forma mais individual podemos pensar no que queremos alcançar nos próximos vinte anos e se souberes qual a área de vida que está associada a Aquário no teu mapa natal poderás ser ainda mais focada nas tuas intenções. Este ciclo de lunação começa com um eclipse solar que nos confronta com a nossa bagagem moral e com crenças do passado. Uma semana depois temos vários eventos, praticamente em simultâneo, que trazem o simbolismo de uma nova vida. No dia 21 de Dezembro o solstício de Inverno no hemisfério Norte marca o regresso da luz a esta metade do mundo; a Lua faz-se crescente e começa a ser mais luz do que sombra; e os dois planetas sociais, Júpiter e Saturno, inauguram uma nova era para a humanidade. Que convicções precisas desconstruir para poder seres mais tolerante e aberta a uma nova visão de vida? Que valores te ajudam a olhar para o futuro com confiança e optimismo? Que projecto podes começar agora que te vai fazer crescer e ajudar-te a abrir novos caminhos ao longo dos próximos anos? Nos últimos meses fomos confrontados com as nossas limitações, sociais e individuais, com a nossa resiliência e com a nossa humanidade. Em 2021 vamos testar a nossa capacidade de inovar e de nos reinventar. Precisamos de nos guiar por valores que sejam suficientemente abrangentes e consistentes para nos darem o apoio e o espaço necessários para uma esperança renovada.
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Lua Cheia: 8° Gémeos 37’
Lisboa: 30.Nov.2020, 9h28 Brasília: 30.Nov.2020, 6h28 Mais info: timeanddate.com Na manhã de segunda-feira, a Lua fica cheia em Gémeos ao mesmo tempo que a sombra mais ténue da Terra lhe esconde o brilho do Sol e a escurece ligeiramente. Este eclipse lunar acentua a agitação natural da Lua neste signo. Queremos respostas e procuramos informações, pesquisas, opiniões e explicações para apaziguar a nossa cabeça inquieta. Também em Gémeos está o Nodo Norte que nos torna famintos de informação, mas quanto mais procuramos, mais nos dispersamos e mais perdemos o fio à meada. Por outro lado queremos partilhar o que descobrimos, o que sabemos – ou pensamos que sabemos – e dizemos o que nos vem à cabeça, afirmamos as ideias dos outros ou repetimos números fora de contexto sem lhes entender o sentido. Nem toda a informação é verdade e alguma da informação que circula hoje em dia serve objectivos concretos, uns mais transparentes, outros mais opacos. Esta Lua é leve e adaptável, mas tem dificuldade em reconhecer-se, em reconhecer as emoções. Preferimos ocupar o nosso tempo a falar sobre o que sentimos do que a sentir realmente a inquietude que nos assalta e a procurar entender de onde vem esta agitação. A supervisionar este eclipse está Mercúrio que segue no fim de Escorpião, o signo dos espiões e dos detectives. Aqui, Mercúrio escuta mais do que fala, observa mais do intervém. Mas também se pode tornar obsessivo na procura de alimento para uma mente agitada e insatisfeita. A questão é se essa procura aumenta o fosso entre as emoções e a mente, alimentando a nossa dissonância cognitiva, ou se, pelo contrário, esse foco contribui para nos aproximarmos da verdade, ainda que esta seja diferente daquilo que procurávamos. Mercúrio recebe apoio de Júpiter e de Saturno em Capricórnio, um signo realista e pragmático. As palavras precisam de ser sóbrias, concretas e intencionais. Precisam de ser apoiadas por provas, factos e atitudes responsáveis. O seu uso tem consequências que derivam directamente das nossas intenções, mais ou menos conscientes. Pode também vir ao de cima alguma informação que estava escondida, mas que nos revela um cenário mais objectivo, mais real e mais completa. Oposto à Lua, porque é essa a natureza da Lua Cheia, está o Sol em Sagitário a alguns dias de distância de se encontrar com o Nodo Sul. Sagitário é inflamado por convicções fortes e muitas vezes até exageradas, mas não é por se afirmar algo com voz exaltada que isso se torna verdade. Precisamos de estar atentas aos megafones que funcionam como flautas de Hamelin. Durante as próximas semanas podemos responder a estas questões, Eu falo com leviandade ou compreendo mesmo as palavras que digo e entendo o seu alcance? Vale tudo, meias-verdades, mentiras, factos distorcidos, para confirmar e validar as minhas emoções? Que consequências carrega a informação que partilho? No meio do ruído e da agitação pode parecer difícil distinguir a informação da contra-informação, a verdade da mentira. Na dúvida, a melhor atitude é o silêncio. E isso pode ser o mais difícil de fazer com este eclipse. Estamos a viver grandes mudanças sociais a nível mundial. Mudanças inevitáveis e inadiáveis. A palavra “normal” tornou-se vaga e intangível, como o pote de ouro no fim do arco-íris. Um dia a vida vai estabilizar, vamos encontrar novos lugares e novas formas e então sim, vamos descobrir novamente o “normal”. Um outro “normal”. Um dia. Mas não agora. Porque a verdadeira mudança ainda nem começou. O solstício que se aproxima — de Verão no hemisfério Norte, de Inverno no Sul — anuncia um grande novo começo. No domingo de manhã, às 7h40, hora de Lisboa, 3h40 em Brasília, acontecerá nos céus um eclipse solar. Este eclipse não será visível em Portugal nem no Brasil, apenas na África Central, Oriente Médio, Índia e China. Horas depois de o Sol entrar no signo de Caranguejo, a Lua alcança-o, esconde-o e, por alguns momentos, temos a escuridão de um eclipse a ensombrar o momento de máxima luz na metade norte do planeta. No Ascendente do Thema Mundi, o mapa que os antigos atribuíam ao nascimento do mundo, é Caranguejo que se encontra no ascendente. Esta Lua Nova e o seu eclipse acontecem no primeiro grau deste signo, o grau inicial do princípio do mundo. Caranguejo tem a força e a fragilidade das primeiras águas. A força necessária para nascer e a fragilidade intrínseca a este momento. Caranguejo é a casa da Lua, um planeta de mudanças, de oscilações, de instabilidade e de inconstância. A Lua é andarilha, caminheira, não pára. Umas vezes é cheia, outras vezes vazia. Umas vezes é a mãe que alimenta e nutre, outras vezes é o bebé carente que precisa de colo e de cuidado. Este eclipse sublinha o momento de viragem que vivemos. Recorda-nos que todos os momentos charneira são plenos de potência e simultaneamente frágeis e quebradiços. Os próximos meses, que estarão sob a influência desta estação de eclipses, não serão fáceis nem tranquilos. Mas são o início do nascimento de uma nova forma de funcionarmos uns com os outros, na grande família humana. O Sol, que normalmente é quem empresta a sua luz para que o mundo seja mundo, está agora enfraquecido e a Lua recebe-o no seu colo e acolhe a sua debilidade e o seu cansaço. A Lua cuida porque é da sua natureza cuidar. Sol e Lua não formam aspectos de relevo a outros planetas e acabam por ficar entregues ao reino lunar, que, mesmo com as melhores intenções, é flutuante e nem sempre confiável. Poucos dias antes, Mercúrio, que também segue por Caranguejo, entrou em movimento retrógrado. Uns dias depois será Neptuno que inverte a sua marcha. Logo a seguir é a vez de Vénus dar por finda a sua viagem invertida para regressar ao seu andamento directo. Tantos planetas a mudar de direcção apenas para sublinhar as alterações gigantes que estamos a viver. Como se estivéssemos em cima de uma falha geológica no momento em que duas placas tectónicas se movimentam. De que lado está a segurança? Para onde podemos escapar? Caranguejo tem implícita a energia de um nascimento, mas todos os nascimentos são um processo. É necessário atravessar um espaço em que deixamos de ser o que éramos, mas onde ainda não somos o que iremos ser. Um espaço onde não somos nada, mas onde temos a promessa de poder vir a ser tudo. Um espaço escuro, estreito, desconfortável, onde parece que não cabemos e de onde queremos fugir. Para a mãe são as dores das contracções, para o bebé é sentir-se empurrado pelas mesmas contracções para o canal de parto. Durante os próximos meses, até perto do fim do ano, podes sentir que o que estás a viver não é um início, mas um fim. É natural, estamos a começar o processo. Vais sentir-te mais ligada aos instintos, mais vulnerável e mais reactiva. Pergunta-te, Estou a ser suficientemente paciente comigo e com os outros? Consigo cuidar de mim e proteger-me do que me agride e me ofende? Faz sentido resistir à mudança? Ou posso entregar-me a ela, mesmo sem saber o que me espera? Estamos a assistir colectivamente ao nascimento de uma nova organização social. Mas esta transformação não é nem rápida nem indolor. A nível pessoal, a casa onde se encontra Caranguejo no teu mapa natal indica-te onde está a acontecer um reset na tua vida. Mesmo que não percebas para onde vais, mesmo que não vejas uma saída, confia no processo. Toma consciência do que te faz sentir em casa, reconhece os afectos que te seguram e foca-te no presente. Lembra-te, estás a vivenciar um parto! Hoje, sexta-feira dia 5 de Junho, a Lua Cheia em Sagitário torna-se um eclipse lunar, amplificando a as emoções, os instintos e a impulsividade da energia lunar. Este eclipse, que tem o seu ponto máximo às 20h24, hora de Lisboa, ou 16h24, hora de Brasília, não é especialmente forte e a sua energia será sobreposta pelo eclipse solar de 21 de Junho. Ainda assim, vamos ter dificuldade em conter o ímpeto da sua força nas próximas semanas. De um lado está a Lua em Sagitário, a verdade fica toldada pelas emoções e as convicções são manchadas por impulsos instintivos. Quando se soltam, as emoções desta Lua são como cavalos selvagens a galope, sem rédeas nem freio. Do outro lado está o Sol em Gémeos que nos dispersa e nos deixa perdidos no meio de tanto informação. Achamos que, porque repetimos o que lemos e o que ouvimos, compreendemos o seu significado, mas estamos a ser apenas papagaios. O que nos distingue como humanos é a nossa capacidade de entender e processar a informação, transformando-a em conhecimento. E isso, nem toda a gente sabe fazer. Perto do Sol está Vénus, a que rege as relações e as uniões, a que junta, liga e unifica. Ela ainda está retrógrada, mas já caminha para o seu esplendor como estrela da manhã, quando a sua luz fica mais masculina e agressiva. A nossa vontade é orientada para a relação e as ideias misturam-se com a expressão de afectos e de desafectos. Mas o diálogo está pesado e carregado de emoções violentas. Em tensão apertada com estes planetas está Marte em Peixes, o próprio deus da guerra, pronto para o combate, com ou sem a razão do seu lado. Marte aproxima-se também de uma conjunção com Neptuno que desfaz qualquer limite ou fronteira que se levante à sua frente. Os nossos impulsos mais agressivos e mais instintivos, que tentávamos dominar e conter, escapam da vigília do nosso consciente e manifestam-se, descontrolados e selvagens. Uma palavra mal escolhida, um gesto mal calculado ou um erro até agora tolerado, mas repetido pela enésima vez, podem ser o pavio para uma guerra aberta numa relação já sob tensão ou até mesmo para uma ligação que nunca tenha passado uma prova de fogo deste género. O conflito pode parecer inevitável e a nossa zanga pode até ser muito justa, mas o nosso arrebatamento só vai aumentar a agressividade do outro lado. Das duas uma, ou assumimos que vamos despoletar um processo que pode não ter regresso, ou precisamos de libertar essa raiva que cresce por dentro e de canalizá-la de forma produtiva para que ela não se torne destrutiva e arrasadora. Outra manifestação também possível é uma energia sexual muito forte e crua. De qualquer das formas, fazer exercício físico, qualquer que ele seja desde que nos faça transpirar, pode ajudar a descarregar a energia acumulada e a esgotar a intensidade das emoções surgem à superfície e assim neutralizar o fogo deste eclipse. Se no meio de tudo isto conseguires ter um momento de silêncio interno, faz estas perguntas, O que me deixa zangada? Que injustiças não consigo mais suportar? O que é me irrita, mas sinto que não posso/ não devo/ não consigo fazer nada acerca disso? Quero mesmo entrar nesta luta? Reconhece as emoções que surgem, valida-as e procura um escape produtivo para as descarregares ainda com mais energia e com mais intenção. Ou então, se estiveres preparada, assume o teu lado na luta, com consciência e verdade, enfrenta essa batalha e orienta o teu lado mais selvagem para um propósito maior do que tu própria. Desde o fim do ano passado que a energia fria e seca de Capricórnio se faz sentir de forma mais óbvia nas nossas vidas. O Sol e Mercúrio vieram juntar-se a Júpiter, Saturno e Plutão neste signo, acentuando o peso e a gravidade dos tempos que correm. Esta sexta-feira, dia 10, às 19h21, horário de Lisboa, ou 16h21, hora de Brasília, a Lua torna-se cheia nos 20° de Caranguejo. Mas, com a Terra a encobrir a luz que o Sol projecta na superfície lunar, este momento é também um eclipse da Lua. Os eclipses lunares acontecem cerca de seis em seis meses e tornam o simbolismo dessa Lua Cheia especialmente poderoso e potente. Questões que começaram a ser pensadas ou preparadas seja na Lua Nova de Capricórnio, há quinze dias, ou na Lua Nova de Caranguejo, há seis meses e que também foi um eclipse, chegam agora ao seu auge, ao seu ponto de máxima visibilidade. Este eclipse é especialmente tenso. De um lado temos o Sol em Capricórnio, um signo de Terra, rígido e intransigente, mas também pragmático e competente. Mercúrio, a mente experiente e planeadora, está no coração do Sol e empresta-lhe as suas características que ficam iluminadas pela sua luz. Bem perto destes dois planetas estão também Saturno e Plutão, já conjuntos um ao outro por grau, apesar de o aspecto perfeito acontecer apenas dois dias mais tarde, dia 12. Ainda no mesmo signo, mas ainda bastante atrasado para esta reunião, está o gigante Júpiter. Do outro lado está a Lua em Caranguejo, confortável no seu próprio signo, mas quase sozinha e eclipsada a enfrentar os difíceis desafios lançados pelo grupo de pesos pesados no signo oposto. Em Peixes, Neptuno, que não conhece fronteiras e que sabe que somos apenas um oceano de gotas inseparáveis e indistiguíveis, por pouco ainda consegue apoiar a Lua com a sua capacidade de compaixão e de aceitação. A pressão que sentimos já não é novidade. Pelo menos desde há dois anos, quando Saturno entrou em Capricórnio e se juntou a Plutão que já por ali andava desde 2008, que se tornou claro a desconstrução das nossas estruturas e o teste aos nossos limites. Se antes não os conhecíamos, agora estamos a olhar para eles de frente. Alguns resistiram enquanto puderam, outros ainda nem se aperceberam que já estão virados do avesso. Também nos é mais visível o nosso poder, aquilo de que somos capazes. Às vezes subestimamo-nos, porque ainda não fomos desafiados o suficiente, não conhecemos a nossa capacidade de resistência, de perseverança, a garra que encontramos quando precisamos mesmo de seguir em frente. Durante os próximos dias e, noutra escala, durante os próximos meses vamos poder distinguir os contornos das nossas limitações e das nossas reais capacidades. Este eclipse vem aumentar a polarização e os conflitos. Os muros que nos protegem de quem nos ameaça e que, simultaneamente, nos separam e nos fazem acreditar que quem está do outro lado é diferente de nós. Mas também o sistema que se torna autoritário e autocrático e que se afasta de quem devia servir e acaba por ser atropelado pela engrenagem cega e surda. Ou ainda a tua atitude dura e intransigente para com alguém em nome de uma mágoa que não podes esquecer. Prepotência e vitimização, defesa e insegurança, opressão e fraqueza. Como podemos encontrar o equilíbrio? Como podemos saber se estamos a escolher o melhor caminho? Em Capricórnio reconhecemos os limites, aprendemos a respeitá-los e aceitamos as consequência inevitáveis de os ultrapassar. Assumimos a responsabilidade por nós mesmos e tornamo-nos adultos, respeitando as nossas capacidades assim como as nossas limitações. Estendemos este respeito aos outros e esperamos o mesmo em troca. Isto implica definir os nossos contornos também para os outros e saber dizer “não” a pesos que não conseguimos carregar, a culpas que não são nossas ou a ofensas que nos magoam. Com Caranguejo aprendemos a valorizar a nossa vulnerabilidade, as nossas fraquezas e as nossas emoções, por muito tontas ou injustificadas que pareçam. Cuidamos das nossas fragilidades e das dos outros como quem cuida de um bebé, porque somos todos bebés quando nos sentimos inseguros, cansados ou carentes. O autocuidado torna-se a estratégia de sobrevivência mais poderosa, seja para garantir que estamos bem o suficiente para podermos ajudar os outros, seja para reconhecer que estamos frágeis demais para ficarmos sozinhos e precisamos pedir ajuda. Mas os tempos são densos e às vezes não há equilíbrio possível nem existe o melhor caminho. Às vezes o conflito é inevitável e é preciso avisar os outros que os lobos estão a chegar. Se sentes que é esta a tua situação, então grita, toca a trombeta e põe essa raiva que te queima por dentro ao serviço de todos. Torna-te porta-voz de uma causa, denuncia abusos de poder, defende uma minoria. Assume a responsabilidade de transformares essa energia que te consome em algo produtivo e benéfico para ti e para o colectivo. Outras vezes o medo é avassalador e paralisa-nos. Congela a nossa respiração, o nosso sangue, as nossas emoções. Não nos queremos mexer porque entrar em acção implica sentir a angústia que nos aperta o peito e que mais parece um animal selvagem a abocanhar-nos por dentro. Se é aqui que estás, deixa-te sentir a dor e procura ajuda. Estás a precisar de alguém que te dê a mão, o ombro, o colo. Respeita o teu sofrimento e valida as tuas emoções, sem cobranças e sem pressas. Procura quem te veja, aceite a tua fragilidade e saiba ficar ao teu lado. Cuida-te e deixa que cuidem de ti. Quem tem planetas ou ângulos perto dos 20° dos signos cardinais, Carneiro, Caranguejo, Balança ou Capricórnio, está a sentir de uma forma mais pessoal e desafiante este ambiente carregado de tensão. Se tens algum ponto importante do teu mapa próximo dos 20° de Touro ou Virgem, esta pressão está a teu favor, aproveita-a para te impulsionares a alturas que até agora julgavas inalcançáveis. Conheces as tuas verdadeiras capacidades? E respeitas os teu limites? Sabes quando precisas de ajuda? Sabes como te proteger e te cuidar? Consegues tomar conta dos outros sem ser invasivo e sem te desrespeitares? Aceitas a fragilidade da vida? Vivemos momentos históricos a nível mundial, mas, também numa dimensão individual, muitos de nós estamos a passar por uma fase definidora do nosso caminho. Deixemos então que seja a nossa humanidade a construir esse caminho. Com a nossa força, a nossa vontade, a nossa fraqueza e as nossas limitações. Com todo o nosso amor. “Somos menos do que pensamos e mais do que acreditamos.” |
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